Li o tal texto do Pablo Ortellado acusando Caetano de Stalinismo e isso é risível, não apenas pelo fato em si, uma vez que Caetano nunca defendeu Stalin, como pelo fato de ser...o Caetano, a figura mais não-stalinista do mundo. Isso diz muito sobre Pablo do que sobre Caê (1/5).
Sem querer ser monotemático, mas a gente precisa falar sobre isso: Caetano desembarcou do Liberalismo e falou dos problemas do Liberalismo. Hoje, falar dos crimes do Liberalismo vale à acusação de "stalinista" para qualquer um no Brasil (2/5).
Sintomático, intelectuais liberais acusando o golpe e atacando qualquer um que aponte o quanto a violência liberal não é normal -- e falamos de colonialismo e racismo (3/5).
Ironicamente, se formos pensar nos principais defeitos de Stalin (a paranoia, o denuncismo, o punitivismo), logo somos obrigados a concluir que a coisa mais parecida com isso no Brasil são os liberais (assumidos ou não) que se calam ou apoiam o Lawfare e encarceramento (4/5).
Ou mesmo que reagem a partir do anticomunismo para atacar seus adversários, perversamente, contra coisas que eles próprios liberais fazem: no Brasil, o encarceramento, nos EUA chegando a ponto de campos de concentração para imigrantes (5/5).
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O discurso de Janet Yellen, secretária do Tesouro americano, acerca do "excesso de capacidade industrial" da China é uma farsa e um erro. Primeiramente, o parque industrial chinês aumentou com a chegada de indústrias americanas, de forma estimulada por Washington (1/7).
A questão é que a China fez do limão uma limonada. O socialismo de mercado chinês, ao contrário do capitalismo de Estado das ditaduras latino-americanas ou asiáticas, foi capaz de fazer reservar e realocar recursos para criar tecnologias próprias (2/7).
Os EUA não têm como produzir os bens industriais que precisa na quantidade, qualidade, valor e tempo. Ainda que realocassem as plantas industriais para países "amigos", não há certeza que se supriria isso: o modelo de regime que os EUA estimulam não lhes satisfaz (3/7).
Biden tinha acabado de enviar mais "ajuda" para Israel, mas aí Netanyahu resolveu matar trabalhadores humanitários europeus e da Austrália - "vidas brancas importam": eles eram de fato gente iluminada, mas o ponto não é que vidas europeias importam para a Casa Branca (1/5).
Em outras palavras, Biden, que está numa enrascada, colocado no meio de um fogo cruzado entre parte de seus financiadores de campanha e sua base eleitoral, agora tem a deixa para tentar fazer algo e parar isso - não por razões humanitárias, mas sim estratégicas (2/5).
Netanyahu quer embolar o jogo, fingir que se importa, inventar uma desculpa qualquer e desgastar Biden - mas Biden é a vítima perfeita, sendo o algoz ou grande fiador do algoz dos palestinos. E assim Washington tenta desescalar uma possível guerra contra o Irã (3/5).
Recentemente, a esquerda venceu as eleições presidenciais no Senegal com Bassirou Diomaye Faye. Com cerca da população de MG e área semelhante a do PR, ele é um dos países mais estratégicos da África Ocidental, e ex-colônia francesa em tempos de sublevação contra a França (1/7).
Uma noção de "esquerda" não é nada estranha ao Senegal. As forças que fizeram a independência do país eram uma esquerda reformista, originalmente ligada ao antecessor do PS francês (então SFIO), com quem rompeu e depois se reconciliou (2/7).
A tragédia senegalesa foi, justamente, o fracasso da social-democracia local - em geral, de uma elite educada na França - em criar um país independente e capitalista esbarrou nos limites da divisão internacional do trabalho no mundo capitalista, aquela diabinha (3/7).
As primeiras populações humanas da Europa eram sim negras - isso pouco antes da chegada dos brancos há apenas a partir do quinto Milênio antes de Cristo. Em geral, eram os falantes do indo-europeu. As causas (1/3)?
Possivelmente, nos períodos de glaciação populações brancas sobreviveram no que hoje é a Sibéria e avançaram para a Europa, tanto pela Rússia europeia quanto pela Turquia, mas também pelo Oriente Médio. Quase na mesma época que ela desce para a Ásia Central, Índia e China (2/3).
A glaciação ajuda a entender esse processo pela teoria da seleção natural (menos luz, mais necessidade de absorver vitamina D, o que cria vantagem para as peles claras). Há pontos ainda pouco explicados sobre mutação genética e responsividade disso a fatores ambientais (3/3).
Alguns terroristas presos pelas forças de segurança russas eram do Tajiquistão, uma das ex-repúblicas soviéticas mais pobres - e o único com território inteiramente na Ásia Central a não ser de maioria turca (1/5).
Com um tamanho semelhante aos estados brasileiros do Amapá e do Ceará - mas uma população um pouco maior, semelhante ao Rio Grande do Sul -, trata-se se um país antiquíssimo, cuja civilização deriva dos nômades arianos da Ásia Central e também fez parte de muitos impérios (2/5).
É só olhar o mapa para ver que ele fica num lugar estratégico, fazendo divisa com China e Afeganistão. Mas é um Estado em grande medida falido e dominado pelo tráfico de drogas. Um lugar perfeito para recrutar terroristas ao léu e desestabilizar vizinhos (3/5).
É perfeitamente possível ser contra Vladimir Putin. Mas não sem estudar seu fenômeno. Uma coisa impressionante é comparar ele a Hitler. Vamos lá, onde estão os campos de extermínio? Na verdade, até a população carcerária normal está em queda (1/5).
() prisonstudies.org/country/russia…
Um outro ponto é a própria política econômica escolhida, que deliberadamente lembra mais a antiga Alemanha Ocidental (no que havia de bom e de ruim nela) do que a Alemanha Nazista (onde, certamente, as corporações privadas tinham muito mais poder) (2/5).
Outro ponto central é que não há etnonacionalismo no Putinismo, mas a admissão da Rússia como um país plurinacional (diferentemente do Báltico ou da Ucrânia) (3/5).