Thread by @NaoExistePI

Acredito que vocês já ouviram falar de Teoria dos Jogos, certo?

A teoria dos jogos é um ramo da matemática que, em suma, testa diversas possibilidades com o intuito de descobrir qual dessas possibilidades é mais vantajosa escolher, para assim fazer uma escolha padrão, diminuindo as chances de erro

É algo interessante, existe algo chamado de

Regra de Ouro (pt.m.wikipedia.org/wiki/%C3%89tic…)

A Regra de Ouro trata-se basicamente de tratar o próximo como gostaria de ser tratado.

Isso emerge em diversas culturas espontaneamente, cada uma com uma roupagem diferente, na nossa seria o “Amarás o próximo como a ti mesmo”, ou

“Tudo que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles”, e isso se repete em quase todas as religiões:

“O que é odioso para ti, não o faças ao próximo. Esta é a lei toda, o resto é comentário.” Judaísmo

“Nenhum de nós é crente até que deseje para seu irmão aquilo que deseja para si mesmo.” Islã

“Não atormentes o próximo com aquilo que te aflige.” Budismo

“Esta é a suma do dever: não faças aos demais aquilo que, se a ti for feito, te causará dor.” Hinduísmo

“Não façais aos outros aquilo que não quereis que vos façam.” Confucionismo

Coincidência como em toda e qualquer cultura a valor da reciprocidade emerge, não é? Bem, nem tanta assim!

Existe um motivo para isso, e esse “joguinho” demonstra isso:

ncase.me/trust

É interessante porque, através desse joguinho, que é uma emulação de uma teoria dos jogos para facilitar a visualização por nós leigos, podemos ver como a ética libertária emerge de forma espontânea, vamos entender como:

A teoria do joguinho trata especificamente sobre a evolução da confiança, a pergunta que ela se propõe a responder a seguinte pergunta: em uma situação de ganha-ganha, quem se sobressai, aquele que trapaceia ou aquele que é honesto?

Pra isso criou um cenário em que uma cooperação mútua ajudava um pouco cada indivíduo, e uma interação em que um indivíduo coopera e o outro trapaceia, o que coopera sai perdendo e o que trapaceia sai ganhando muito mais do que se fosse uma cooperação mútua

PAUSA PARA ANÁLISE
Por muito tempo, acreditou-se que economia era um jogo de soma zero, e não de ganha-ganha, isso foi o que fundamentou as teorias socialistas em seu princípio, a crença que, já que as trocas fariam com que um saísse perdendo e o outro ganhando, aqueles que

Acumulassem muito, ou seja, ganhassem muito, fariam com que aqueles que têm pouco perdessem o pouco que tem, entrando em uma espiral de pobreza até se revoltarem contra aqueles que pegaram tudo para eles. Bem, a história nos mostrou que estavam errados e as trocas são sim win-win

RETORNANDO
Se aquele que trapaceia ganha mais, então você deve estar pensando que trapacear sempre fará ele ganhar muito mais então, certo? Errado
A longo prazo o trapaceiro será excluído das interações do resto da sociedade e as interações passam a se resumir aos mais confiáveis

Remoção física na veia

Como o joguinho chega nessa conclusão?

Ele primeiro cria diversas personalidades:
Aquele que sempre coopera
Aquele que coopera sempre se não for trapaceado
O que perdoa uma vez
Aquele que trapaceia sempre
O aleatório
E muitas outras

Depois faz os indivíduos com as mais diversas personalidades interagirem entre si em diversas rodadas em um círculo de interação, simulando uma sociedade

A cada rodada alguns com menos pontos são excluídos do círculo

No fim, aquele coopera de início, e trapaceia uma vez como

punição contra quem trapacear ele quando ele foi cooperar, e depois perdoa e volta a cooperar normalmente até ser trapaceado novamente, é sempre o que se sobressai, é basicamente o princípio de não-agressão, não trapacear não trapaceiros e trapacear trapasseiros, não agredir

não-agressores e agredir agressores (e cessar agressão quando ela não existe mais, não a manter permanentemente).

Esse se sobressai até o ponto de se tornar a única personalidade do círculo.

Mas aí surge a pergunta:
Por que na sociedade não há apenas pessoas com essa

personalidade?

Aí surge o problema da evolução da confiança: as falhas de informação.

Quando um não coopera, mas não por trapacear, mas porque algo inesperado aconteceu, e o outro não sabe, e fica pensando que o primeiro trapaceou, cria uma distorção no círculo

A personalidade que inicia cooperando, mas trapaceia contra trapaceadores, continua sendo predominante no círculo, mas não o domina completamente por falhas informacionais. É por isso que eu acredito que uma sociedade libertária ainda não emergiu também, mas é por isso que o

ideal libertário vem crescendo: estamos em plena era informacional, as informações estão sendo passadas de melhor forma, isso reforça as trocas voluntárias e inibe a proliferação das personalidades trapaceiras, pois a própria sociedade vai os excluindo conforme melhora informação

Quer ver isso na prática? Aplicativos. Eles fazem, de forma orgânica, uma transmissão clara de informações (avaliações) excluindo organicamente aqueles com personalidade indesejada (através das avaliações baixas).

Por isso eu acredito que o melhor amigo do libertarianismo é a tecnologia, quanto mais aprimorarmos a nossa transmissão de informação, mais próximos estaremos de uma sociedade libertária.

Não esqueçam de levar isso pra vida também: seja sempre honesto com aquele que não se mostrou desonesto, boicote e puna a desonestidade, mas também esteja disposto a dar segundas chances.

Façam o joguinho quando tiverem tempo livre, acrescenta muito.

ncase.me/trust