Um dos países que mais se desindustrializou nas últimas décadas, Reino Unido enfrenta dificuldades para resistir ao avanço chinês sobre suas joias remanescentes (1/10) asia.nikkei.com/Business/China…
A ARM Holdings se especializou no design de semicondutores
Empresa possui 90% da propriedade intelectual essencial aos chips utilizados por empresas como Apple, Qualcomm, Samsung, Huawei e TSMC, particularmente para uso em smartphones, tablets e smart TVs
Em 2016, a empresa foi desnacionalizada, sendo vendida para a megainvestidora japonesa Softbank
Em 2018, de olho no mercado chinês, cedeu controle das suas operações na China para uma joint-venture com investidores locais, incluindo entidades estatais asia.nikkei.com/Business/Compa…
Em 2020 surgiu um conflito sobre o comando da ARM China
Alegando irregularidades do atual CEO Allen Wu, a empresa britânica tentou removê-lo, substituindo por nome alinhado à matriz
Wu foi acusado de criar uma plataforma de inteligência artificial baseada em produto da britânica, mas promovida como se fosse da chinesa, e de criar fundo de investimento em startups, uma delas sendo uma designer de chips caixinglobal.com/2020-06-29/in-…
Aproveitando-se da importância dada ao setor pelo governo, pediu intervenção estatal para “proteger esse ativo estratégico”
Em carta assinada por mais de 200 empregados, afirmou que é uma empresa “controlada por chineses e que deve cumprir a responsabilidade social na China”
O principal consumidor de suas licenças na China é a Huawei
Diante das ameaças de sanções americanas às empresas que negociassem com a Huawei, a ARM, que possui centros de P&D e milhares de empregados nos EUA, teve que suspender suas vendas a ela
Mas não é só a ARM que está em situação delicada
A Imagination, outra designer de chips britânica, foi comprada pela Canyon Bridge, que é controlada por estatal chinesa, em 2017
A Canyon quer adquirir o controle da empresa por meio da nomeação ao Conselho de pessoas alinhadas
Em abril, reunião do Conselho foi interrompida pelo governo britânico
"O que pensamos que está acontecendo é que os chineses estão tentando exportar a tecnologia daqui para a China e isso é inapropriado", disse um advogado do Partido do Primeiro-Ministro reuters.com/article/us-chi…
A venda tinha sido aprovada porque a Canyon estava sujeita às leis americanas
Ela já havia tentado comprar a americana Lattice Semiconductor, mas o negócio foi proibido por segurança nacional
Em seguida, mudou-se para as Ilhas Cayman, fugindo do judiciário americano (fim)
Ontem, a americana Nvidia afirmou que está comprando a Arm
Com o anúncio, a pressão pública sobre o governo britânico subiu imediatamente
Intenção é impedir a perda da sua maior empresa high-tech, importante para a estratégica industrial do país theguardian.com/business/2020/…
Já a China deu a entender que seus reguladores não aprovarão a transação, que poderia trazer risco ao desenvolvimento da sua indústria de semicondutores por colocar empresa estratégica (inclusive com atuação na China) sob controle americano globaltimes.cn/content/120087….
Com o imbróglio sobre o controle da empresa ainda sem solução, a Arm China anunciou "independência" da Arm britânica.
A Arm 🇬🇧 é considera a maior titular de patentes de semicondutores do mundo.
2/ Sobre as evidências a respeito dos efeitos da abertura comercial, começo com o relato do influente economista de Harvard Dani Rodrik, no seu livro Straight Talk on Trade (2017), sobre as limitações dos modelos comumente utilizados.
3/ Nesse sentido, o artigo mais importante que Veloso cita na seção sobre efeitos agregados na produtividade é o de Estevadeordal e Taylor (2013): Is the Washington Consensus Dead? Growth, Openness, and the Great Liberalization, 1970s–2000s.
Sobre o estudo, ficou claro que me baseei na cobertura feita pela @Folha.
É possível que ela tenha destacado argumentos que lhe interessavam, mas não refletem bem as evidências apresentadas? Se for isso, peço desculpas e agradeço ao @dix_rafael pela disposição para conversar.
Antes de avançar, é preciso limpar o terreno, porque meu interlocutor deliberadamente traz inúmeros argumentos laterais (abusando de ironias pra jogar pra plateia) que atuam muito mais como ruídos, mas que não invalidam qualquer argumento apresentado no meu breve fio.
O mundo do jeito que tá e a @Folha dá espaço pra mais um estudo superficial sobre abertura comercial.
Sem contraponto nem contextualização.
E engata um editorial defendendo-a.
Há mesmo preocupação com um debate público sério sobre o tema?
Algumas reflexões abaixo👇🧶 (1/13).
2/ O primeiro ponto é citado na própria matéria, mas não recebe a devida consideração: a tarifa média utilizada no estudo é pouco relevante para embasar uma análise séria sobre o assunto.
Isso porque há inúmeras exceções que reduzem a tarifa no mundo real.
3/ Por exemplo, o argumento central de que a proteção tarifária impede o acesso a máquinas que elevariam a produtividade das empresas se choca com o fato de que o regime do ex-tarifário isenta o imposto de importação sobre mais de 15 mil desses produtos! gov.br/mdic/pt-br/ass…
No futuro, é provável que os historiadores econômicos considerem a Made in China 2025 como a política de desenvolvimento (industrial) mais transformadora já implementada, com efeitos de longo prazo sobre a geopolítica mundial.
2/ Estudo recente da Rhodium Group mostra que a Made in China foi extremamente bem-sucedida em transformar a estrutura produtiva chinesa, antes baseada em mão de obra barata, para bens de alta tecnologia e intensivos em conhecimento.
3/ Estudos preliminares já indicavam que a política se encaminhava para atingir a grande maioria de suas metas.
@ft sobre as causas do declínio de gigantes industriais americanas:
- Foco nos ganhos financeiros de curto prazo.
- Diluição da propriedade entre acionistas.
- Prorização da distribuição de dividendos sobre reinvestimento.
- Desconexão entre chão de fábrica e Administração. 🧵👇
2/ Problema da Kodak não foi não ter previsto a mudança tecnológica do analógico para o digital, pois explorava esta tecnologia desde os anos 70, mas ter se deixado pressionar pelo mercado financeiro e ter aproveitado o lucro da divisão analógica até que foi tarde demais.
3/ A diluição da propriedade entre milhares de acionistas dificulta a construção de uma cultura organizacional e de uma visão de longo prazo.
@ft compara a Boeing com a Novo Nordisk, dinamarquesa produtora do Ozempic que possui uma Fundação como acionista âncora.