Uma das coisas que eu concebi lendo Demian foi a importância de dar o devido valor ao sofrimento.
Por motivos biologicamente óbvios, nós corremos atrás de uma visão hedonista da vida. Quanto mais prazer, melhor. E com isso vem todo aquele repúdio à dor.
Qualquer situação adversa é vista com pesar.
Qualquer coisa que vá em sentido contrário ao do pleno prazer é um estorvo — mais um momento ruim que teremos que superar, tornando a experiência de viver cumulativamente desgastante.
Nessa corrida hedonista, é comum ver pessoas entregando-se ao universo dos prazeres.
Comida em excesso, bebida em excesso, cigarros em excesso, fotos em excesso. Afinal, não seria essa a atitude mais racional? Perseguir cegamente tudo que nos concede prazer e refuta a dor?
A contradição torna-se clara quando observamos o que leva algumas pessoas aos extremos. A busca incessante por prazer torna a noção de monotonia muito mais comum. Na ausência de algo que a deixe imersa, embebida pela satisfação, todo resto se assemelha à dor.
Justamente aquela que ela tanto repudia.
A solução cômoda é aumentar a dose. Inicia-se o ciclo que todos conhecemos.
A menos óbvia, contudo, é aumentar o custo de oportunidade. Passar não só a abrir mão de demonizar o sofrimento, mas até mesmo a buscá-lo, em certas situações.
Ter ao seu lado o constante lembrete de que há situações extremamente desagradáveis torna o simples fato de não estar inserido em uma delas uma fonte de prazer.
Quanto mais baixa a régua, menor a necessidade do entretenimento barato pra se constatar feliz.
O sofrimento tem seu valor na vida.
Pesa a balança. Deixa explícito o que é ruim e, ironicamente, o que é bom.
Nos deixa mais impassíveis frente às aleatoriedades da vida.
E, acima de tudo, permite viver uma vida aprazível, mesmo com pouco.
That's it, acabou o horário de almoço. Voltarei ao trabalho.
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Os 10 Melhores Livros de Valuation e Análise de Ações (imo) 🧵
1/ Narrative and Numbers - Aswath Damodaran
É o melhor livro não técnico que você pode ler para colocar o pé nesse mundo de análise fundamentalista, sem ter que se preocupar com matemática/contabilidade.
Damodaran, além de papa do Valuation, escreve de forma muito carismática.
2/ Competition Demystified
Este é um dos melhores e mais enxutos livros para explicar análise setorial que eu conheço.
É o conteúdo de um livro de microeconomia filtrado, condensado e com exemplos de empresas reais.
Quando a gente ouve falar do setor de telecomunicações na bolsa, muitas vezes o papo fica concentrado nas gigantes Vivo, TIM e Oi.
Entretanto, existem outras formas interessantes de se expor a esse setor no Brasil.
Este é o nosso Guia Completo de Telecom. 🧵
Nesse thread, você aprenderá:
1) Como funciona o mercado brasileiro de telecom; 2) Quem são as grandes operadoras (VIVT3, TIMS3 e OIBR3); 3) Quem são as provedoras de Internet, conhecidas como ISPs (BRIT3, DESK3 e IQE3); 4) O que determina o crescimento do setor; 5) Os riscos.
O mercado de telecom no Brasil é dividido em 2 grandes áreas:
No dia 1º de março de 1993, o Brasil testemunhou o nascimento da Unidade Real de Valor (URV), marcando 30 anos de uma estratégia revolucionária.
Entenda como essa "quase-moeda" conseguiu reduzir a inflação em mais de 95%. 🧵
A URV foi o prelúdio do real, levando uma economia asfixiada por uma inflação estratosférica, superior a 40% ao mês, a uma era de estabilidade, com taxas muito mais baixas.
Tudo isso sem recorrer a choques ou congelamentos de preços, traumas de programas dos governos anteriores.
O contexto político e econômico da época era complexo.
Collor acabara de renunciar e Itamar assumiu o país em frangalhos.
Seu governo começou mal, com 3 ministros da Economia derrubados em pouco tempo.
No entanto, um tal de FHC chegou ao cargo... e aí tudo mudou.
Em 2019, a C&A fez IPO e suas ações chegaram a ser cotadas a mais de R$ 18.
Três anos depois, elas haviam derretido e valeram menos de R$ 2.
Agora, a ação caminha para os R$ 10 – uma alta de quase 400%.
Essa é a história por trás dessa epopeia 🧵
A C&A é uma empresa holandesa criada em 1841.
O nome dela vem das primeiras letras dos nomes de seus fundadores: os irmãos Clemens e August Brenninkmeijer.
Naqueles tempos, comprar roupas prontas era coisa de rico. Dessa forma, a C&A vendia rolos de tecidos.
Tudo mudou quando os irmãos Brenninkmeijer conheceram a máquina de costura, acelerando a confecção.
Já a massa de trabalhadores que acumulara dinheiro durante a primeira revolução industrial, porém não o suficiente para contratar um alfaiate, acabou tornando-se cliente da C&A.