Pequim diz que os australianos enfrentarão "consequências econômicas" se o país insistir em promover uma investigação sobre a origem do coronavírus em Wuhan.
Pequim ameaça suspender o envio de suprimentos médicos para a Holanda em meio à pandemia de coronavírus, depois da Embaixada da Holanda em Taiwan mudar seu nome para “Escritório da Holanda em Taipei”.
Pequim diz que os americanos "atacam maliciosamente" a política chinesa na região de Xinjiang, que concentra mais de 1 milhão de muçulmanos em campos de concentração.
Pequim diz que o Canadá enfrentará "consequências" por suspender seu tratado de extradição com Hong Kong e interrompeu as exportações de equipamentos militares sensíveis para a região.
Trump acaba de anunciar Tulsi Gabbard como Diretora de Inteligência Nacional.
A partir de 2025, Gabbard será a chefe executiva da Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos, o mais alto cargo na estrutura da inteligência americana.
Mas quem é ela?
Você irá se surpreender.
Tulsi Gabbard tem 43 anos, nasceu na Samoa Americana e entre 2013 e 2021 esteve na Câmara dos Representantes, em Washington, representando o Havaí.
Por todo esse tempo, Gabbard foi membro do Partido Democrata. Mas dá para dizer que os democratas nunca gostaram muito dela. Tulsi Gabbard é aquilo que nós chamamos de DINO, “Democrat in name only”. Só é democrata no nome.
Ou melhor, era. Conto como isso aconteceu aqui embaixo.
Há anos, Gabbard vem sendo acusada de trabalhar para a Rússia na política americana. E há bons motivos para acreditar nisso.
Hillary Clinton foi a primeira liderança do Partido Democrata associada a essa acusação, ainda em 2019. Nessa época, Gabbard era pré-candidata à presidente pelo Partido Democrata e foi prontamente defendida por Donald Trump.
Essa é uma thread para você que diz ser conservador, de direita, anti-comunista.
Não, eu não falarei sobre homens trans no esporte, o cancelamento de humoristas ou a indústria woke em Hollywood – esses assuntos que vocês tanto gostam.
Esse é um tema um pouco mais sério:
Essa aqui é a Rússia.
A Rússia é o maior país do mundo. 11% de toda a área terrestre do planeta pertence à Rússia – a mesma área da superfície de Plutão. Quando o sol nasce no leste da Rússia, se põe no oeste.
Mas este país nem sempre teve esse tamanho.
Nos seus primeiros séculos, a Rússia possuía um território de 1,3 milhão de km², o equivalente ao estado do Pará.
No auge da União Soviética, esse espaço chegou a atingir 22,4 milhões de km².
Como isso aconteceu? A resposta parece estar no solo desse lugar.
No passado distante, os primeiros eslavos que se estabeleceram na Rússia encontraram terra fértil para a agricultura, mas tiveram que enfrentar um problema bastante sério: as invasões.
A Rússia foi fundada numa região da Europa sem grandes rios, montanhas e desertos, em que a média de altitude é de míseros 170 metros. Nós chamamos essa região de Planície Europeia Oriental, e ela se estende da França até os Montes Urais.
Dá uma olhada no mapa topográfico da Europa. O leste deste continente é plano.
A galera do @siteptbr publicou esse tweet mais cedo. E eu decidi explicar como funciona a eleição americana de um jeito tão fácil que mesmo o pessoal do @siteptbr conseguirá entender.
Segue a thread:
Pense na eleição americana como se fosse um jogo de tabuleiro.
Imagine que o mapa dos EUA seja esse tabuleiro, com os seus 50 estados.
Os dois jogadores que estão na disputa – ou seja, os candidatos a presidente – tentarão conquistar esses estados. Mas cada estado tem um peso diferente.
Ganhou a Flórida? 30 pontos pra você. Levou o Texas? Soma mais 40.
Como fazer pra ganhar os pontos dos estados?
Imagine que, nesse jogo de tabuleiro imaginário, você dispute cada estado recorrendo às cartas de um baralho.
Exceto em dois estados (o Maine e o Nebraska), nos demais, se você tiver uma carta maior que o seu oponente, você ganha todos os pontos disponíveis no estado. É o que a gente chama de “o vencedor leva tudo”.
Se a sua carta for muito maior que a do seu adversário, ou pouco maior, pouco importa. Se você venceu, você leva todos os pontos. O seu oponente fica com nada.
No final, considerando todas as disputas em todos os estados, quem conseguir reunir pelo menos 270 pontos, vence.
