Pequena história anedótica sobre o coronga.
Todos os sábados, tem uma pequena feira na rua de baixo da minha casa. De vez em quando vou ali, parte da minha disposição de gastar minha grana no comércio local. Hoje, por ex, fui.
Todos os sábados, tem uma pequena feira na rua de baixo da minha casa. De vez em quando vou ali, parte da minha disposição de gastar minha grana no comércio local. Hoje, por ex, fui.
Todos na banca usam máscara/viseira, movimento pequeno, então me sinto mais ou menos seguro.
Há pouco mais de um mês, tivemos uma conversa sobre a pandemia. Nada bolsonarista, mas achavam que havia exagero. Um argumento tinha a ver com a prima, que trabalha no hospital da PUC.
Há pouco mais de um mês, tivemos uma conversa sobre a pandemia. Nada bolsonarista, mas achavam que havia exagero. Um argumento tinha a ver com a prima, que trabalha no hospital da PUC.
Segundo a feirante, o movimento no hospital era baixo - sinal, para ela, de que pouca gente estava realmente doente.
Argumentei como pude. Foi um papo cordial, mas não creio tê-los convencido.
Hoje fui lá de novo. E, quando eu já ia embora, a feirante veio falar comigo.
Argumentei como pude. Foi um papo cordial, mas não creio tê-los convencido.
Hoje fui lá de novo. E, quando eu já ia embora, a feirante veio falar comigo.
(vale citar que, mesmo com essa suspeita deles de que a Covid-19 era um "exagero", sempre os vi seguindo os protocolos de segurança à risca. nunca agiram como negacionistas, portanto, colocando em risco os clientes etc)
Enfim. A feirante veio dizendo "tomara que tudo isso passe de uma vez, né vizinho?"
Concordei, claro.
"Eu até ontem estava meio achando que não era tudo isso que tavam falando", continuou. "Mas ontem fiquei com medo."
Perguntei por quê, é óbvio.
Concordei, claro.
"Eu até ontem estava meio achando que não era tudo isso que tavam falando", continuou. "Mas ontem fiquei com medo."
Perguntei por quê, é óbvio.
A feirante contou, então, que tinha voltado a conversar com a prima que trabalha no hospital. Descobriu, então, que Clínicas e Conceição já lotaram. Que o andar mais alto da PUC, então, foi todo fechado para dar conta de pacientes da Covid-19. E que também já está quase lotado.
"A gente não pode ficar doente com mais nada, senão vamos para o hospital e pegamos a Covid lá", disse a feirante. Citou um menino de 13 anos que, segundo sua prima, fez uma cirurgia e, quando estava quase tendo alta, teve febre. Foi testado e tinha se infectado no hospital.
Estava assustada também, a feirante, com a quantidade de trabalhadores do hospital infectados. "Se eles, que usam tudo aquilo, pegam, imagina a gente com esse paninho aqui", disse, apontando pra máscara.
Se despediu me desejando uma boa semana e pedindo que eu tomasse cuidado.
Se despediu me desejando uma boa semana e pedindo que eu tomasse cuidado.
Enfim. Contei isso para demonstrar que sim, as pessoas se conscientizam e mudam de ideia. Que nem todo mundo em negação é tosco e tem que pegar Covid-19 para ver o que é bom. E para mostrar que sim, a situação em POA está piorando.
As ruas estão dizendo. E eu sempre escuto.
As ruas estão dizendo. E eu sempre escuto.
Cuidem-se. Fiquem em casa o máximo possível. Não saiam por besteira.
Sim, é uma merda. Mas tem que tomar cuidado.
E não sejam amargos. Não fiquem odiando as pessoas de graça. A maioria tá tentando fazer o melhor.
Beijos e fiquem bem.
Fim.
Sim, é uma merda. Mas tem que tomar cuidado.
E não sejam amargos. Não fiquem odiando as pessoas de graça. A maioria tá tentando fazer o melhor.
Beijos e fiquem bem.
Fim.
(NOTA: acabo de ter confirmação por fora, de boa fonte, que de fato o Hospital da PUC chegou nesse fim de semana ao limite de sua capacidade. Não é fanfic. Moradores de Porto Alegre e região, cuidado redobrado nas próximas semanas)
