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1993 – Sabe como foi a primeira vez de Madonna no Brasil?Ricardo Boechat soltou a primeira nota, mas o babado começou 06 meses antes. Bora saber o que rolou naquele longínquo ano de 1993? Segue o fio.
No início dos anos 90, a ‘guerra das cervejas’ era o nome dado à disputa entre Antarctica e Brahma pela liderança na produção de cerveja no Brasil. Skol e Kaiser não faziam sombra; Bohemia, Budweiser, Heineken, Stella e etc, sequer vendiam em supermercado
As duas cervejarias não economizavam dinheiro para as campanhas. A Brahma tinha como slogan “a nº 1”, pois vendia um pouco mais que a Antarctica, cujo mote era “Paixão nacional”.
No final de 1992 @DanielaMercury tava estourada no Brasil. O Canto da Cidade vendia como água, com direito a especial na Globo e uma turnê que corria o país. Era ‘a’ estrela pop na época.
Dezembro , 1992: A DM9, do publicitário Nizan Guanaes tinha 15 milhões de dólares da Antarctica (de quem detinha a conta) pra gastar em campanhas durante o ano de 93. A cerveja teria como garota propagada Daniela Mercury, a nova ‘paixão nacional’.
Enquanto Daniela seria a musa por todo o ano, a DM9 queria mais: No fim daquele ano começaram os primeiros contatos com o empresário de Madonna para que ela viesse ao Brasil fazer shows. A idéia: paixão nacional / paixão mundial.
1993 - Marlene Mattos, dona da Xuxa Produções também tava no páreo, mas a Antarctica saiu na frente e Marlene fechou contrato com Michael Jackson (o poder de Xuxa na época), que viria com a Dangerous Tour, 15 dias antes de Madonna.
Monique Gardenberg, da Dueto produções, foi a produtora dos shows de Madonna no Brasil. "Um dia, me liga o Nizan, na época ele tava com a conta da Antarctica, e diz: 'Quero trazer a loira gelada'. Eu: 'Quem é a loira gelada?'. E ele: 'A Madonna. Dê um jeito e contrate a Madonna'
01/09/1993 – coletiva de imprensa anunciando oficialmente os 02 shows de Madonna no Brasil: 03 de novembro no Morumbi (SP) e 06 de novembro no Maracanã (RJ). Foi a partir daí que se iniciou um frenesi midiático na imprensa brasileira.
Quase que ao mesmo tempo, saiu o anúncio dos 02 shows de Michael Jackson no Brasil (ambos no estádio do Morumbi). O brasil, que não recebia shows pop desse porte, ia receber logo 02 - e eram os 02 maiores. Madonna vinha com sexo e Michael já sob acusação de pedofilia.
Ainda não havia internet em 1993; tudo era através de jornal, revista e televisão. Do dia do anúncio dos shows, no início de setembro, passando pelo início da turnê em Londres (25/09) até as 02 primeiras semanas de novembro, Madonna era o assunto, principal, até mais que Michael.
Em 1993 Madonna já tinha beijando um santo negro, dançado na frente de cruzes em chamas, simulado masturbação nos shows, feito o Na Cama com Madonna (que teve um Globo Repórter só pra isso) e tinha lançado o Erotica e o livro Sex. Era o próprio Satanás.
Rádio, tv, jornal e revistas veiculavam os anúncios dos shows. Os ingressos eram vendidos no RJ e SP, em pontos físicos. A produção criou o ‘Disk Madonna’, pra informações. (21) 275-6141 e (11) 822-8038, das 10:00 às 18:00. O ingresso era um cartão magnético (novidade por aqui)
O cachê por cada show era de 500 mil dólares (01 milhão de dólares no bolso de Madonna). Além disso, patrocínio de 1 milhão e 200 mil dólares da Antarctica para o evento em si: marketing, divulgação e organização. Fora o patrocínio da Antarctica, haviam co-patrocinadores.
Outubro, 93 - com todo o frisson pelo evento começaram as especulações: O que Madonna faria no Brasil, que boates iria, os passeios, onde ela iria malhar, se ela faria sexo grupal e até mesmo foi dito que ela ficaria numa ilha em Búzios, ao invés de hotel na cidade. Tudo mentira.
Liz Rosenberg, a assessora de Madonna, fazia a ponte com a imprensa, alimentando o noticiário. Disse que Madonna estava solteira e louca pra achar um boy brasileiro, que sabia que o Brasil era caliente e que Madonna tava empolgada. Tudo a imprensa noticiava.