A Bolívia está sofrendo uma tentativa de golpe de história.
Conto aqui embaixo por que essa é a sina da América Latina (e o que está acontecendo na Bolívia):
Foi como uma onda.
Desde a eleição de Hugo Chávez, em 1998, a América Latina viu a ascensão de inúmeros líderes da esquerda socialista – um período chamado pela própria esquerda de pós-neoliberalismo.
Num curto intervalo, os socialistas foram capazes de eleger presidentes no Brasil 🇧🇷, na Argentina 🇦🇷, na Bolívia 🇧🇴, no Equador 🇪🇨, no Chile 🇨🇱, na Costa Rica 🇨🇷, em El Salvador 🇸🇻, na Guatemala 🇬🇹, em Honduras 🇭🇳, na Nicarágua 🇳🇮, no Paraguai 🇵🇾, na República Dominicana 🇩🇴 e no Uruguai 🇺🇾.
Quase todos os presidentes eleitos nesses países têm algo em comum: o Foro de São Paulo.
O Foro de São Paulo é uma conferência de partidos e grupos de esquerda da América Latina e do Caribe.
Ao contrário do que possa parecer, não há nada secreto ou conspiratório a seu respeito. O Foro tem um site oficial, eventos públicos e ampla cobertura da imprensa.
A organização foi fundada em 1990 por iniciativa do Partido dos Trabalhadores, em conjunto com o Partido da Revolução Sandinista, da Nicarágua, o Partido Comunista de Cuba e outros grupos políticos da região.
O principal objetivo do Foro de São Paulo é reunir forças de esquerda da América Latina para debater estratégias e ações conjuntas, e alcançar o poder.
O Foro surgiu em um contexto de queda do Muro de Berlim e do colapso da União Soviética, eventos que forçaram uma reconfiguração das forças políticas de esquerda em todo o mundo. Na América Latina não foi diferente.
Ao longo dos anos, o Foro de São Paulo tem sido alvo de críticas e controvérsias.
Enquanto alguns veem a organização como uma plataforma importante de articulação da esquerda latino-americana, outros a criticam pela promoção de agendas populistas e autoritárias.
O que não dá pra negar é que o Foro tem desempenhado um papel significativo na política da América Latina nas últimas décadas.
Esses são os membros mais importantes da organização:
- o Partido dos Trabalhadores, do Brasil;
- o Movimento para o Socialismo, da Bolívia;
- o Partido Comunista de Cuba;
- a Frente Sandinista de Libertação Nacional, da Nicarágua;
- o Movimento Regeneração Nacional, do México;
- a Frente Ampla, do Uruguai;
- o Partido Socialista Unido da Venezuela;
- o Partido Liberdade e Refundação, de Honduras;
- o Partido Revolucionário Moderno, da República Dominicana;
- o Partido Revolucionário Democrático, do Panamá
- o Partido Trabalhista de Santa Lúcia.
Todos esses partidos governaram os seus países nessa década. Muitos estão no poder nesse momento.
Todos comungam de uma rejeição à influência dos Estados Unidos na América Latina.
Nos primeiros anos do século 20, os Estados Unidos promoveram um capítulo da história conhecido como Guerra das Bananas. Washington interviu diretamente na política de inúmeros países da América Central – muitas vezes militarmente – para defender os seus interesses.
Muitos dos países da região são chamados até hoje de República das Bananas porque, nesse tempo, parte importante da economia deles dependia da produção de banana.
Esse modelo de intervenção ficou conhecido como Big Stick – grande porrete, em inglês – e teve o presidente Theodore Roosevelt (1901-1909) como principal expoente.
Num curto intervalo de tempo, tropas americanas desembarcaram no México, no Haiti, na República Dominicana, em Cuba, no Panamá e na Nicarágua.
Essas intervenções geraram imensa antipatia a Washington na região.
A política do Big Stick durou três décadas e só foi encerrada em 1933 quando outro Roosevelt, o presidente Franklin Delano Roosevelt (1933-1945), inaugurou a Good Neighbor Policy – ou seja, a Política da Boa Vizinhança – acabando com o modelo de intervenção direta na região.
Mas não se engane: essa decisão não afastou os Estados Unidos de participarem de outros golpes de estado na América Latina.
Na Guerra Fria, Washington travou uma batalha violenta no nosso continente contra os russos.
Em 1954, na Guatemala, a CIA orquestrou um golpe que derrubou o presidente Jacobo Árbenz, um coronel acusado de ter laços com os soviéticos.
