Sou fã de @fernandobarros, @zerotoledo e da @revistapiaui, assim como bato ponto semanalmente no #ForoDeTeresina. Mas acho um erro a mais sofisticada equipe de jornalismo do país continuar designando os partidos fisiológicos de direita como "centrão". Por 2 razões -->
@fernandobarros@zerotoledo@revistapiaui 1º pq o eleitor não vai encontrar um partido chamado "centrão" na urna eletrônica. Então ele pode desprezar o centrão, mas continuará votando no PP, PL, PSD etc. Esconder os partidos fisiológicos em um rótulo geral ñ ajuda os eleitores a praticarem o ajuste de contas eleitoral
@fernandobarros@zerotoledo@revistapiaui 2º pq isso desvaloriza o centro político brasileiro, que justamente deveria ser muito valorizado nesse momento de extremos e polarizações. O centro (centro-esquerda, centro-direita) é uma posição política digna, enqto o "centrão" é a indignidade do clientelismo e patrimonialismo
@fernandobarros@zerotoledo@revistapiaui Sem mencionar que com a designação genérica, nunca se tem certeza do que este rótulo recobre. O DEM e o MDB estão aí ou é mais PP, PL, Republicanos, Solidariedade e PT (o centrão clássico)? O PSD está? Em suma, é uma designação contraproducente e algo negligente.
"Tanto a autodesvalorização, quanto a surpresa com um prêmio internacional fazem parte do nosso “Complexo de Vira-Lata”" (disse Tiburi sobre Fernanda). Como alguém pode usar algo tão singular e pessoal (humildade e autêntica surpresa) como sinal de um suposto defeito coletivo?
E continua a pensadora: "o que aconteceu com Rubens Paiva - homem branco e burguês - acontece com a população negra e indígena diariamente". Isso é que é esforço de banalizar a dor dos outros ou fazer revisionismo histórico à esquerda. O sommelier de indignação moral não tem paz
"Enqto vemos Fernanda Torres receber seu prêmio com todas as glórias, vemos os corpos indígenas sangrando no Mato Grosso do Sul". Entendo então que enquanto houver um oprimido sofrendo no mundo, nenhuma outra história de opressão será contada e nenhuma êxito deve ser celebrado"
Já coletamos os dados do cancelamento de Ludmilla. Por que tão cedo? Porque a única questão agora é saber quando Ludmilla vai capitular, apagar o post em que se justifica e refuta as acusações e pedir desculpas de joelhos. Lilia Schwarcz aguentou um dia, Porchat, uma semana.
O fato é que ninguém aguenta mais de uma semana de processo e torturas da Santa Inquisição Identitária. Não importa quão sabido, gente boa, inteligente e celebridade você seja. A pressão dos patrocinadores e do público, os cancelamentos de contratos, o declínio dos convites
Não tem esse que aguente, num mundo em que as certificações identitárias são um capital social importante, ser tratado como um pária racista, ___fóbico, misógino, etc. e banido do convívio com os santos. E não importa se as acusações são verdadeiras ou falsas.
Lendo os comentários do corredor polonês das vestais morais à explicação de Ludmilla, frequentado por guerreiros da virtude da dimensão de uma Flávia Oliveira ou Erika Hilton, noto que se compartilham algumas crenças fundamentais e indiscutíveis: +
1) Um plano q dura uma fração de segundo num doc politicamente corretíssimo tem o condão de "incentivar", "reforçar" e "difundir" racismo religioso e violência contra templos de religiões de matrizes africanas. A indiscutível estimativa de dano desse plano é uma coisa espantosa
2) Por essa razão, Ludmilla se torna imediata e inequivocamente responsabilizável pela violência que sofrem as religiões de matrizes africanas nas favelas do Brasil. Essa fração de segundos foi um ato político que anula todo o resto do doc e condena Ludmilla inexoravelmente.
Racismo é um tipo de preconceito social que, supondo que os humanos se dividem em raça, como outros bichos, considera que pelo menos uma delas é composta por humanos inferiores. Me parece banal, não? Acho que esta é mais ou menos a compreensão comum de racismo. E bem sensata.
Os identitários e os complacentes q os cercam tomaram há alguns anos a decisão de que, não, racismo não era mais isso. E criaram um conceito alternativo com 2 objetivos: dar uma excludente de ilicitude para membros de certos grupos e atribuir o monopólio do racismo a outro grupo
Há alguns dia pedi que me desse um fundamento racional para o dogma segundo o qual é impossível a qualquer outro grupo, exceto os brancos, ser racista e agir com racismo. Em suma, pedi que conceito de racismo é esse em que só um tipo de humano pode praticar e o outro, sofrer.
Uma colega foi acusada de transfobia e racismo pq "errou os pronomes" de uma aluna trans que estava vendo pela 1ª vez, pq não tinha aparecido até ontem. Acusada, julgada pelo coletivo, condenada e já punida (humilhada, xingada, manifestação, demissão solicitada) em menos de 24 h
A justiça-trans é o processo judicial mais célere e simplificado do mundo. Quem acusa ao mesmo tempo julga, condena, expede a sentença e se encarrega da punição. Na verdade, a acusação = condenação pois uma pessoa trans ñ se engana nunca e devido processo é coisa de cis colonial
O lugar mais insalubre para se trabalhar hoje, por razões de envenenamento ideológico, são as universidades. Ao menor interesse contrariado, à menor reivindicação de hierarquia pedagógica, à mera indicação de bibliografia pode corresponder uma acusação de crime identitário.
Analisando aqui o que me dizem os apoiadores da investida do governo e do STF contra Google e Telegram, fico desconcertado com algumas constatações. 1) Muita, mas muita gente mesmo, está adotando um conceito de fake news/desinformação completamente insustentável. +
Opiniões, mesmo erradas ou desagradáveis, não são FN. FNsão falsos relatos de fatos, geralmente com propósito de atacar a imagem e a reputação dos envolvidos. "O PL autoriza a censura à versículos bíblicos" é FN. "O PL traz sérias ameaças à liberdade de expressão" (Google), não.
2) "Ah, coitadinho do Google" ou "A disparidade de forças entre as plataformas e o outro lado do lobby é imensa" não são argumentos válidos. Leis não são para proteger ou regulamentar coitadinhos. Ou poderosos. Todo mundo merece ser protegido, todo mundo tem obrigações.