Dois anos do lançamento do livro Economia Para Poucos em Paraty. O livro continua super atual e ta disponível gratuitamente, cortesia da @AutonomiaLiter2. Só acessar: pedrorossi.org/wp-content/upl…
Logo depois discutimos o livro em Audiência no Senado.
E aguardem pois está no forno um novo livro com um time fantástico, que atualiza e dá sequencia à discussão da austeridade e dos impactos sociais da política fiscal no Brasil.
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Plano real: mais reflexão e menos comemoração
Três pontos merecem atenção: 1) Não houve milagre algum, vários países latino americanos estabilizaram no mesmo período histórico, por um motivo simples: disponibilidade de divisas externas.
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A Argentina, o México, Uruguai, Chile estabilizaram no fim dos 1980 e inicio dos 1990.
A verdade é que o plano real falharia se fosse aplicado em meados dos 1980, pois a estabilização dependia de divisas estrangeiras para sustentar a ancora cambial.
2/
2) A estabilização da inflação teve um alto custo. Os juros estratosféricos implicaram em um alto custo fiscal e moldou uma economia rentista. O câmbio excessivamente valorizado transformou a estruturura produtiva e desindustrializou o país.
Setores do governo Lula sinalizam com:
i) desvinculação da aposentaria do salário mínimo.
ii) revisão dos mínimos constitucionais de saúde e educação
Essas mudanças não cabem no programa de Lula mas são pontos chave da Ponte para o Futuro e dos discursos do Paulo Guedes. 🧶
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O documento Ponte para o Futuro, propunha uma “reconstituição” do Estado e mudanças estruturais.
Era a plataforma da campanha peculiar que Temer fazia para ocupar a presidência pelo caminho, digamos, pouco usual. Sem rodeios: era a agenda econômica do golpe. 2/
O ajuste de curto prazo de 2015 não foi suficiente. Era preciso ir além - de acordo com essa nova agenda econômica, a Constituição de 1988 e sua generosidade social eram o problema a ser enfrentado.
Estava lá o fim da indexação do mínimo com os benefícios sociais. 3/
A narrativa jurídica da lava jato foi reescrita, mas a econômica continua dominada por factoides liberais.
Ontem por causa do caso Mantega/Vale, a mídia seguiu repetindo que em 2014 havia uma grave crise econômica.
Isso é falso e mostro no fio
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2014 foi um ano de desaceleração. O crescimento do PIB foi de 0,5%. O crescimento começou e terminou no campo positivo, tendo queda da taxa no segundo trimestre e um crescimento próximo de zero (-0,1%) no terceiro trimestre. (serie de trimestre contra trimestre imed. anterior)
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Mas uma crise nao se define só por crescimento.
a taxa de desemprego era a menor da série histórica do IBGE. Outros indicadores sociais como a taxa de pobreza, a desigualdade e o rendimento médio do trabalho melhoram em 2014. 3/
Saiu!
um livro de introdução à economia com uma visão de esquerda, acessível para não economistas, que trata da realidade brasileira e desmonta mitos econômicos do debate publico. 1/5
O livro também traz tópicos teóricos, analisa a historia da economia internacional sob o capitalismo e traz a nossa visão sobre a economia brasileira recente... 2/
O plano real é caracterizado como um novo modelo de inserção externa da economia brasileira pautado pelo liberalismo, e a crise de 2015 e 2016, como resultado do choque recessivo que transforma uma desaceleração em recessão. 3/
1/ O teto de crescimento do gasto primário 2,5% é muito inferior ao crescimento real médio do gasto no governos Lula 1 e 2 (5,2% ao ano) e Dilma (3,5%) e mesmo FHC. Esse crescimento do gasto primário permitiu a expansão dos ...
serviços públicos, programas sociais, seguridade e o investimento publico.
2/ Considerada a atual previsão de crescimento e carga tributaria, o teto de 2,5% nao deve ser atingido no governo Lula. Ou seja, o gasto cresce menos a nao ser que o governo aumente a carga tributaria.
3/ A relação gasto/Pib pode cair se não houver aumento de carga tributaria, ou um crescimento do PIB não desejado (negativo ou próximo de zero). Ou seja, a regra não garante a sustentação do patamar de gasto/PIB e o tamanho do Estado na economia pode diminuir.
O debate sobre juros e Banco central tá contaminado por uma lógica pró-mercado que não vê diferença entre as expectativas do mercado financeiro e a do atacadista do Ceasa na hora de reajustar preço.
O que Lula faz é desafiar essa lógica..
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A lógica pró-mercado vê como contraproducente qualquer crítica do presidente ou ministro ao BC: ruídos que aumentam juros futuros e inflação. Como se o feirante do Ceasa usasse os indicadores financeiros para antecipar aumentos de preços e o BC reagisse com + juros.
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Uma lógica descolada da realidade que ignora os determinantes de custo da inflação. Que não quer apenas blindar o BC na lei, mas constranger ministros e o proprio presidente que ouse fazer críticas. Que limita o debate a quem compartilha do mesmo credo. 3/