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100 MIL MORTES | Uma homenagem àqueles que perdemos na pandemia. Leia mais em folha.com #covid19 #coronavirus #coronavirusbrasil

O QUE A FOLHA PENSA | Luto: mortos pelo vírus chegam aos 100 mil, e Bolsonaro segue indiferente à tragédia bit.ly/2PAFSEP #coronavirus #covid19 #folha #fsp #folhadespaulo Foto: Adriano Machado/Reuters

Veja a evolução das mortes por Covid-19 no mapa

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Gráfico: @Ducroquet

A escalada da pandemia derrubou estimativas feitas no início da crise por políticos, médicos, cientistas, empresários e palpiteiros em geral sobre sua intensidade e duração

A maioria das apostas acabou se revelando conservadora, mesmo as que eram consideradas pessimistas. Houve, em menor número, exageros no outro extremo, com previsões apocalípticas que acabaram não se confirmando

O próprio presidente Jair Bolsonaro, para quem a doença é uma “gripezinha”, não resistiu a dar seu chute.
Em 22 de março, ele disse, em entrevista à TV Record, que esperava um número de mortos inferior às 796 causadas pela gripe H1N1 em 2019

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Sua bola de cristal durou apenas 17 dias. Em 8 de abril, as mortes já superavam 800.

O presidente foi influenciado em seu otimismo pelas projeções róseas feitas por seu ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra, que conquistou o posto de guru de bolsonaristas logo no início da pandemia.

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Pelas contas de Terra, o atual surto, iniciado no final de fevereiro no Brasil, deveria entrar em declínio na segunda metade de maio. Mas àquela altura, o país já registrava mais de mil mortes diárias.

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Entre empresários, números voaram livremente. Junior Durski, da rede Madero, causou furor em março ao dizer que não se podia parar a economia por causa de “5 ou 7.000 pessoas que vão morrer”.

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Helio Beltrão, do Instituto Mises Brasil e colunista da Folha, apostou em total de mortos inferior a 10 mil, enquanto Luciano Hang, da Havan, cravou em junho que o pico da doença já havia passado.

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Para o médico Drauzio Varella, houve uma mistura de otimismo e negação coletiva nos primeiros meses do ano.
“Quando começou na China, o mundo permaneceu otimista. Eu inclusive”, diz.

No outro extremo, foram divulgados cenários ainda piores que também não se confirmaram. O que causou mais barulho foi o do biólogo Atila Iamarino, numa live em seu canal no YouTube em 20 de março, quando citou a possibilidade de 1 milhão de mortos ou mais até o fim de agosto

Embora o Brasil não tenha adotado o modelo de fechamento completo, o número de mortes ao fim de agosto deve se situar ao redor de 120 mil —uma calamidade, mas bem distante das piores previsões feitas para o país

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Hoje, o Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos (160 mil) em número de óbitos. Considerando que a população dos EUA é 57% maior (330 milhões ante 210 milhões), os índices chegam a ser similares.

É como se um Maracanã lotado, com mais 22 mil pessoas na porta, fosse varrido do planeta. Mais do que nomes numa lista, CPFs ou um número, uma centena de milhares de vidas e histórias se perderam até aqui

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A cada sete mortos no mundo, um é brasileiro. A média diária de mais de mil mortos por dia se repete por dois meses inteiros. Não é, não deveria ser normal.

Foto: Lalo de Almeida/Folhapress

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