Hugo Albuquerque Profile picture
Advogado e editor da Autonomia Literária (https://t.co/vE1k8QheCW @AutonomiaLiter2), @JacobinBrasil e no Tik Tok (https://t.co/HFED8XeZiR)
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Nov 14 7 tweets 2 min read
O governo Trump será uma coalizão entre as duas alas que dominam o Partido Republicano pós era Rockfeller: os neocons de um lado [com muito dinheiro e poder, mas sem liderança e só com votos locais] e o Maga do outro [com o presidente na cabeça, mas algumas divisões] (1/7). Trump 2 não será como Trump 1. Será um governo muito mais de dentro do sistema do que em 2017. Não que Trump não fosse "establishment", mas como toda extrema direita, ele cindia a elite política puxando atores tradicionais mais à direita [como ele mesmo] e trazendo novos (2/7).
Nov 6 4 tweets 1 min read
Derrota histórica do liberalismo: democratas perderam essa eleição quando resolveram expandir a Otan para a Ucrânia para derrubar Vladimir Putin. Há dois anos eu tenho pregado no deserto sobre isso, enquanto analistas liberais juraravam que era Putin que seria liquidado (1/4). Fornecer armas para o massacre de palestino em Gaza foi só a cereja do bolo da administração Biden/Harris, o que esvaziou o conteúdo moral dos democratas e os indiferenciou diante de Trump. Um horror (2/4)
Aug 22 7 tweets 2 min read
Marçal tungou realmente votos de Nunes e, pelo Datafolha, virou o 2º colocado enquanto Boulos lidera. Daí a ação da mídia tradicional em denunciar o coach como nunca fizeram e, também, as ações da família Bolsonaro contra o ex-aliado. Vamos em tempo (1/7).
www1.folha.uol.com.br/poder/2024/08/… É claro que Marçal é uma figura terrível, não precisa me explicar. Mas formalmente, ele acertou na estratégia de comunicação. Enquanto os demais candidatos, em virtude das delimitações políticas que a burguesia lhes impôs, ficaram no água com açúcar, ele foi estridente (2/7)
Aug 13 7 tweets 2 min read
As Olímpiadas que terminaram agora, como é óbvio, já nasceram com a exclusão sem critério dos russos - sob esse ponto de vista, os EUA teriam de ter ficado fora de várias Olímpiadas, isso para não falar de Israel. Mas pouco se fala da façanha chinesa (1/7). Image Uma estatístisca de per capta que pouca gente faz é como a China é, olhem só, o único país fora do mundo eixo EUA-Europa-Extremo Oriente rico, a ficar na parte de cima da tabela. O controle do G7 sobre o esporte global é problemático (2/7).
Jul 23 10 tweets 2 min read
Nas eleições dos EUA dinheiro conta e muito, mais do que aqui. Nesse sentido, o peso dos "doadores" de campanha é grande e pesou muito sobre a "decisão" de Biden sair, e Kamala entrar, até porque Trump é um fenômeno em custo-benefício. Vamos aos números (1/7). Em 2020, Biden arrecadou mais do que Trump e gastou 1,624 bi para 81 mi de votos, uma média de US$ 20,05/voto. Trump gastou 0,391 bi para 74 mi de voto, uma média de US$ 5,28/voto, 3,79 VEZES a mais de eficiência, mesmo depois de um governo mal avaliado e da pandemia (2/7).
Jul 16 8 tweets 2 min read
Curioso como memes deflagraram um debate econômico, ainda que torto. Não, o problema de Haddad não é "taxar". A carga tributária tem sim de subir, mas para os ricos e para financiar os programas sociais para os pobres, embora não seja bem isso que esteja acontecendo (1/7). A equipe econômica tem procurado aumentar os tributos que dá, tendo um Congresso muito hostil a tributar os ricos. O problema maior são Pacheco e Lira, mas a equipe econômica aposta em não confrontar por regra, o que faz os pobres e a classe média pagarem a conta (2/7).
Jul 10 10 tweets 2 min read
Já desde maio, outras pesquisas haviam confirmado o crescimento da aprovação do Governo Lula, depois de um momento de baixa entre setembro_23 e abril_24. A Quaest de Maio não pegou essa curva, outras pesquisas, sim. A explicação: os mais pobres (1/10).
