Thread by @davidmagalhaes

Vou dar uma colher de chá pro deusvultinho, distinto aluno do curso de filosofia online do Aiatolavo. Mas antes de discutir teoria da guerra, que tal aprender a língua portuguesa. "Semi-iletrado"? Ao que parece você fez tb o curso online de português do semiletrado Weintraub.

Robespirralho tortura Clausewitz até que ele confesse ser Carl Schmitt.

O que diz a 'formule' clausewitziana? Vamos direto à fonte:

“A guerra não é um mero ato de política, mas um verdadeiro instrumento político, uma continuação da política por outros meios".

Fonte? Segue...

Essa é a tradução de "Da Guerra" feita por Howard e Paret, talvez a mais importante em língua inglesa.

Ele utiliza o termo "intercourse" para a palavra Verkher, que pode ser traduzido da mesma forma como intercurso, tráfego ou circulação.

Há aqui uma diferença intergaláctica entre a guerra ser um ato político e a política ser guerra. A coerção, o emprego da força, o recurso à violência é apenas UM dos instrumentos possíveis da política. Ou uma de suas gramáticas.

Por exemplo, a diplomacia é considerada por Clausewitz como um dos meios da política. Por isso o general prussiano afirmou que "que a guerra é uma política que trava batalha ao invés de enviar notas." Nada, no texto de Clausewitz, autoriza a inversão da fórmula.

Já Carl Schmitt, o gênio anti-liberal e nazista, define política justamente como o deusvultinho gostaria que Clausewitz definisse. Isto é, a partir da relação amigo-inimigo.

E como Schmitt define o inimigo?

"É precisamente o outro, o estrangeiro, e basta à sua essência que ele seja, em um sentido particularmente intenso, existencialmente algo de outro e estrangeiro, de forma que no caso extremo sejam possíveis conflitos com ele" (O Conceito do Político, p. 28)”

Ou seja, só há política onde existe a possibilidade REAL da guerra. É uma definição de caráter existencialista que passa anos-luz da fórmula clausewitziana.

Essa é a ideia que fundamenta toda filosofia política anti-liberal de Schmitt.

A consequência lógica dessa inversão é o ataque ao pluralismo democrático. Que novidade, né? A pessoa que transforma Clausewitz em Schmitt, leia-se Robespirralho, é a mesma que tem fetiches c/templários, exalta cruzadistas e que sonha resolver problemas políticos no fio da espada

Assim como o pornofilósofo Virgínia, Deusvultinho tenta esconder sua pobreza intelectual atrás de uma capa de citações em latim e notas de rodapés. Não sabe o básico. Tropeça no beabá do Clausewitz. Seria reprovado na minha disciplina, sem direito a prova substitutiva.

Opa! Deusvultinho não disse semi-iletrado. Foi um dos seus seguidores na minha página que O fez.