Isso, além de mostrar o abismo social no qual estamos inseridos, me trouxe um questionamento pessoal.
Sabemos que a eficácia da máscara diminui se ela não for higienizada e usada corretamente, mas sua proteção ainda é maior do que simplesmente não usá-la.
Mas algumas vezes, por motivos sociais e culturais, o paciente deixa até de usar a proteção pra não “levar carão” porque tá usando errado.
Isso acontece principalmente entre idosos.
O que nós entendemos como certo, muita vezes tá fora da realidade cognitiva, social, física, cultural e emocional do outro.
Por exemplo...
Você que tem um transporte pra se locomover (nem que seja o ônibus) esquece que tem gente que percorre km a pé só pra ir para o médico ou pra escola.
Você que passa álcool gel nas mãos a cada 5 minutos e tem 10 máscaras de tecido de reserva esquece que tem gente que tem apenas 1 máscara conseguida a duras penas por doação.
Não é julgar essas pessoas.
Não é apontar o dedo.
Não é criticá-las.
Não é culpa delas.
O problema é estrutural.
O buraco é mais embaixo.
O que é fácil pra gente, pode ser um desafio pro outro.
Empatia sempre.