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Tenho voltado a fazer palestras e uma pergunta constante é se as pessoas vão confiar mais na ciência ou em cientistas com a COVID-19. Acredito que sim, mas queria compartilhar com os cientistas um fio do que acho que será fundamental pra isso.
A predisposição à confiança sempre existiu. Cientistas (e médicos) são alguns dos profissionais que os brasileiros mais confiam. Como a pesquisa de Percepção Pública da C&T sempre mostra. Temos os ouvidos, mas precisamos conquistar o espaço.
cgee.org.br/documents/1019… Índice de confiança dos brasileiros com cientistas e médi
Ter essa confiança já é um passo enorme e será fundamental pro que vamos enfrentar. E a ciência tem uma importância crescente. Mas cientistas precisam aproveitar essa atenção pra falar, mostrar a importância do seu trabalho, dos centros de pesquisa. Tem que aproveitar a atenção.
Inclusive pq é cultivando essa atenção e construindo comunidades agora que podemos falar da importância da ciência como um todo depois. Em tempos de atenção escassa, essa disposição das pessoas agora vale ouro. Que tem que ser garimpado agora.
Por enquanto, essa atenção é só positiva. Mas também pode virar. Se alguma terapia ou vacina trouxer complicações, cientistas também vão ser culpados por isso. Vale cultivar as boas relações agora, pq vamos precisar dessa confiança depois. Ainda mais pra entenderem o processo.
Junto de confiança e atenção pública, também virão os ataques. Se as pessoas ouvem mais os cientistas e os cientistas recomendam medidas que afetam a economia, como parar de emitir carbono, ficar em casa ou cortar queimadas, os cientistas viram alvo de campanhas de difamação.
Já vimos isso acontecendo antes, acontece na COVID e deve piorar conforme cientistas são mais ouvidos. Não somos treinados pra nada disso. Nem pra se comunicar, muito menos pra lidar com desinformação e campanhas pró-ignorância. Duas demandas de formação pra ontem.
E se quiserem reforçar a importância de ensinar sobre desinformação, notícias falsas e divulgação científica pra cientistas em formação, só ver algumas das replies desse fio ou de qualquer coisa que posto.
QED Desinformação é o que você pratica. Cadê os 1 milhão d
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Atila Iamarino
@oatila
Sobre o coronavírus encontrado em frango brasileiro exportado pra China, isso é o vírus na embalagem ou misturado com o frango, pq ele foi manipulado por pessoas com COVID, provavelmente no frigorífico. Segue um fio explicando.

O coronavírus não dura muito tempo em superfícies, só alguns dias. Mas refrigeração mantém ele viável por mais tempo. Então, transportado em comida congelada, o vírus pode viajar mais. Como os camarões com coronavírus que a China encontrou, comentados aqui
Aqui no Brasil (e no mundo) temos um problema enorme de surtos em frigoríficos, que são ambientes fechados, frios, onde as pessoas trabalham junto e precisam falar bem alto. São surtos e surtos em frigoríficos toda semana.
google.com/search?biw=130…
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Atila Iamarino
@oatila
Isso explica pq o Brasil conta teste rápido como caso de COVID. Esse teste mede resposta imune, o positivo hoje pode ser de uma infecção em março. Não vale pra acompanhar a situação da pandemia agora e muitos países não contam. Agora, se quer manter a letalidade baixa, é ótimo.
A letalidade real da COVID é até 1%. Números maiores indicam falta de teste, nos países que contam só o RT PCR, o teste pro vírus. Nós teríamos uma letalidade altíssima se contássemos assim (@Capyvara @otavio_ranzani sabem quanto?). Mas contando teste rápido, fica em 5%.
Usando o nº de testes RT PCR de 05/08, com 100 mil mortes, teríamos uma letalidade por caso de no mínimo 10%, se todos eles fossem positivo (não são). O que nos colocaria mais perto da Itália, que não conseguiu testar, ou do México, que nega COVID como nós
Curva de fatalidade por casos com vários países, o Brasil
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Atila Iamarino
@oatila
Que mal uma vacina que não funciona pode fazer? Vacinas erradas podem piorar a infecção que querem impedir.

Vacinas são um dos maiores avanços da medicina e uma das melhores proteções. Isso quando são testadas e seguras. Segue um fio de uma candidata que não deu certo.
O RSV é um outro vírus respiratório que causa resfriado e, nesse caso, muitas infecções infantis. Tentamos desenvolver vacinas contra ele há décadas, mas vírus respiratórios são complicados pra vacinar. Imunidade na mucosa do pulmão é uma questão delicada.
Em 1966, uma vacina candidata entrou em testes nos EUA. Chegou até a fase de teste em bebês, onde deu errado. Não protegeu as crianças vacinadas, as que contraíram RSV ficaram pior do que não vacinados e dois bebês morreram com esses sintomas mais graves.
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