Exato, mas a retração da oferta se deve ao fato de vários países produtores, por conta da situação anormal de pandemia, terem reduzido sua oferta de arroz ao mercado internacional para, estratégicamente, preservarem maiores quantidades para seu consumo interno. Segue
O Brasil fez exatamente o inverso. A exortação foi quase 10 vezes maior neste ano do que em 2019. Os nossos produtores, muito preocupados com seus compatriotas, não desperdiçaram a chance de lucrar como nunca com a subida de preços do produto no mercado externo.
OK, essas são as regras do jogo. Capital não tem pátria e os capitalistas agiram como capitalistas. Mas a situação seria bem diferente se o governo tivesse estoques reguladores e pudesse entrar ofertando para conter a elevação dos preços internos.
Contudo, nossos estoques reguladores são zero. Desde o governo Temer eles são praticamente zero, porque, segundo a fé ultraliberal, trata-se de um investimento desnecessário, já que os mercados se auto-regulam.
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(1/5) Não poderia terminar o dia de hoje (na realidade já é amanhã...🙃) sem deixar algumas palavras sobre o arcabouço fiscal que o Ministro Haddad deu a público hoje.+
(2/5) Acho que não exagero se disser que a equipe da Fazenda conseguiu dar nó em pingo d’água para compatibilizar um desenho de regra fiscal não totalmente avesso ao mercado (financeiro) com o necessário espaço para o cumprimento das promessas de Lula, sobretudo no plano social.+
(3/5) Muitos dos expedientes utilizados na nova regra (arcabouço) já haviam sido antecipados por colegas economistas aqui mesmo neste espaço. Vide, por exemplo, as sugestões de @paulonbjr. O desenho, portanto, me parece muito bem feito.+
(1/4) Uma das coisas mais interessantes sobre a atual conjuntura econômica de nosso país foi dita pela economista indiana Jayati Ghosh no Seminário sobre Desenvolvimento promovido recentemente pelo BNDES. Disse ela: +
(2/4) o Brasil é um país masoquista: sem ter dívida líquida externa, tendo dívida interna baixa e sem ter exigências do FMI, se autoimpõe a tarefa de gerar superávits primários em meio a tantas demandas sociais e à necessidade de elevar o investimento público.+
(3/4) Sim, o Brasil é um país masoquista, comandado por uma elite sádica (como tb já foi dito aqui) e rentista. No mesmo dia dessa fala de Ghosh no seminário, tinha início a reunião do COPOM (Banco Central) para a definição da taxa básica de juros a vigorar no próximo período.+
1/13 Há 3 dias escrevi no jornal GGN um artigo intitulado: "grande mídia ou grande terrorismo?" Trato ali da incrível caixa de ressonância q a gde mídia corporativa representa p/ o pensamento econ. ortodoxo e ultraliberal, que busca preservar a riqueza financeira de poucos.(+)
2/13 Terminei o artigo dizendo: "Se aos poucos devemos nos livrar do terrorismo bolsonarista, o contrário deve acontecer c/ o terrorismo econômico. Ele vai recrudescer e não seria tão bem-sucedido sem a ajuda do parceiro de sempre… uma mídia a serviço do Brasil, para poucos."(+)
3/13 Meu prognóstico não poderia ter sido mais acertado. O país assistiu hoje a mais uma gritaria dos mercados, com bolsa caindo e dólar subindo. O motivo foi a fala de Lula na COP 27, contrária ao teto de gastos.
1/13 Foram necessários um sem-número de estudos de renomados professores de universidades tb internacionalmente renomadas p/ q se chegasse a uma "espantosa" conclusão: "há uma dimensão supraindividual na determinação da pobreza." Nossa! Que coisa, hein!? Mas não nos enganemos.+
2/13 Segundo Samuel Pessoa, essa seria a "verdade da esquerda". Os + desavisados poderiam pensar que o professor Pessoa, conhecido por suas posições ultraliberais, teria finalmente encontrado um ponto em comum com o tipo de pensamento q ele combate cotidianamente. Só que não..+
3/13 Primeiro que a conclusão dele está errada. Esta não é a verdade da esquerda, se entendermos por esquerda o pensamento que vê a sociedade como feita de elementos que transcendem o indivíduo.+
1/15 O grande economista e meu amigo Paulo Nogueira Batista diz neste artigo instigante que há uma pergunta que não quer calar, sobretudo no debate que divide os heterodoxos: há ou não um limite para a sustentabilidade da dívida pública?
2/15 Ele dialoga aqui sobretudo com aqueles que defendem a Moderna Teoria da Moeda (MMT na sigla em inglês), para os quais esse limite é um preconceito ortodoxo, uma vez que o Estado que se endivida na sua própria moeda, soberanamente emitida, não tem como “quebrar”.
3/15 Sendo ele próprio um heterodoxo, mas discordando desses que ele chama de “heterodoxos extremados”, ele vai argumentar que esse limite existe sim, e levanta duas razões principais que o explicariam.
Considerações sobre afirmações de André L. Resende no Roda Viva e a Modern Money Theory (MMT).
André é um economista refinado, que discute de forma elegante e vem desafiando o mainstream por sua defesa da MMT. A discussão sobre esse tema no Brasil foi introduzida por ele.(+)
2 Foi muito oportuna essa atualização do debate q ele patrocinou e, dado o atraso e o primarismo congênito dos economistas e analistas q a midia em geral escuta, a MMT é uma arma estratégica importante p/ lutar contra o austericídio. Mas expresso aqui minhas discordâncias.(+)
3 A primeira discordância refere-se à sua afirmação de que a vinculação entre Estado e mercado se dá através do dinheiro. Disse ele: sem Estado não há moeda, e sem moeda não há mercado; portanto não há mercado sem Estado.(+)