Em uma democracia representativa, cada eleitor escolhe o seu devido representante: mas no fim o que ele tem é um conjunto de candidatos eleitos, o que pode ou não incluir o seu preferido (aquele no qual votou).
Então a frase "eleito X representa as pessoas do tipo Y" é uma simplificação por vezes bastante deturpada. Um político eleito representa um determinado indivíduo se:
a) o tal indivíduo votou naquele candidato, agora eleito;
b) aquele político promove os interesses daquele eleitor
c) aquele cargo eletivo tem o compromisso de promover boa gestão e representar TODOS os cidadãos sob a administração, inclusive as pessoas que não votaram naquele político.
Isso quer dizer que um político ateu no Legislativo, talvez um político ateu que também seja um ativista ateu, NÃO me representa só porque EU sou ateu: se eu não votei nele, não me representa; se ele, apesar de ateu, não promove meus interesses, não me representa.
Menos ainda um político qualquer, homem branco, me representa por ser vagamente semelhante a mim em aspecto físico. Semelhança física, ter o mesmo sotaque, a mesma genitália ou o que for não é representatividade política.
Daí já há infográficos de "o quanto cada partido representa a população", comparando a FREQUÊNCIA de cada tipo tipo de pessoa numa população e a mesma frequência de candidatos (ou apenas de candidatos eleitos, tanto faz) de cada partido.
A idéia aqui é simplista e falaciosa: se os candidatos (ou candidatos eleitos) de um partido tem uma distribuição de frequência próxima à da população, então o partido representa bem aquela população.
Isso é ABSURDO !!!
E já não é de hoje que tentam vender a idéia, sobretudo nos EUA (mas também aqui), de que "semelhante vota em semelhante" — o que é, obviamente, uma idéia absurda, errada, obviamente errada.
Boa parte deste papinho identitário é tentativa de criar curral eleitoral.
Identitarismo é ridículo, falacioso, divisivo e dificulta a consecução de consensos, exatamente porque tenta promover uma fragmentação artificial de grupos e interesses com base em características individuais inalteráveis e acidentais.
E certos segmentos da mídia já tem o identitarismo como cânone sagrado de maneira tão arraigada que pensa ser óbvio, correto e indiscutível que se um político se parece com alguém, então é um representante político deste alguém com quem se parece !!!
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Some of the BEST anonymous profiles here on Twitter/X
(on my opinion, according to my interests)
Anonymous profiles can surely be cunts and/or Trolls, and yet some of them are pure goldmines of nice content.
I think everyone should already know @cremieuxrecueil , the data-driven profile full of nice infos, discussions, and even "lectures". I guess Crémieux is a she, but your guesses are as good as mine.
High-quality content on her (her?) profile!
Next I'll point towards @Paracelsus1092 , that brings lots of interesting content on archeology, paleogenetics, evo-psy, history, evidence-based anthropology and so many interesting things.
You can learn a lot and find like-minded profiles on the comments!
Porque amadores automotivados fazem, DE GRAÇA, um trabalho MELHOR. E frequentemente mais impessoal, imparcial e objetivo.
E mais. Os serviços de inteligência de vários países deixa a desejar frente a alguns anônimos da internet.
Grandes portais de notícia, telejornais, etc, histéricos condenando Israel pelo incidente no hospital. Um ou outro veículo, timidamente, culpando de cara os terroristas. Em AMBOS os casos, péssimo trabalho.
À época, sabíamos quase nada. Tem de se ater aos fatos, não às ilações.
Em tempo real, anônimos automotivados fizeram, de graça, a confirmação da localização do incidente por geolocalização. Levantaram vários vídeos, de vários ângulos e começaram a discutir as hipóteses.
A tudo isso, temos acesso gratuito. Sem assinatura, sem paywall.
It's staggering how few the Sassanians knew about Cyrus (simply called "the great"). For ages we also didn't know a thing about the Hittites, despite their mention on the Bible, and to this day we call them "Hittites", although they called themselves Nessites.
Given the astonishing deeds during the Neolithic and the immense amount of time spent in relative complex societies, we probably have no direct names from that age — maybe some hints of them in very ancient tales and myths.
Literacy helped a lot to preserve names, events and biographies, but as I mentioned, we already lost knowledge about great names and nations of literated societies, like Akhenaten and Shuppiluliuma — and early Anglo-Saxon Britain had almost no hints of the Roman Britain.
A população em geral não se importa DE VERDADE com democracia, republicanismo, correção ética mínima ou corrupção. Caso se importasse, seriam simplesmente mal-sucedidas as candidaturas de Lula e Bolsonaro.
A ambos falta compromisso com a República e com a Democracia, a ambos falta uma correção ética mínima e ambos promovem um culto personalista a si próprios e o pior tipo de populismo. Entretanto, pra mais de 100M de eleitores, NADA DISSO IMPORTA.
Seria esperado que o histórico de Bolsonaro, já desde os anos 90, um sujeito repugnante que advoca fuzilar representantes eleitos, tortura e assassinato de "uns 30k" brasileiros, além de um sem-número de disparates, fosse repugnado a jamais ser elegível ao Planalto.
Aprecio muito o Laicismo: cada qual que seja, ou não, fervoroso em suas fantasias míticas, mas sem importunar os outros.
Há tempos sugiro ampliar isso para a política: Laicismo Político, sobretudo em termos Institucionais.
Da mesma forma como indivíduos podem optar por jejuar, se abster de porco, se submeter à circuncisão, etc, nenhuma Instituição (pública ou privada!) deveria poder EXIGIR a imposição destas coisas.
Em questões políticas, as Instituições (públicas e privadas!) não deveriam poder IMPOR suas profecias de fé às pessoas — mas ao contrário do relativo sucesso com o Laicismo original, religioso, estamos muito, muito longe disso!
Tolerar NÃO É preferir, gostar, apoiar. É algo como "deixar ser/estar". O tolerante pode até DESGOSTAR do que tolera, e expressar este desgosto, desde que deixe ser/estar.
Não gosto de pizza com ketchup: não coloco ketchup na pizza, desaconselho a fazer isso e ainda tiro sarro de quem faz. Mas quer botar ketchup na pizza? Bote, oras!
Não gosto, mas TOLERO que façam isso — ainda que por vezes expresse minha contrariedade e desgosto a respeito.
Só que o pessoal anda pervertendo o sentido de "tolerância", então qualquer opinião negativa, de desgosto ou desaprovação, confissão íntima de preferência, etc, é erroneamente considerada INTOLERÂNCIA.