A comitiva de Madonna trazia 110 pessoas, a maioria vinha num Boeing fretado. Só Madonna trazia 40 malas. O palco do maracanã viria do show em Buenos Aires, o de São Paulo viria do show de Porto Rico. A turnê tinha 04 palcos idênticos.
A imprensa acabou tendo acesso a lista de exigências de Madonna: champagne cristal, Velas, jogo de jantar em porcelana chinesa, talheres de prata, guardanapos de linho. Linhas telefônicas para equipe e 01 linha telefônica secreta para uso pessoal de dela...
...150 toalhas para uso da equipe; pra Madonna eram 12 toalhas de banho, 06 de rosto e 04 de mão – por show. Um umidificador, sabonetes florais e até coleta seletiva de lixo – que a imprensa considerou “exótico” na época.
A produção quis dar um toque ‘tropical the island. breeze’: o camarim era colorido, tinha palmeiras, cama toda branca e um quadro do kama sutra; ficava ao lado do oratório do vestiário destinado aos jogadores do São Paulo. O arcebispo não gostou e pediu pra tirarem a santa de lá
Madonna trouxe a cozinheira particular, Jane Nivel. O hotel reservou uma parte da cozinha somente pra ela. Toda a comida de Madonna foi comprada em SP e ficava separada em geladeira e despensa própria na cozinha do hotel.
Madonna trouxe 03 seguranças particulares. Além deles, a produção brasileira colocou outros 10 em volta– 24 horas, bilíngues e praticantes de arte marcial. Wallid Ismail, chefe de segurança brasileiro, era manauara, lutador de jiu jitsu e e disse que Madonna ‘era muito na dela’.
01 de novembro de 1993 – Aeroporto de Cumbica, Guarulhos. No mesmo dia em que Fellini morreu, as 21:30, o avião fretado de Madonna pousou. Jornalistas ficaram isolados num reservado na pista. Fâs não tiveram acesso. Madonna desceu, deu um sorrisinho e entrou num furgão.
Madonna saiu do aeroporto escoltada e foi direto pro Caesar Park, na Rua Augusta, em SP. Ela mal sabia o que a esperava. A suíte imperial tinha 350 mts quadrados, no 16º andar - de frente pra rua augusta. A janela do quarto dava pra outro edifício. Que roubada.
Eram 70 quartos no Caesar Park. Quando Madonna pegava o elevador, ninguém mais podia entrar (incluindo hóspedes). Uma repórter da Caras foi pega perambulando pelo andar de Madonna, descoberta, foi gentilmente convidada a encerrar a conta.
O motorista contratado pra dirigir o veículo com Madonna tinha 28 anos, era bilíngue e assinou cláusula de confidencialidade, impedindo-o de falar sobre o que ouvisse dentro do carro. ‘Ela não dirigiu a palavra a mim uma única vez. O rádio era mantido desligado’.
Na chegada ao hotel, clima de guerra instalado: 600 pessoas em frente ao Caesar Park gritando ensandecidas. Pelo menos 05 meninas fizeram strip-tease; drag queens desfilavam. A atriz Mara Manzan, no prédio em frente, de topless, engolia fogo e soltava labaredas pela janela
Quando o furgão chegou na rua, o povo enlouqueceu. Uma PM levou um soco de um fã e foi levada pra um hospital com o nariz fraturado. Houve tentativa de invasão ao hotel. No meio da confusão, um homem colocou o pênis pra fora e começou a se masturbar – foi preso e levado dali.
O carro entrou pela garagem subterrânea. Madonna foi recebida pelo gerente no elevador. Ele subiu com ela para destravar a porta da suíte. Por contrato, a porta é lacrada e a chave fica com o gerente até a chegada dela, quando é devolvida nas mãos da gerência.
A estudante Ana Paula almeida tentou entrar correndo pelo saguão do hotel. Na segunda tentativa, foi presa. Uma travesti de 13 anos, causou na frente do hotel; e ainda tinham as drags – que naquela época a família brasileira nem fazia ideia do que se tratava
O dono de uma loja de lingerie vendia as “calcinhas de Madonna”. Bares criaram drinks em homenagem, e o comércio do entorno faturou em cima. Todas as boates gays fizeram festas temáticas (e todo mundo jurou que Madonna ia aparecer nelas).
Fernando Pires, designer de sapatos teve sua chance quando soube que o irmão de Madonna estava na boate Rave. Entregou-lhe um par de sapatos e um cartão. No dia seguinte, o irmão apareceu dizendo que Madonna não conseguia sair do hotel; acabou levando um par de sandálias
....”No dia seguinte eu a vi pela TV subindo no avião pra o Rio com a sacola na mão! No Rio, ela saiu pra jantar e foi fotografada com a sandália. Passei um ano inteiro fazendo a mesma sandália e quando acabava, me ligavam: “Tem a sandália da Madonna? Me deu muita sorte!”