Image Ou seja, o conjunto das pesquisas - que é o único modo concreto de avaliá-las - já apontava essa tendência, a coisa vira em maio, mas ainda há enormes perigos. Pela natureza da curva, Lula se beneficia do efeito inercial da política social sobre os mais pobres, sua base (2/10).
Jun 30 7 tweets 2 min read
Ontem eu escrevi sobre a França, antevendo o que as pesquisas cravavam e se confirmou hoje: derrota de Macron, grande participação nas urnas, muitos distritos com 2º turno, mas uma votação ruim da esquerda, abaixo do que foi seu piso nas pesquisas (1/7).
Image O sistema eleitoral francês, distrital com dois turnos, é uma excentricidade que prevê, inclusive, mais de dois candidatos na etapa final. E aconteceu bastante, o que cria uma situação curiosa: Macron e seus aliados vão abrir mão da candidatura onde ficaram em terceiro (2/7)?
Jun 10 5 tweets 1 min read
Francamente, os resultados do parlamento europeu só surpreenderam quem não viu as pesquisas ou não é europeu. Já estava tudo precificado aí. Lento declínio dos partidos de centro e lento avanço da extrema-direita. O estardalhaço é enganação ou auto-engano (1/3). Macron já tinha preparado a carta das novas eleições parlamentares nacionais. Ele não é burro. Deve conferir todos os dias as pesquisas. Não foi surpreendido. Mas os adversários dele foram com as novas eleições parlamentares (2/3).
Jun 9 5 tweets 2 min read
Como eu dizia em março, no artigo escrito na esteira da visita de Macron ao Brasil, sim, o governo dele estava em crise e a extrema direita vinha muito forte. Nenhuma novidade na derrota do partido de Macron nas eleições europeias, portanto (1/5).
operamundi.uol.com.br/opiniao/macron… Eu enfatizei a dianteira de Marine Le Pen nessas europeias. Nada mudou, e dificilmente mudaria, dos fins de março até aqui. Agora, dissolver o parlamento francês e chamar novas eleições, além de irresponsável foi temerário da parte de Macron (2/5). Image
Jun 3 7 tweets 2 min read
A vitória de Claudia Sheinbaum no México a torna a primeira mulher - e também a primeira judia - a presidir seu país. Uma cientista, de posições moderadas e expressão carismática. Só quem não acompanhava a discussões mais rasas sobre México se surpreendeu com sua vitória (1/7). Image Sheinbaum é do Morena, mesmo partido do atual presidente, Andres Manuel Lopez Obrador, o Amlo, eleito em 2018 - no México o mandato é de 6 anos sem direito à reeleição. Ex-governadora da capital, ela venceu o chanceler Marcelo Ebrard na disputa interna (2/7).
May 23 5 tweets 1 min read
Basicamente, isso é uma escalada. A tese de que a Ucrânia deve atacar o território russo surgiu, meio como quem não quer nada, na boca de influencers ucranianos. Mas é difícil crer que a "ideia" veio de Kiev (1/5).
politico.com/news/2024/05/1… A tese da Ucrânia gastar as "suas" armas atacando o oeste da Rússia, e talvez Moscou, é mais um balão de ensaio que vem junto da história de usar tropas regulares da Otan para lutar na Ucrânia; esse aqui pode ser real (2/5).
Apr 5 8 tweets 2 min read
O discurso de Janet Yellen, secretária do Tesouro americano, acerca do "excesso de capacidade industrial" da China é uma farsa e um erro. Primeiramente, o parque industrial chinês aumentou com a chegada de indústrias americanas, de forma estimulada por Washington (1/7). A questão é que a China fez do limão uma limonada. O socialismo de mercado chinês, ao contrário do capitalismo de Estado das ditaduras latino-americanas ou asiáticas, foi capaz de fazer reservar e realocar recursos para criar tecnologias próprias (2/7).
Apr 4 5 tweets 2 min read
Biden tinha acabado de enviar mais "ajuda" para Israel, mas aí Netanyahu resolveu matar trabalhadores humanitários europeus e da Austrália - "vidas brancas importam": eles eram de fato gente iluminada, mas o ponto não é que vidas europeias importam para a Casa Branca (1/5). Em outras palavras, Biden, que está numa enrascada, colocado no meio de um fogo cruzado entre parte de seus financiadores de campanha e sua base eleitoral, agora tem a deixa para tentar fazer algo e parar isso - não por razões humanitárias, mas sim estratégicas (2/5).
