Eis o artigo que escrevi com @pedrolrossi sobre racismo e economia. Algumas reações ao artigo me chamaram a atenção pois, não apenas denunciam o nível de corrosão da esfera pública, mas confirmam tocamos no "coração ideológico" do debate 👇🏿(fio)
www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/0…
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Em primeiro lugar, cabe dizer que é um artigo que debate como a compreensão da desigualdade racial é definida pela metodologia. O artigo afirma que a visão ortodoxa da economia enfatiza a dimensão da ação individual na análise do racismo. 👇🏿
Citamos autores clássicos que colocaram o problema, como é o caso de Gary Becker. O termo "economia ortodoxa" aparece uma vez no texto para acentuar o que consideramos limitações metodológicas. 👇🏿
Curiosa foi a reação. Desde pessoas que ignoraram a dimensão metodologica do debate até a tentativa de brandir argumentos de autoridade. Houve até quem visse como ataque pessoal aos economistas ortodoxos, o que só confirmou a estreiteza da compreensão individualista do racismo 👇🏿
A mim fica evidente a força ideológica deste debate. A ideologia é um prática material e, por isso, uma dimensão do poder, mas que para funcionar precisa impor-se por meio de discursos de autoridade, mecanismos de deslegitimação de visões distintas e até violência 👇🏿
Mostrar a limitação de certas ideologias para demonstrar as mazelas do mundo explica parte das reações. A questão é poder, e um tipo que mexe com a economia, especialmente em tempos de crise. Por isso, não se deve estranhar que "ortodoxos" se comportem como "fundamentalistas".
