Como uma vitória do candidato democrata Joe Biden nos EUA em novembro afetaria a relação bilateral entre os EUA e o Brasil? Bolsonaro, que apostou todas as suas fichas na aproximação com Trump, seria um dos líderes mais afetados pela vitória de Biden. 🧵👇
Vários especialistas acreditam q uma derrota de Trump ñ necessariamente causaria uma ruptura nas relações entre os EUA & Brasil. @robertosimon escreve
q “um antagonismo profundo parece improvável”, e q Biden seria “um pragmático convencido da importância da relação com o Brasil”
De fato, não há dúvida de que o democrata teria pouco interesse em isolar o Brasil e empurrá-lo para os braços da China ― afinal, espera-se que Biden mantenha a atual estratégia de Trump em relação ao país asiático.
Porém, a avaliação dos otimistas presume uma forte dose de pragmatismo do lado de Bolsonaro, e pouco na sua atuação externa até hoje sugere que tenha interesse ou capacidade para tal. O caso da derrota de Maurício Macri na Argentina no fim de 2019 serve como exemplo preocupante.
A maioria dos analistas esperava que Bolsonaro adotasse uma postura pragmática quando ficou claro que Alberto Fernández, aliado de Cristina Kirchner, grande inimiga do bolsonarismo, se tornaria presidente. Deu-se o oposto. Até hoje, Bolsonaro nunca falou com Alberto Fernández.
O exemplo da relação bilateral com a China tampouco inspira otimismo. Mtos esperavam q Bolsonaro abraçaria o pragmatismo depois de ter atacado a China durante a campanha presidencial. Uma vez eleito, porém, pouco mudou. A relação hj está marcada pela desconfiança.
Para pensar sobre a reação de Bolsonaro a uma possível vitória de Biden, é preciso lembrar q Trump dificilmente aceitaria o resultado. Durante semanas ou meses de incerteza, em q Trump se recusasse a ceder e apresentasse supostas evidências por fraudes, como reagiria Bolsonaro?
Se Bolsonaro ou seus familiares optarem por defender publicamente Trump durante o impasse, haverá pouco espaço para pragmatismo quando Biden se tornar presidente. Vale lembrar q, mesmo com Biden liderando com folga, Eduardo Bolsonaro decidiu postar, no twitter, um vídeo pró-Trump
Mesmo fora da Casa Branca, Trump estará no controle do Partido Republicano. Steve Bannon e outros estrategistas buscarão se reagrupar para atacar nas eleições parlamentares já em 2022. É evidente que Eduardo Bolsonaro manteria contato com redes de extrema-direita nos EUA.
Seria uma ótima notícia se Bolsonaro optasse pelo pragmatismo caso Biden saia vitorioso. Porém, diante do histórico da política externa bolsonarista até agora, é preciso se preparar para uma crise na relação com os EUA ―e o isolamento do Brasil no Ocidente brasil.elpais.com/opiniao/2020-0…
1️⃣ As eleições na Bolívia no último domingo foram um verdadeiro terremoto político: após quase 20 anos de domínio do MAS sob Evo Morales e Luis Arce, os três primeiros colocados no 1º turno vieram da direita: Paz Pereira (32,1%), Tuto Quiroga (26,9%) e Doria Medina (19,9%). 🧵
2️⃣ O principal candidato da esquerda, Andrónico Rodríguez, teve apenas 8,1%. Logo após a divulgação dos resultados, tanto ele quanto Medina reconheceram a derrota — um sinal importante de amadurecimento político e respeito às instituições democráticas.
3️⃣ O contraste é evidente: nos EUA em 2020 e no Brasil em 2022, Trump e Bolsonaro não só rejeitaram o resultado, como mobilizaram apoiadores contra a legitimidade dos vencedores. Na Bolívia, Rodríguez afirmou: “Aceitamos com respeito esta decisão democrática.”
1️⃣ Nem irrelevante, nem salvador: o BRICS em tempos de Trump
A visão binária sobre o grupo ignora que ele tem alguma utilidade, mas com claros limites — e que o Brasil precisa apostar no multi-alinhamento. 🧵👇
2️⃣ O retorno de Trump à Casa Branca teve efeito inesperado: dar novo fôlego ao BRICS. Sua retórica errática, tarifas punitivas e ameaças contra o bloco reforçaram a necessidade de diversificar parcerias e reduzir a dependência de Washington.
3️⃣ Até na Índia, que estreitava laços com os EUA há décadas, as tarifas-surpresa de Trump reforçaram a percepção de risco de depender demais de um aliado volátil, levando Nova Délhi a valorizar mais o multi-alinhamento como seguro geopolítico.
1⃣ The real casualty of sanctioning Brazil’s Chief Justice Alexandre de Moraes under the Magnitsky Act isn’t him—it’s the Magnitsky Act itself. A tool designed to those involved in gross human rights violations is being weaponized for political theater. 🧵
2⃣ I disagree with several of Moraes’s rulings. But applying the Magnitsky Act to a judge in a democratic country because the US president disagrees with his rulings undermines the entire purpose of it—and hands authoritarian regimes a reason to dismiss it as politicized.
3⃣ Some Trump and Bolsonaro supporters will cheer this move. But the personal impact on Moraes—who is used to death threats and court battles—is likely to be minimal. The damage to U.S.–Brazil relations, however, is immeasurable.
1⃣Instalou-se um elemento de incerteza excessiva na relação bilateral com Washington, que obriga o Brasil a acelerar o processo de diversificação de parceiros para reduzir sua exposição aos EUA – não apenas no âmbito comercial e financeiro, mas também no tecnológico e militar 🧵
2⃣Mesmo que um acordo seja fechado antes de 1º de agosto, o Brasil precisa se preparar para o pior: tarifas, sanções e até rompimento diplomático. Tentar preservar laços com os EUA e diversificar parceiros são estratégias que devem caminhar, portanto, juntas.
3⃣A tarifa de 50% equivale, na prática, a um bloqueio ao mercado americano para produtos brasileiros – especialmente os de maior valor agregado. Em 2024, os EUA absorveram 12% das exportações do Brasil.
1⃣One week from now, Trump’s 50% tariffs on Brazil are set to take effect—marking the deepest crisis in decades in the relationship between the Western Hemisphere’s two largest nations. A few thoughts: 🧵
2⃣Past trade talks Trump and other countries offer limited guidance this time. The rationale behind the Brazil tariffs not only economic, but also political—making this a different kind of standoff altogether.
3⃣Trump’s tariffs are a textbook case of autocracy promotion: he’s punishing Brazil for prosecuting a former strongman who tried to cling to power illegally.
1⃣ Trump acaba de anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, acusando o Brasil de perseguir seu aliado Jair Bolsonaro. A medida eleva drasticamente a tarifa planejada de 10% e marca a primeira ameaça direta a Brasília desde sua volta ao poder. 👇🧵
2⃣Era uma questão de quando, não de se isso ia acontecer. O Brasil sabia que poderia passar um tempo fora do radar de Trump, mas que em algum momento viraria alvo. A divergência ideológica com Lula tornava esse ataque provável.
3⃣Mas vale lembrar: Trump já ameaçou o Brasil com tarifas sobre o aço em 2019 — quando Bolsonaro, seu aliado, era presidente. Ou seja, a questão aqui não é só afinidade ideológica, mas a disposição de Trump em usar tarifas como arma gepolítica.