Certa vez, de maneira muito respeitosa e tranquila, expliquei a lógica por trás do décimo terceiro salário. Que o trabalhador receber em 13 parcelas o que o consumidor paga em 12 não é benefício. Que seria mais vantajoso o trabalhador ter direito a investir aquela poupança que...
...liberam ao final do ano em opções mais rentáveis. Que tudo não passava de ilusão.
Foi quando ouvi da pessoa, também de maneira respeitável, que o que ela queria era justamente a ilusão de que recebia um salário a mais do que o trabalhado.
Foi quando ouvi da pessoa, também de maneira respeitável, que o que ela queria era justamente a ilusão de que recebia um salário a mais do que o trabalhado.
Não é que o brasileiro é enganado. O brasileiro quer se enganar. Quer acreditar que leva vantagem mesmo quando tem prejuízo. Quer a sensação de que o estacionamento do shopping é gratuito, que o uso do bagageiro no avião saiu de graça, que o preço no crédito é o mesmo do débito.
E isso independe de escolaridade e classe social.
E, pior do que se enganar, quer que você também se engane. Que a lógica dele vire lei e não exista alternativas para quem não está interessado em ficar também se enganando.
Outro forma de se enganar é agarrar esse argumento de que o 13º seria 4 semanas extras que o patrão não paga na tal conta dos 12 meses x 4 semanas. Mas, se você dorme melhor assim, bons sonhos.