Sete anos depois, em Cuba, os americanos patrocinaram a invasão da Baía dos Porcos: uma tentativa fracassada de derrubar o governo do ditador Fidel Castro.
Em 1973, no Chile, Washington apoiou o golpe militar que derrubou o presidente Salvador Allende e levou Augusto Pinochet ao poder.
Países do bloco socialista também têm a sua dose de influência no continente: dos sandinistas da Nicarágua aos chavistas na Venezuela, dos fidelistas cubanos ao Sendero Luminoso no Peru. Muito sangue já foi derramado no continente motivado pela promessa de uma revolução da classe trabalhadora.
Três notícias dos últimos dias que escancaram a hipocrisia ideológica:
1.
Nessa semana, viralizou um vídeo de apoio de pastores evangélicos a Nicolás Maduro.
Maduro está transformando a Venezuela numa espécie de Evangelistão da América do Sul.
O ditador venezuelano diz que, ao contrário dos católicos, os evangélicos são “a verdadeira igreja de Deus”, e está transformando a religião num braço do Estado.
Em 2023, ele chegou a lançar um programa de governo chamado Mi Iglesia Bien Equipada, para prestar suporte financeiro aos pastores do país. elpais.com/internacional/…
O governo venezuelano é hoje o mais terrivelmente evangélico da América Latina.
Nos últimos anos, Maduro instituiu o dia 15 de janeiro como o Dia do Pastor, e o 15 de junho como o Dia do Arrependimento e da Esperança em Cristo.
Há algum tempo, os evangélicos são consultados em qualquer iniciativa legislativa que envolva a família tradicional.
No mês passado, Maduro chegou a receber da comunidade evangélica o título de “Protetor da Família”, reconhecendo “o seu compromisso com a defesa da unidade familiar como força vital da sociedade”. oglobo.globo.com/mundo/noticia/…
Hoje, o governo brasileiro se recusou a assinar a declaração final sobre a Cúpula pela Paz na Ucrânia, assinada por 80 países.
A razão é uma só: o que Lula deseja na guerra da Rússia na Ucrânia não é um plano de paz, mas um termo de rendição da Ucrânia.
Conto aqui embaixo:
Lula nunca escondeu a sua subserviência à Rússia.
Em 2022, ele chegou a dizer que Zelensky era culpado pela Rússia ter invadido o território ucraniano.
Na ocasião, lamentou as críticas que a comunidade internacional fazia a Putin:
“As pessoas estão estimulando o ódio contra o Putin. Isso não vai resolver!”
Lula, no entanto, sempre estimulou ódio a Zelensky. Ele chegou a dizer que, ao pedir apoio internacional para que a Ucrânia não desaparecesse do mapa, Zelensky (“um bom comediante”) estava usando a guerra para “aparecer”:
“Eu não conheço o presidente da Ucrânia. Agora, o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo. Ou seja, ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no parlamento inglês, no parlamento alemão, no parlamento francês como se estivesse fazendo uma campanha. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação.”
“Ele quis a guerra. Se ele [não] quisesse a guerra, ele teria negociado um pouco mais.”
“Você fica estimulando o cara [Zelensky] e ele fica se achando o máximo. Ele fica se achando o rei da cocada, quando na verdade deveriam ter tido conversa mais séria com ele: ‘Ô, cara, você é um bom artista, você é um bom comediante, mas não vamos fazer uma guerra para você aparecer’.”
“Numa guerra não tem apenas um culpado.”
Qual é a negociação que Zelensky deveria adotar para encerrar a guerra? Para Lula, ceder às exigências russas e entregar o seu território a Moscou.
Em 2023, Lula criticou o presidente ucraniano dizendo que Zelensky não poderia “querer tudo” e deveria abrir mão de parte do território do seu país para as forças invasoras russas.
Lula nunca foi visto pela comunidade internacional como um líder político neutro em busca da paz, um chefe de estado que procura não se alinhar à Rússia e à Ucrânia para manter uma posição independente no conflito.
Nem Rússia e Ucrânia enxergam Lula dessa forma.
Em 2023, Sergey Lavrov, o ministro das Relações Exteriores russo, rasgou elogios a Lula dizendo que “Brasil e Rússia tem uma visão alinhada”.
O governo ucraniano, por outro lado, vive criticando Lula pela sua visão alinhada à Rússia.
Para Putin, Lula é um amigo. Para Zelensky, Lula é um propagador das narrativas russas.
A mera sugestão de que o governo brasileiro tem independência para intermediar este conflito demonstra o cinismo do chefe de estado brasileiro.