Thread by @NiCaramelo

Hj mais cedo o Leo me mostrou um story d alguém postando bandeira antifa, nas versões coloridas q pipocaram ontem, e minha 1ª reação foi a da militante incomodada TM pq né meus símbolos, a história, #bellaciao isso e aquilo :)

Mas vi um tuíte do @fabiomalini falando sobre como faz parte da popularização d um símbolo ter alguns aspectos diluídos. No fundo, é q nem quando uma diva pop se declara feminista: é uma multiplicidade d narrativas, q as vezes entram em disputa, ás vezes se aliam..

vou então aproveitar o hype e gritar um pouco aqui no vazio sobre o q é antifa pra mim, pra compartilhar uma experiência, pequena e limitada, pq o céu da minha casa tá bonito e to gostando de ficar sentada aqui do lado de fora enquanto enrolo pra fazer faxina :)

É difícil definir fascismo, tá cheio d debate por aí. Duas coisas: ele é um tipo de “perversão” da democracia, surge dela.
Tb, é o contrário da política, pq suas ideias centrais são dogmas, fora de discussão: deus, pátria, família. honra (risos, eu sei) e morte.

Esses são dogmas pq, como diria o genial Furio Jesi, são mito. São conceitos fora da história, inquestionáveis, falam sobre predestinação , tipo a nação q é destinada a ser grande, e isso n é política.
Política é sobre escolhas deliberadas.

O fascismo nega as individualidades, mas tb não é sobre uma coletividade política: o povo vira uma massa homogênea, sem conflito, sem história. Ele é uma coisa fixa, imóvel e, portanto, não há como mudar. Ele é o que foi destinado a ser.

Antifascismo, então, é o contrário disso: uma coletividade deliberada, ou seja, q é política, e q se fortalece em sua multiplicidade, suas diferenças e sua capacidade de mudar, de querer fazer diferente. Que quer destruir as hierarquias q nos oprimem.

Por isso é mt doido as organizadas antifa: gnt q é uma coletividade por conta do próprio time, mas q faz a escolha deliberada de se entender tb como um grupo político, q quer existir em um mundo diferente do q temos aí

Acho q os movis sociais, q já são coletividades políticas, se enxergam de cara no antifascismo, mas org. Q surgem por outras razões tb passam a se ver nesse lugar político e assumem a bandeira: daí muitas cores, vários significados, aii deusa é a dialética do existir!

Em momentos como esse quando aumentam os atos fascistas do governo e seus apoiadores, então cresce a urgência do antifascismo militante. Por isso o q está escrito na bandeira original é ação antifascista: não é algo q somos por natureza, é algo q fazemos.

Por isso, aliás, q gosto tanto das bandeiras com nome de lugares: o antifascismo, tal qual as cidades em q vivemos, só existe enquanto coletividade política, e é nossa ação coletiva q modifica o ambiente em q vivemos.

Ação antifa então é ato d rua, socão em facho e os caralhos. Mas é tb uma militância no sentido de politizar a vida cotidiana, lutar contra as hierarquias e opressões pq elas não são dadas pela natureza, contra o capital, q usa delas para beneficiar uma minoria.

É aprender e se fortalecer com as diferenças, é buscar a auto determinação dessas multiplicidades. Enfim. É luta coletiva e aprendizado, é saber q as coisas podem ser de outro jeito. Q mais gnt cole junto!

E agora enfrentamento da faxina!