Incerteza pós-eleitoral e uma contestação do resultado nos EUA representariam um risco geopolítico relevante. De fato, a expectativa de um cenário turbulento após as eleições do dia 3 de novembro pode fazer com que outros líderes mundiais coloquem as asas de fora. 🧵👇
Sabendo que os Estados Unidos possivelmente estarão absorvidos em sua crise interna, rivais podem se aproveitar da situação para fazerem seus próprios movimentos. Todo evento que absorve demais as atenções traz esse tipo de risco.
Em 2008, por ex, a Rússia aproveitou a atenção global nas Olimpíadas de Pequim para invadir a Geórgia. Mas se eventos positivos já abrem brecha para lances oportunistas, o q dizer de uma crise institucional na maior potência mundial. Rússia & China podem aproveitar esse momento
Em agosto, o tenente-coronel do exército John Nagl escreveu uma carta aberta ao chefe do Estado-Maior dos EUA afirmando q “caso Trump se recuse a deixar o cargo ao término de seu mandato, os militares americanos devem removê-lo à força, e essa ordem teria que partir do senhor”.
Do mesmo modo, não está certo que Biden aceitaria imediatamente a notícia de uma derrota nas urnas.
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O Haiti, país hoje marcado pela anarquia e extrema pobreza, já foi uma potência econômica com ampla influência geopolítica. 🧵👇
Às vésperas de sua independência em 1804 – fruto da primeira e única revolta escrava bem-sucedida nas Américas – Haiti (ainda chamado Saint-Domingue) era o principal produtor mundial de açúcar e café,o que fazia do país caribenho uma peça central do sistema escravista atlântico.
A guerra da independência viu as forças revolucionárias de Saint-Domingue derrotarem ninguém menos que um exército francês de 80.000 homens enviados por Napoleão.
Os EUA pressionaram, durante boa parte do ano de 2022, as Forças Armadas brasileiras a respeitarem o resultado das eleições presidenciais, e parecem ter tido um papel altamente relevante e possivelmente decisivo. 🧵👇
Os EUA montaram uma campanha diplomática cujo principal alvo foram justamente as Forças Armadas brasileiras – identificadas pelos EUA como ator-chave em um momento de fragilidade democrática no Brasil.
Os emissários de Biden deixaram claro que o não reconhecimento do resultado das urnas por parte dos generais levaria a um redução drástica da relação militar dos EUA com o Brasil, ciente de que a cooperação entre os dois países é muito valorizada pelos fardados no Brasil.
One of Joe Biden’s most significant foreign-policy achievements to date remains curiously overlooked. Mounting evidence suggests the US government was crucial to keep pro-Bolsonaro generals at bay in 2022 when Brazil's democracy was on the brink 🧵👇
Court documents related to a recent police raid suggest that Bolsonaro personally edited a decree that would have overturned election results & imprisoned a Supreme Court justice; a general loyal to the president confirmed he would provide the troops needed to carry out the coup
In the end, however, the coup-mongers did not get their way—in part due to divisions within Brazil’s armed forces that were the target of concerted pro-democracy efforts by U.S. President Joe Biden.
The recent revelations of coup-mongering among Brazil's armed forces in late 2022 provide an opportunity to initiate a broader process of reforming civil-military relations in Brazil to assure that the military commits to staying away from politics for good. 🧵👇
The Brazilian military’s impunity after democratization allowed it to propagate myths about its role in Brazilian society. These include the idea that the members of the armed forces are more patriotic than civilian leaders.
Security forces also continue to brand themselves as a “moderating power”: an independent center of political power able to stabilize the country in moments of tension or volatility.
As recentes revelações sobre iniciativas e planos antidemocráticos por integrantes do governo Bolsonaro sugerem que um golpe não aconteceu, acima de tudo, por falta de apoio mais amplo das Forças Armadas brasileiras. 🧵👇
Ainda devem emergir numerosos detalhes daqueles meses conturbados da segunda metade de 2022, mas há indícios de que uma análise mais profunda terá que incluir não apenas o cenário doméstico, mas também o externo.
Os EUA, que pressionaram, durante boa parte do ano de 2022, as Forças Armadas brasileiras a respeitarem o resultado das eleições presidenciais, parecem ter tido um papel altamente relevante e possivelmente decisivo.
O que mais surpreendeu na retórica chinesa durante a campanha presidencial em Taiwan foi o amadorismo na comunicação bruta e deselegante do governo de Xi Jinping em sua tentativa de influenciar o voto taiwanês. 🧵👇
Enquanto as interferências russas nos debates públicos em países democráticos são sutis para que pareçam notícias domésticas ou conteúdo espontâneo, ao governo chinês ainda parece faltar habilidade para interferir na opinião pública em democracias.
Enquanto o governo russo produz vídeos engajadores e muitas vezes divertidos para viralizarem nas redes sociais no país-alvo, a comunicação chinesa mantém muitas vezes um tom oficial, previsível e tosco com pouco potencial para alterar a opinião pública no exterior.