Historicamente, o acesso à vida urbana pelos homens e pelas mulheres nunca ocorreu da mesma maneira.
Segue o fio! 🧶
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Segundo a filósofa existencialista Simone Beauvoir, a ideologia patriarcal tornou hegemônica uma dicotomia entre os espaços masculino e feminino através do estabelecimento de papéis específicos para cada gênero. O homem deteve o papel de produtor ativo do espaço na medida em que+
+ a mulher foi relegada a uma postura passiva de ocupante. A relação binária entre essas esferas contribuiu para a segregação entre o público e o privado, a cidade e a casa.
Apesar de muitos avanços, o desenvolvimento das cidades permanece sendo permeado por esta ideologia patriarcal. A insegurança e vulnerabilidade marcam a forma com que a maioria das mulheres vivencia as cidades atualmente.
Você sabia que o percentual de mulheres nos espaços públicos é utilizado como indicador de segurança? Não porque a presença de mulheres torna o espaço mais seguro, mas porque um lugar seguro é capaz de atrair mais mulheres.
Diversas pesquisas vêm sendo realizadas com o objetivo de estudar o acesso e circulação das mulheres na cidade. Uma delas, feita pela arquiteta Carolina Amaral analisa quatro ruas comerciais na área central de Belo Horizonte.
Levantamentos de campo foram realizados para mapear os atributos físicos da área de estudo, como as calçadas, fachadas de edifícios, mobiliários urbanos e arborização. Observações foram realizadas para identificar o padrão de comportamento das mulheres no espaço ao longo do dia.
No total, 12.428 pessoas foram registradas durante as sessões de mapeamento e de contagem e 70 pessoas foram entrevistadas, 35 mulheres e 35 homens.
Entre outros dados, o estudo mostrou que apesar de as mulheres representarem 51,4% das pessoas em movimento na área de estudo, constituíram apenas 36,9% das pessoas desenvolvendo atividades estacionárias.
Alguns exemplos de atividades estacionárias são: conversar, observar vitrines, comer ou beber, comprar e vender.
E porque isso é importante?
Porque a cidade não deve ser apenas um caminho, mas o usufruto dos espaços urbanos através da apropriação e permanência.
E porque isso é importante?
Porque a cidade não deve ser apenas um caminho, mas o usufruto dos espaços urbanos através da apropriação e permanência.
E a arquitetura do espaço urbano tem tudo a ver com isso.
Essa imagem mostra um um dos quarteirões que chamou atenção por não tido nenhuma mulher registrada desenvolvendo atividades estacionárias, apesar de apresentar um fluxo considerável de pessoas ao longo do dia.
Essa imagem mostra um um dos quarteirões que chamou atenção por não tido nenhuma mulher registrada desenvolvendo atividades estacionárias, apesar de apresentar um fluxo considerável de pessoas ao longo do dia.
Em contraposição, o quarteirão mostrado abaixo foi o que apresentou a maior quantidade de mulheres. Ele apresenta uma rica diversidade de usos.
Percebe a diferença entre os dois?
Percebe a diferença entre os dois?
Isso tudo nos fala um pouco sobre como os espaços públicos são pensados e como a arquitetura pode contribuir para uma maior sensação de segurança das mulheres nesses espaços.
O artigo completo está disponível aqui > naomekahlo.com/espacos-public…
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