Thread by @yasminsmp

Há dois anos e meio comecei a trabalhar no meu emprego dos sonhos. Já contei essa história algumas vezes, mas reconto hoje para dizer que estou me despedindo. Decidi deixar a @revistapiaui para buscar novos projetos. Neste fio, falo um pouco sobre o que fiz por lá. 🧶

Comecei como estagiária em março de 2018. Cheguei na redação nervosa, torcendo pra não me pautarem nada no primeiro dia. Tava tudo indo bem até que um editor sentou ao meu lado e pediu ajuda pra achar uma personagem: uma menina negra cujo primeiro voto tivesse sido na Marielle.

Logo respondi que seria fácil de encontrar essa pessoa, já que eu mesma era essa menina. Enquanto eu acionava meus contatos, ele assuntou com o diretor da redação e acabou sobrando pra mim. Estreei escrevendo em primeira pessoa.
piaui.folha.uol.com.br/materia/do-lad…

Em maio daquele ano, tive a missão de encontrar uma eleitora “nem nem” – que, como 43% do eleitorado, rejeitava Lula e Bolsonaro. Contei a história de Muniky, moradora de Duque de Caxias e mãe da Mariah. Indignada, ela me disse: “esse governo mata gente”.
piaui.folha.uol.com.br/fora-do-balaio/

Depois, me arrisquei um pouquinho mais na cobertura política e escrevi sobre o Ciro Gomes das eleições de 2018 VS a “sinceridade” dos militantes do então presidenciável.
piaui.folha.uol.com.br/ciro-sincero-m…

Quando não estava escrevendo, estava aprendendo sobre marketing digital com a @leitoramedia, que foi gerente de projetos da piauí. Com o tempo, fui ajudando a pensar o planejamento das redes sociais da revista e a criar estratégias para otimizar os canais digitais do veículo.

Kell saiu em 2019 para integrar a equipe da maravilhosa @radionovelo e sobrou pra mim, que era sua pupila, cuidar das redes sociais da piauí. Numa espécie de se vira nos 30, me vi às voltas com métricas e muito, mas muito PhotoShop.

Paralelamente a isso, no final de 2019, comecei a produzir e a cuidar da distribuição do #ForoDeTeresina, o podcast de política da piauí. E, como tal, também revezava a tarefa de ser babá do Teresino.

Além do Foro, passei a cuidar da distribuição e otimização digital de todos os podcast da revista: @mvcopodcast, sobre mulher e mercado de trabalho, @aterrapodcast, sobre ciência, e Luz no fim da quarentena, sobre a pandemia. Não brincava quando dizia que fazia malabares na piauí

Na revista, também pude escrever sobre gente que admiro. Em dezembro de 2018, contei a história do @Savagefiction, que usava as threads do Twitter para (re)contar histórias sobre as populações negras e quilombolas.
piaui.folha.uol.com.br/materia/mas-se…

Falei com Heloisa Buarque de Hollanda sobre como é ser uma mulher PhoDona dentro do ambiente acadêmico e como é necessário discutir a nossa relação com os considerados “grandes intelectuais”, que são sempre homens brancos.
piaui.folha.uol.com.br/materia/as-pho…

O que era pra ser uma matéria pequena, virou um perfil imenso sobre um fenômeno do funk carioca: @turbininha19. No ano passado, a DJ mulher mais influente do gênero me contou que gosta mesmo é de pagode e que funk, na favela, é pique rave.
piaui.folha.uol.com.br/materia/pancad…

Esbarrei com essa história na rua. Fiquei intrigada quando vi que um bar de Vila Isabel estampava um enorme diploma de 171. Fui atrás e descobri que, há décadas, um grupo de amigos se reúne todo 17/01 para eleger o pilantra do bairro. Terra de bamba, né?
piaui.folha.uol.com.br/materia/um-tre…

Plenah e colagenadah, @benozzatiarthur me contou de quando o confundiram com uma hétera na internet e ele acabou virando a Masculynah. “Como não correspondi às expectativas, começaram a me xingar e a debochar do meu jeito.”
piaui.folha.uol.com.br/materia/mascul…

Encerro com o texto mais difícil que escrevi. Há um ano, tive a ideia de transformar o meu TCC, sobre a falta de diversidade na imprensa, em um texto para piauí. Discuti o tema a partir da minha experiência e da dos 47 jornalistas negros que entrevistei.
piaui.folha.uol.com.br/materia/letra-…

Aqui fica também um agradecimento público a toda equipe da piauí, que sempre foi muito receptiva. Todos esses textos passaram pelas mãos e olhos atentos de editores, checadores e revisores. E ainda contei com críticas e sugestões generosas de outros colegas. Saio feliz.