Madonna desceu do apto pra jantar, viu a confusão na rua por uma fresta da janela do restaurante térreo e desistiu. Subiu para o Mariko, restaurante japonês. Pediu california roll e 08 futomaki. Azevedo, sushiman, atendeu ela pessoalmente. Ganhou um ‘I love You” de agradecimento.
Depois do jantar, foi ao térreo e comprou pastilhas. Madonna dispensou o ar condicionado . Tentou abrir a janela do quarto, mas além da janela não abrir o bastante, o barulho dos fãs e dos carros buzinando em frente a fizeram desistir de levar um ventinho
01/11 - O jornal O Estado de São Paulo, alugou um quarto num apto do prédio em frente. Mandou lá o fotografo Clóvis Pereira. A missão: fazer um flagra de Madonna. Munido de uma teleobjetiva, o fotografo clicou Madonna de camisola, conversando com um boy de cueca, dentro da suíte
02 / 11 - No dia seguinte, o furo: O Estadão publica na primeira página a tal foto. Enquanto havia todo um esquema de guerra impedindo o acesso ao hotel onde Madonna estava, o jornal conseguiu a foto e a equipe de produção de Madonna ficou enfurecida com a invasão da privacidade.
02/11 - a PM trocou os cavaletes por grades. A calçada do hotel ficou isolada, somente o outro lado da rua tinha acesso de pedestres. O trânsito travou porque todo mundo queria passar na rua e tentar ver e buzinar pra Madonna
02/11 – Madonna acordou as 10:30 e pediu um capuccino. O funcionário que levou a bebida no quarto disse que ela estava bem humorada e falante, só fez um muxoxo quando pediu uma Oranjina (bebida cítrica): foi informada que não havia no Brasil.
No segundo dia, Marcela Radosavljvic (guarde esse nome) invadiu o Caesar Park em SP. Levada pra delegacia, ficou 02 horas por lá, depois voltou pra frente do hotel. Madonna não deu as caras na janela. Uma faixa foi extendida no edf. em frente; ‘Madonna, dont stay only in bed ‘
Américo Ciccone Neto e sua irmã Derlisa foram pra o hotel com o registro na mão. Queriam conhecer a prima Madonna. “meu bisavô Frederico Ciccone teve 5 filhos: 02 ficaram na Itália, 01 na argentina, seu avô no Brasil e Gaetano Ciccone, avô de Madonna, nos EUA. Não entraram.
Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo de SP, apelou para que Madonna não desse escândalos. “São Paulo acolheu milhões de italianos, que nos deram prova de uma vida digna”. Perguntado se gostava das músicas de Madonna, respondeu: “Deus sabe que não conheço nenhuma, graças a Deus”.
03/11–no dia do show, Madonna resolveu que queria cantar a música Garota de Ipanema. Monique Gardenberg, da Dueto, despachou um produtor a um shopping pra comprar um cd de Tom Jobim, enquanto ligava pra casa dele no Rio, a fim de conseguir as cifras da canção. Tom enviou por fax
Um executivo da Warner no Brasil ficou encarregado de ensinar frases e palavrões em português pra Madonna. Já na concorrência, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima convocou os fiéis para assistirem ‘Madonna, a mãe verdadeira, em exibição permanente e gratuita’
03/11 - Um brasileiro hospedado no Caesar Park botava a conta das refeições em nome da produção de Madonna. Ao passar um cheque roubado pra pagar a hospedagem, a polícia descobriu que ele fornecia maconha pra equipe de produção dela. O traficante foi levado pra 4ª DP.
03/11 - Soundcheck no Morumbi. Pela primeira vez na carreira, Madonna fez a passagem de som na presença das primeiras pessoas que entravam no estádio, as 15:00. Era vetado |à imprensa, mas o jornal Aqui e Agora, do SBT, conseguiu filmar escondido das arquibancadas.
Madonna ficou empolgada com todo o entusiasmo por ela. Enrolou-se na bandeira do Brasil e perguntou o significado de “ordem e progresso” escrito na bandeira. “Eu gosto disso”, falou, quando traduziram a inscrição para o inglês.
A folha de S. Paulo contou: Madonna no soundcheck repetiu a palavra buceta 31 vezes e fuck 21 vezes. Pediu pra que a mostrassem como se gesticulava aqui no Brasil o ato de foder. Adorou o som da palavra ‘bunda’ e criou uma rima com ‘Bunda suja’, feita durante os 2 shows.
