Li o tal texto do Pablo Ortellado acusando Caetano de Stalinismo e isso é risível, não apenas pelo fato em si, uma vez que Caetano nunca defendeu Stalin, como pelo fato de ser...o Caetano, a figura mais não-stalinista do mundo. Isso diz muito sobre Pablo do que sobre Caê (1/5).
Sem querer ser monotemático, mas a gente precisa falar sobre isso: Caetano desembarcou do Liberalismo e falou dos problemas do Liberalismo. Hoje, falar dos crimes do Liberalismo vale à acusação de "stalinista" para qualquer um no Brasil (2/5).
Sintomático, intelectuais liberais acusando o golpe e atacando qualquer um que aponte o quanto a violência liberal não é normal -- e falamos de colonialismo e racismo (3/5).
Ironicamente, se formos pensar nos principais defeitos de Stalin (a paranoia, o denuncismo, o punitivismo), logo somos obrigados a concluir que a coisa mais parecida com isso no Brasil são os liberais (assumidos ou não) que se calam ou apoiam o Lawfare e encarceramento (4/5).
Ou mesmo que reagem a partir do anticomunismo para atacar seus adversários, perversamente, contra coisas que eles próprios liberais fazem: no Brasil, o encarceramento, nos EUA chegando a ponto de campos de concentração para imigrantes (5/5).
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O que se passa no Nepal, com protestos massivos e vítimas mortas de forma bárbara - e que país é esse? Basicamente, ele é um dos grandes entrecruzamentos entre China e Índia, e sediou uma revolução em 2006, capitaneada pelos comunistas, estes divididos em dois grupos (1/14).
O país, situado aos pés do Himalaia, foi um dos polos da civilização dravidiana, conhecida generica e reduzidamente como civilização do vale do Indo - mas que não se resumia ali. Vieram os arianos no perído védico, como no resto da Índia e depois vieram grupos tibetanos (2/14).
Há hipóteses de que tribos tibetanas vieram direto pelos Himalaias e outras que foi pelo atual Mianmá, mas é possível que ambas tenham ocorrido - a origem desses fluxos é o vale do rio Amarelo, na China, transformando o que hoje nesse encontro das duas macro-civilizações (3/14).
Por que os chineses estão comemorando a vitória na 2ª Guerra Mundial? Bem, nós nos perguntamos isso em razão de um fato básico: em geral, pouco aprendemos na escola, e na vida, o que foi a guerra na Ásia e Pacífico, pensando que ela aconteceu quase apenas na Europa (1/10).
A guerra na Ásia começou em 1931 e, depois, se mistura com a teia de conflitos mundiais em 1937 - então, é arbitrário e eurocêntrico falar que a guerra começou em 1939, pois o Japão como parte do Eixo atacou a China em julho de 1937 no Incidente da Ponte Marco Polo (2/10).
O ataque japonês ocorre depois do Pacto Anticomintern (foto), de novembro de 1936, que une o Japão aos nazistas - naquela altura já aliada da Itália. Na China, houve o Incidente de Xi'an, que uniu a ala patriótica do KMT com os comunistas em dezembro daquele ano (3/10).
Bolívia: análises preliminares. Ruiu ontem o processo de reforma social radical do MAS. Foi impressionante, mas não surpreendente, uma vez que as pesquisas indicavam isso. O governo Arce foi um fracasso e, em último caso, ele é o grande responsável por isso (1/7).
A Bolívia avançou muito nos últimos anos, mas fracassou em organizar seu instrumento político diante das mudanças que ele mesmo produziu. Não ousou autonomizar suas bases sociais e empoderou uma burocracia restauracionista (2/7).
Nesse sentido, Evo Morales tem responsabilidade. Não por se opor a Arce, mas ter criado Arce e uma casta de tecnocratas, o que também foi espelhado nas forças armadas, cuja reforma era impossível: sempre houve necessidade ali de reconstrução, o que demandava armar o povo (3/7).
Uma boa ponderação, mas: 1) O Brasil já é subordinado aos EUA, quase exclusivamente, há 100 anos, o que se demonstra pelas trocas comerciais entre os países e 2) A expansão da Otan para o leste tinha propósitos imperialistas contra a Rússia, vejamos (1/10).
Americanos e europeus, por cooptação da elite russa, conseguiram estabelecer relações comerciais desiguais com Moscou: gás, petróleo e minério russos para um lado, dinheiro, principalmente europeu, para o outro. A questão é se essa disposição mudasse em Moscou (2/10)?
Com um grande arsenal nuclaer, a Rússia de Yeltsin foi o maior caso de servidão voluntária da História. Por isso, inúmeros estrategistas democratas defenderam a expansão da Otan: era para controlar a Eurásia por meio de uma cabeça de ponte que incluía a Ucrânia (3/10).
Curiosidades: por que chamamos Índia de Índia? Em grande medida por conta de como os portugueses resolveram chamar aquela parte do mundo - por causa da forma como o mundo persa chamava ela: não, esse termo não é um nome originário da Índia (1/13).
Basicamente, Índia tem a ver com o rio Indo, que em sânscrito e nas línguas locais é Sindhu (esse tipo de coisa acontece entre as línguas indo-europeias, tipo, hepta e sete). Os persas é que viam o rio "Indo" como relevante para se distinguir dos seus parentes (2/13).
Sim, os "indo-europeus", antes chamados de arianos surgiram talvez no que é o Cáucaso russo hoje e se espalharam para a Europa, mas também para a Ásia Central, Irã, Sul da Ásia e o que hoje é a Turquia. Não se espante: as línguas do norte da Índia tem relação com a nossa (3/13).
Inflação subindo nos EUA como previsto - e tende a subir ainda mais nos próximos meses se 1) Trump mantiver o novo tarifaço contra Brasil, Europa etc e 2) Trump realmente esquentar a guerra na Ucrânia com ataques à Rússia e tarifaço contra Moscou. Entenda o problema (1/7):
Trump queria baixar os juros, buscando, inicialmente, amornar os conflitos globais. Mas vários fatores como Israel e a Indústria Bélica americana empurraram ele para manter a mesma toada de Biden. Por quê? É o mercado de capitais (a "bolsa"), galera (2/7)!
Com ações inflacionadas, empresas americanas fazem das bolsas americanas um verdadeiro jogo do tigrinho. Por isso precisam parar a China, porque ela prova que se pode fazer muito com menos dinheiro do que nos EUA, mas não é só isso (3/7).