@folha repercutiu estudo do @FGVIBRE sobre os rendimentos da classe A1 (topo). Comento alguns pontos interessantes no fio a seguir:
1- Rentismo
2- diferencial de rendimento público-privado
3- efeito do teto sobre a SELIC
4- Benefícios fiscais
www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/0…
1- Rentismo
2- diferencial de rendimento público-privado
3- efeito do teto sobre a SELIC
4- Benefícios fiscais
www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/0…
1- Os gráficos mostram maiores rendimentos associados ao rentismo cartorial (monopólio estatal) e o capital patrimonial de que falou Piketty (2014). A concentração dos rendimentos no poder judiciário evidencia a república de bacharéis que ainda caracteriza nossa sociedade. 
2- Diferencial público-privado causa espanto e aguça rejeição a servidores públicos. Porém, quais são as causas do baixo avanço dos rendimentos do setor privado? A desigualdade de salários é imensa e, como @PSGala1 e eu discutimos em nosso livro, decorre da incapacidade...
... do país de aprender produtivamente para escalar os degraus da escada tecnológica. Desindustrialização é um dos resultados do rentismo encastelado no topo da distribuição. Empresários ocupam apenas 4a. posição nos rendimentos das ocupações agregadas. Rentistas lideram a lista.
3- sugere-se que o teto de gastos derrubou a SELIC e a inflação. Mas o teto até agora não foi uma restrição relevante sobre as despesas obrig. A tese das "expectativas ingênuas" que acreditam em promessas ignora a desaceleração econ. e desemprego desde 2016.
4 - a reportagem discute com muita atenção a busca do governo por R$ 16 bi aqui, R$ 5 bi ali, mas cita bem timidamente o valor monumental dos benefícios fiscais ao setor privado que, em 2020, devem somar R$ 320 bilhões, dizendo que cabe à reforma tributária corrigir isso.
Por fim, há um problema de múltiplas carreiras no Setor Público, mas focar no diferenciais de níveis do rendimento médio encobre a desigualdade imensa que caracteriza os dois setores. É melhor pensar em como gerar "bons empregos" que pagam melhor para a economia inteira.
A crise é propícia a resolver insatisfações acumuladas no tempo com relação aos "privilégios" dos servidores públicos. Vamos combater os privilégios em ambos os setores. A renda é de toda a sociedade, correndo ela para os donos de cartório ou para os bolsos de monopolistas
Há vários outros pontos importantes, mas deixo-os para vcs comentarem.