03/11, 21:00 – 85 mil pessoas no Morumbi. ;Madonna surgiu de chicote e máscara, vestida de dominatrix. Quando chegou no refrão de Erotica (a música de abertura) e passou o chicote no meio das pernas, o estádio urrou. Daí por diante, foi um carnaval.
Naquela época num tinha área vip na pista e os famosos ficavam longe (@Veraholtz e Guilherme Leme foram pra o gramado). Na quinta música, Express Yourself, Madonna finalmente falou: ‘Oi Brasiôu, vamos chegar”. Catarse coletiva.
No Brasil ninguém o público não se chocou tanto com o show, foi só festa: o topless da dançarina, a esfregação de Madonna com 02 boys no palco, o tema latino em La Isla Bonita, a orgia em Deeper and Deeper e de ouvir Madonna falar “mi buceta es mi vida”
Tudo ia bem ( com exceção da cortina que não funcionou) até que em Justify My Love, a fã Marcella Radosavjlvic subiu no palco e PAM, agarrou Madonna no meio da performance. Agarrou MESMO, no cangote, deixando o batom de Madonna no pescoço da desembestada. Foram longos segundos.
O segurança não podia puxar a menina porque senão Madonna ia junto. Marcela, que deu entrevista, disse que Madonna “é muito cheirosa, e tava pingando de suor, e que gritou 03 vezes “eu te amo” no ouvido dela. Madonna deve ter a-do-ra-do.
No final, em Everybody, o gol da agência DM9: Madonna vestiu a camisa da Seleção. Detalhe: nas costas da camisa havia o nome da Antarctica. Na semana seguinte, publicou um anúncio com Madonna de costas no palco. “DM9, uma agência de resultados”,
Madonna não foi a nenhuma festa em SP, nem participou de orgias – ao contrário do que foi especulado. Não deu entrevista, não botou a cara na janela, nem recebeu Glória Maria para o Fantástico, que estava na cola dela desde que tinha pisado no Brasil. Próximo destino: RJ.
A produção brasileira acabou convencendo que no Rio a estada seria melhor. Conseguiram com a prefeitura a interdição de uma rua, assim Madonna poderia chegar e sair sem confusão, já que no Rio não havia garagem. Partiu Rio.
04/11 às 19:45 Madonna deixou o hotel e foi a Cumbica pegar o avião para o Rio. Marcela Radosajvleic, que invadiu o palco agarrando Madonna no Morumbi, invadiu a pista de Cumbica na hora do embarque. Foi detida.
04/11 – Madonna pousa no Rio às 19:30. A Suite imperial tinha 450 metros quadrados. Com 03 quartos, um deles foi transformado em academia. Madonna dormiu no quarto dos fundos porque desde BUE não conseguia dormir por causa dos fãs, e com medo do inferno vivido em SP.
David Rockefeller, magnata americano, estava de reserva feita no hotel e desistiu quando soube que Madonna estaria lá. O mordomo do Caesar Park ,Erivaldo Tetzner, usou fraque e ficou à disposição dela.
A segurança no Rio foi maior que em SP. Mais de 100 PMs, Tropa de Choque e BOPE. De plantão no hotel eram 25 PMs. No backstage do Maracanã eram 30 PMs. Já o Caesar Park colocou 30 seguranças na frente e espalhados pelo hotel. Madonna continuava reclusa. #abuso
Ao contrário do público de outros países, mais adulto. Os shows de Madonna no Brasil também atraiu, pasmem, crianças. O show tinha censura 10 anos, mas um juiz, passado com o show de SP, subiu a censura pra 14 Anos, só podendo entrar acompanhado de 01 adulto.
05/11 - De peruca preta, lenço amarrado na cabeça e óculos escuros ela foi ao Cristo e tomou água de coco. Gloria Maria tentou subir com o Fantástico, mas foi mantida longe. Os turistas que já estavam lá por cima, estranharam os seguranças em volta e filmaram Madonna rapidamente.
De noite, resolveu jantar fora. Foi ao restaurante Satyricon, em Ipanema. De entrada pediu ‘fio de frutos do mar’; Prato principal: Pargo ao sal grosso. De sobremesa tomou sorvete de cajá, cupuaçu, tamarindo e jabuticaba. Passou 02 horas no restaurante.
Ficou num canto e pediu pra não ser incomodada. A conta ficou em CR$ 36.019 (uss 200 dolares na época) , Madonna pagou com cartão de crédito (American Express) e beijou a conta, que está emoldurada em exposição no restaurante até hoje.