Apr 3 8 tweets 2 min read
Recentemente, a esquerda venceu as eleições presidenciais no Senegal com Bassirou Diomaye Faye. Com cerca da população de MG e área semelhante a do PR, ele é um dos países mais estratégicos da África Ocidental, e ex-colônia francesa em tempos de sublevação contra a França (1/7). Image Uma noção de "esquerda" não é nada estranha ao Senegal. As forças que fizeram a independência do país eram uma esquerda reformista, originalmente ligada ao antecessor do PS francês (então SFIO), com quem rompeu e depois se reconciliou (2/7).
Mar 25 4 tweets 1 min read
As primeiras populações humanas da Europa eram sim negras - isso pouco antes da chegada dos brancos há apenas a partir do quinto Milênio antes de Cristo. Em geral, eram os falantes do indo-europeu. As causas (1/3)? Possivelmente, nos períodos de glaciação populações brancas sobreviveram no que hoje é a Sibéria e avançaram para a Europa, tanto pela Rússia europeia quanto pela Turquia, mas também pelo Oriente Médio. Quase na mesma época que ela desce para a Ásia Central, Índia e China (2/3).
Mar 23 5 tweets 2 min read
Alguns terroristas presos pelas forças de segurança russas eram do Tajiquistão, uma das ex-repúblicas soviéticas mais pobres - e o único com território inteiramente na Ásia Central a não ser de maioria turca (1/5). Image Com um tamanho semelhante aos estados brasileiros do Amapá e do Ceará - mas uma população um pouco maior, semelhante ao Rio Grande do Sul -, trata-se se um país antiquíssimo, cuja civilização deriva dos nômades arianos da Ásia Central e também fez parte de muitos impérios (2/5).
Mar 17 5 tweets 2 min read
É perfeitamente possível ser contra Vladimir Putin. Mas não sem estudar seu fenômeno. Uma coisa impressionante é comparar ele a Hitler. Vamos lá, onde estão os campos de extermínio? Na verdade, até a população carcerária normal está em queda (1/5).
() prisonstudies.org/country/russia…
Image Um outro ponto é a própria política econômica escolhida, que deliberadamente lembra mais a antiga Alemanha Ocidental (no que havia de bom e de ruim nela) do que a Alemanha Nazista (onde, certamente, as corporações privadas tinham muito mais poder) (2/5).
Mar 17 9 tweets 3 min read
Anotem: objetivo estratégico dos democratas, desde o governo Obama, é interferir no Oriente Médio criando uma rota de comércio - sobretudo para gás e petróleo - que não passe pelo mar. Síria, Massacre de Gaza e uma possível nova Guerra do Iraque só se explicam por isso (1/7). Image A explicação está no mapa que eu coloquei acima, e já tinha trazido aqui; são dois estreitos (Ormuz e Bab Al-Mandeb), um controlado por Irã e outro pelos houthis (aliados do Irã) e o canal de Suez, controlado pelo Egito. Irã e Egito são parte do Brics hoje (2/7).
Mar 8 8 tweets 3 min read
Hoje, eu lembrei que Dragon Ball vem do romance clássico chinês Jornada ao Oeste 西遊記 - que ganhou inúmeras adaptações, embora seja um romance fantástico a partir de uma história real, a peregrinação para a Índia do monge budista Xuanzang, ainda no século VII d.C. (1/7). Image Essa referência nem sempre fica clara. Alê Amazônia, autor de Mil Olhos, Mil Braços, pela @AutonomiaLiter2, conta essa história no seu livro () (2/7).abre.ai/i91O
Feb 23 5 tweets 1 min read
A especialista ouvida pela CGTN sobre o "mistério do crescimento russo" levanta a lebre dos efeitos do keynesianismo de guerra. Ela está errada no sentido que se fosse assim, a Europa e os EUA estariam crescendo mais também (1/5). A verdade é que essa guerra encareceu os produtos russos no mercado internacional, ao passo que ainda enfraqueceu o dólar. Mas tem um ponto que é como a guerra forçou uma reindustialização russa, a qual Putin não quis bancar em tempos de paz por várias questões (2/5).