Thread by @apyus

Nós estamos lidando com vilões de quadrinhos, gente que entende a falta de escrúpulo como mérito. É claro que esse tipo sempre existiu. Mas, na rua, a sociedade consegue contê-los na base da chinelada mesmo. A internet, no entanto, deu a eles blindagem, grana e articulação.

Por tempos, achei que Twitter, Facebook, Google, etc, pela forma como apoiavam Dilma e Obama, eram empresas esquerdistas. Hoje, quando apoiam Bolsonaro e Trump, resta claro que são meramente capitalistas. E sabem que um bom diálogo com o governo facilita a vida de qualquer um.

Então que o Facebook só irá reagir a essas ações criminosas quando militantes pressionam anunciantes que, encurralados, topam o boicote. O Twitter só vai reagir quando a Suprema Corte dá um ultimato.

O Google... O Google tava na FIESP participando de reunião de empresário puxa-saco de Jair Bolsonaro. Não se iluda achando que a empresa torce por você.

Essas big techs dão “bom dia a todas e todos”, e usam logos coloridos com cantos arredondados, justamente para disfarçar as “e corp” que são.

Notem que o Twitter não tirou as contas do ar, apenas impediu que IPs brasileiros as acessem. Em vez de punir os delinquentes, puniu você, que acessa a rede do Brasil. A má vontade é gritante.

Sobre liberdade de expressão, não cabe fazer dos direitos humanos uma arma para justamente acabar com os direitos humanos. Então que a Justiça precisa agir sempre que percebe o risco. E, numa boa, demorou até demais neste cask.

A coisa era feita de maneira explícita. E há anos. Desde 2019, é tocada da estrutura da Presidência da República. Entendam a gravidade disso. Entendam que essa agenda, também por causa da pandemia, está promovendo mortes aos milhares. Mas não só por causa do coronavírus.

É essa agenda que força o eleitor a querer votar em alguém que diz que, na sua gestão, a polícia vai atirar pra matar. E a promessa está sendo cumprida. Mesmo com a queda nos delitos, com a sociedade confinada, a letalidade da polícia quebrou recordes.

É essa agenda que fez com que o Brasil esteja aos cuidados de um governo que resulta em discussões sérias sobre estarmos vivendo um genocídio indígena. Ou que transforma o Brasil num pária da questão ambiental.

E nem vou entrar na forma como, aqui nas redes, esses malditos avançam contra mulheres e homossexuais. É abjeto, é articulado, é arquitetado, é tocado com um sangue frio que deixa em frangalhos a saúde mental de qualquer um. É criminoso.

É óbvio que um cretino desses, quando pego, não iria economizar na pose de vítima. Qualquer telespectador de programa policial vespertino conhece o tipo. Mas estamos falando de privilegiados com acesso ao poder...

Porque, ao insistir na prática que está sendo apurada, o padrão é a Justiça prender preventivamente o investigado. Esses, no entanto, estão livres para criar outras contas. Ou tocar a mesma agenda por outros meios. Ou apagar provas — e apagam.

Saiu barato até demais.

O Twitter tinha ignorado a primeira ordem alegando que a Justiça havia fornecido apenas nome e CPF dos envolvidos, o que não seria informação suficiente para identificar as contas.

Ficou claro a má vontade?
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