Fui assistir o vídeo do ex-sinistro da educação explicando "o que é ser de direita" e vi um monte de referências a um Estado de bem estar social, com pleno emprego, segurança em relação ao futuro e nada parecido com essa distopia imbecil que ele ajudou a construir.
Tudo isso com direito a um monte de referências idílicas a um almoço em família num domingo. Como eu falo há algum tempo, a direita opera no campo da apropriação e naturalização do que as pessoas valorizam e desejam, e por isso nunca precisam se responsabilizar por nada.
O "viver bem" torna-se de responsabilidade exclusiva do indivíduo e o único estado de bem-estar que deveria existir é aquele que protege grandes empresários, financiadores de campanha e as elites financeiras.
Um moralismo reacionário e a construção de inimigos imaginários e onipresentes ("a esquerda globalista contra o ocidente uuuuu") são mediadores que permitem a construção de uma identidade "comum", baseada na paranoia, entre bilionários e despossuídos.
A resposta para todos os problemas, segundo essa nova direita, passaria por uma moralização da sociedade que só seria atingida com a destruição (e isso são palavras deles) de qualquer resquício de proteção social ou direito assegurado pelo Estado.
O win-win é garantido através da retirada do Estado como regulador e garantidor e a divisão da sociedade entre amigos (patriotas, de bem, trabalhadores, cristãos) e inimigos (qualquer um que desvie minimamente dessas categorias).
Os únicos direitos pelos quais esse "novo Estado" luta são as liberdades de difamadores profissionais, armas para seus partidários, garantia que as forças de segurança possam matar impunemente, que atividades extrativas predatórias possam ser exercidas sem qualquer controle etc
