1/ Faltando 50 dias, as certezas das eleições americanas são 1. o resultado será contestado e 2. se Trump vencer, ele se vingará de todos seus opositores. O esforço em bajular e o medo da raiva de Trump são o novo termômetro da diplomacia, incluindo a de Bolsonaro+
2/ Nesta semana, Bolsonaro manteve zero imposto p/ importação de etanol EUA, beneficiando os agricultores do Iowa e prejudicado o setor sucroalcooleiro brasileiro. Entre janeiro e agosto, o déficit do Brasil com os EUA passa de US$ 3 bilhões. Era de U$ 213 milhões em jan/ag 2019+
3/A decisão de Bolsonaro não faz sentido político, nem econômico, nem de abastecimento, mas ajuda a campanha de Trump em Iowa, um dos estados indefinidos na eleição de novembro+
4/Bolsonaro não está solo na ode de bajulação a Trump. Os países da América Latina elegeram um acólito de Trump para a presidência do BID, encerrando tradição de que o posto nunca era ocupado por americanos+
5/O argumento p/ submissão é simplista. Desagradar Trump coloca o país como alvo de sanções e assédios pessoais. Já Biden, se eleito, teria problemas demais para se preocupar com Latam+
6/No caso brasileiro, é um erro. Uma das suas maiores fragilidades de Biden é atrair o voto dos jovens de esquerda ambientalista que se encantaram c/ Green New Deal. Uma das soluções mais baratas para obter a simpatia desses eleitores chama-se bater em Bolsonaro+
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1/Desde o Datafolha de março, o Rio Grande sofreu um dilúvio, o governo sofreu derrotas em série no Congresso, o dólar subiu 9,5%, Tarcísio se consolidou como herdeiro do bolsonarismo, o Congresso tentou aprovar uma legislação medieval contra as mulheres que abortam e... nada +
2/A pesquisa mostrou que nesses três meses de tantas polêmicas e notícias relevantes, a aprovação do governo Lula apenas variou de 35% para 36%, a reprovação oscilou na margem de erro de 33% para 31%, enquanto o regular passou de 30% para 31% +
3/Essa estabilidade é um dos sintomas da calcificação levantada no livro "Biografia do Abismo", que escrevi com @profFelipeNunes. A disputa que até 2006 se dava em torno dos partidos passou a ser um identidade geográfica, renda, gênero, idade, religião e raça+
1/ O governo Lula não completou um mês e já sobreviveu à uma horda de bárbaros que atacou os símbolos do poder da República, interveio na segurança do Distrito Federal e trocou o comandante do Exército.
2/Em 25 dias, Lula enfrentou mais turbulência institucional do que em 2 mandatos. Mas se conseguir virar a página do golpismo _ o que Lula acha ter conseguido com a nomeação do general Tomáz Paiva _, Lula terá de enfrentar a sua nêmesis, a possibilidade de uma recessão+
3/Há um consenso que a economia está desacelerando. Na pesquisa do Banco Central, a previsão é que o PIB feche o ano em 0,79%, vindo de um crescimento =~3% em 2022. Vários bancos estimam que o Brasil terá crescimento zero no 2.o e 3.o trimestres, podendo ser negativo no 4.o.
1/Para entender os discursos de Lula sobre o BC é precisar aceitar a premissa: há um consenso que a taxa de juros reais de 8% é obstáculo instransponível para o sucesso do governo. Não há como Lula devolver “o Brasil do domingo dos pobres com picanha e cerveja” com essa Selic.
2/A pressão sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não pode ser entendida como um debate econômico. É político.+
3/O fato de Campos Neto ter permanecido até 11 de janeiro num grupo de WhatsApp com o nome “Ministros do Bolsonaro” azedou a possibilidade de uma relação suave com Lula. Campos disse que saiu do grupo, mas a nódoa ficou
1/Governar é escolher adversários. Depois de uma campanha demonizando Arthur Lira, Lula da Silva logo que eleito ordenou ao PT que apoiasse a reeleição do presidente da Câmara e disse publicamente que seu governo depende mais do Congresso do que o contrário+
2/A mídia está sendo tratada com profissionalismo. As Forças Armadas, mesmo depois da postura ambígua na Intentona do 8 de janeiro, têm no ministro da Defesa um amigo dos militares. Adversários mesmo, Lula escolheu dois: Bolsonaro, por motivos óbvios, e o mercado financeiro+
3/A primeira entrevista de Lula como presidente, concedida à repórter @NatuzaNery, pode ser repartida em duas. Nos primeiros 40 min, ele foi incisivo ao defender a democracia, a punição aos vândalos de 8 janeiro e urgência da despolitização das Forças Armadas. Acertou no tom.
2/embora movimentem as emoções de dezenas de milhões de brasileiros, Bolsonaro e Lula estão disputando apenas o voto de 7%, aqueles que no Datafolha admitem serem volúveis.
3/Entre esses votos que ainda podem ser conquistados, 59% disseram na pesquisa que tendem a anular o voto ou votar em branco, outros 21% pendem para Bolsonaro, 15% para Lula e 5% dizem não saber o que fazer.
61% dos bolsonaristas dizem não aceitar vitória de Lula, mostra Genial/Quaest; entre lulistas, 42% recusam reeleição de Bolsonaro oglobo.globo.com/blogs/pulso/po…
2/Caso Lula vença, quase a metade dos eleitores de Bolsonaro (46%) disseram à Genial/Quaest que, se pudessem, mudariam de país. Entre os eleitores de Lula, 38% escolheriam o autoexílio e 61% permaneceriam no país+
3/Perguntados pelo principal motivo do voto, há mais gente que vota para evitar a volta do PT ao poder (49%) do que porque querem Bolsonaro de novo (48%). Entre os eleitores de Bolsonaro, 19% disseram que seu maior temor com uma vitória de Lula é que o Brasil “vire uma Venezuela”