Estamos em um cenário muito fértil para gestores ativos e fundos Long-Short no exterior. Enquanto Tech voa, outras empresas se afundam com os desafios da crise:
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A quinta-feira foi marcada por um alívio nos mercados locais.
A simples sinalização de um corte mais agudo (ou coerente) de gastos, aliado a um leve fechamento de taxa de juros nos EUA, levou a um forte movimento de fechamento de taxa de juros no Brasil.
O movimento de ontem mostra como os prêmios de risco estão elevados no Brasil, como a posição técnica é saudável (muitos players "vendidos" em Brasil), e medidas simples pode reverter essa situação.
A despeito de um ambiente global favorável, a dinâmica do mercado local segue extremamente desafiadora.
Nem mesmo um número de inflação mais construtivo (vide abaixo), foi capaz de frear um queda da bolsa, alta do dólar e abertura de taxa de juros.
A situação corrente do país não me parece desastrosa (pelo contrário, a economia vai bem), mas será que os investidores já estão colocando no preço uma expectativa de forte deterioração fiscal à frente? O que será capaz de frear este movimento?
A quinta-feira foi marcada pela divulgação do Core CPI (núcleo da inflação) nos EUA, que deve ser visto como o número mais importante do momento para a política monetária americana.
O Core CPI apresentou alta de 0,1% MoM e 3,3 % YoY contra expectativas de 0,2% MoM e 3,4% YoY. A abertura do indicador foi bastante positiva, com qualidade boa.
O número de Serviços e Habitação, que vinham sendo uma restrição ao decaimento da inflação, apresentaram moderação, em um importante passo na direção de preços estruturalmente mais controlados.
No Brasil, a quarta-feira foi marcada por forte alta dos ativos locais. Acredito que o movimento tenha sido ajudado, majoritariamente, por três vetores: (1) O mercado piorou muito (e rápido), deixando o técnico saudável e os valuations atrativos,
(2) Algumas falas de Lula na direção de maior austeridade fiscal e (3) fechamento de taxa de juros nos EUA, com movimento de "risk-on" no mundo.
Ainda me parece cedo para afirmar que o governo irá adotar uma postura mais prudente fiscalmente.
Isso pode (ou deve) manter a volatilidade local alta, até que medidas concretas, críveis e viáveis sejam efetivadas.
Caso o governo anuncie medidas de contensão de despesas que sejam suficientes, há um enorme espaço para a melhora dos ativos locais.
Os ativos de risco continuam em um momento de acomodação. Por um lado, dados mais fracos de crescimento e uma inflação cadente nos EUA, tem ajudado a consolidar a curva de juros, e dado um tom mais positivo aos ativos de risco.
Por outro lado, vai crescendo o risco de uma desaceleração mais acentuada da economia, em meio a uma posição técnica menos saudável e alguns valuations menos atrativos, o que tem gerado alguns "espasmos" de volatilidade.
Olhando as fases do ciclo econômico (vide gráfico abaixo), me parece que estamos passando de um momento de "Maturação" (Maturity) para uma fase de "Desaceleração" (Slowdown) da economia dos EUA.
A agenda do dia será a mais importante deste começo de ano, com a divulgação do Core CPI nos EUA e do IPCA no Brasil. Eu diria que o mercado está em compasso de espera para estes números.
Eles terão enorme influência naa curvas de juros que, consequentemente, irão afetar a direção de todos os ativos de risco ao redor do mundo.
Abaixo, comento alguns temas de prazos mais longos que, a qualquer momento, podem virar foco do mercado:
Primeiro, o problema dos déficits fiscais nas economia desenvolvidas, em um ambiente de juros mais altos do que nas últimas décadas.