Pra tentar combater o demônio, foi marcado um festival gospel no mesmo dia do show no maracanã, a fim de que os crentes não caíssem em tentação: Gospel Power Festival, na Praça da Apoteose.
Por causa da foto de Madonna enrolada na bandeira brasileira em SP, um advogado entrou na justiça e conseguiu uma liminar impedindo Madonna de se enrolar com a bandeira novamente no Rio de Janeiro ou de fazer qualquer gesto obsceno usando o símbolo nacional.
06/11 – soundcheck. De novo, Madonna permitiu que o público que já entrava no Maracanã assistisse a passagem de som no Rio. A Blusa que ela vestiu no ensaio foi presente de uma estilista, Cris Barreto, que havia enviado de presente ao hotel.
Paulinho da Viola, flagrado na fila pra entrar no show, levou as filhas adolescentes e ficou no gramado. O calor era imenso naquela noite e Madonna durante o show disse que achava que tinha morrido e aquilo ali era o inferno, de tão quente. Pediu água em português.
06/11 – Maracanã, 21:30 – Agora com a cortina principal funcionando, Madonna fez um show para o maior público de sua carreira: 120 mil pessoas. Foi o mesmo setlist de SP, também com Garota de Ipanema (que foi bem melhor executada) Adivinha quem conseguiu invadir o palco de novo?
Ela mesma, Marcella Radosavljevic, mais uma vez, numa distração da segurança subiu ao palco na hora de ‘La Isla Bonita’. Madonna olhou pra o lado e só deu tempo do sangue gelar; o segurança dela catou a menina antes que ela agarrasse Madonna (o 1º vídeo do bônus)
Madonna disse que havia ficado encantada com o Rio e com os homens que viu pela janela do hotel. Brizola, governador na época, agradeceu e a prefeitura até fez outdoor. O show terminou com ela vestindo a camisa do Flamengo, cantando ‘Everybody’.
A área vip ficava nas cadeiras do Maracanã. Cabiam 1000 convidados. Presentes Regina Casé, @marisamonte, Déborah Blando, Fábio Jr, Elba, Wanderléa, Paulo Ricardo, Jorge Benjor, Daniela Mercury, Marieta Severo, Caetano, Fernanda Montenegro, Claudia Raia, etc;
Pela execução de Garota de Ipanema em 02 shows, Tom Jobim recebeu 10 mil dólares em direitos autorais. O ECAD recebeu 80 mil dólares pelos direitos do show em SP e 100 mil dólares no do Rio (calculado em função do número de pagantes).
BABADO: O miny sistem que Madonna levava pra o camarim em todos os shows durante a turnê foi roubado no Rio, durante o show. Quando acabou, nem sinal do aparelho de som. Até hoje não se sabe quem foi.
07/11 - o rastro de Madonna no hotel foi: um exemplar do Miami Herald, folheado, um bilhete assinado escrito ‘With Love’, uma meia arrastão, cílios postiços e lenço com batom Ela assinou o livro de ouro do hotel. Quando subia no avião pra ir embora, adivinha quem invadiu a pista?
Marcela Radosavljevic invadiu a pista do Galeão e foi detida, de novo, pela polícia. Madonna foi embora – sem entrevista, sem aparecer na janela dos hotéis, sem receber Glória Maria para o Fantástico. Nenhuma novidade nisso; do Rio foi pro México.
Sobre produzir os shows de Madonna aqui, Monique Gardenberg disse: “Um inferno. Não suporto gente sem educação e o agente dela era muito grosso. Numa hora bati o telefone na cara dele e nunca mais o atendi. Quem atendia era meu assistente. Foi uma puta experiência, mas nunca mais
Devido a cobertura de Madonna no Brasil, foram vendidos, na época, 100 mil discos por aqui e foi a maior cobertura no Brasil em número de inserções na imprensa. De setembro a Novembro de 1993 o jornal O Globo publicou 311 notícias; O estadão, 236.
Na semana seguinte, já longe do Brasil, ainda se repercutia o “fenômeno”. Deu-se uma espécie de “ressaca de Madonna”, leitores e colunistas ainda escreviam nos jornais reclamando da overdose. 1993 foi inesquecível, eu tava lá no show do Rio (@Duque_Felipe também!).
THE END
Bônus
Matéria de Glória Maria no Fantástico (tem a Marcella invadindo o palco em La Isla Bonita - em 03:20).
a chegada em SP.
Jornal da Globo 03/11 – o show em SP.
confusão e correria no Rio
Matéria sobre o show no Rio
Everybody e La Isla Bonita no Rio.
Matéria MTV
Resuminho
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