Um site ligado ao @UOL publicou uma matéria absurdamente imbecil sobre "os filmes que seriam eliminados com as novas regras do Oscar", concluindo que O Irlandês, Ford v Ferrari e 1917 não poderiam ser indicados. E o pior é que o autor da matéria SABE que está errado.
Ele usou apenas UM dos quatro critérios estabelecidos pela Academia (para ser elegível, um filme tem que atender a dois desses critérios): o da diversidade no elenco. E ainda diz na matéria que sabe que há outros critérios, mas que usaria só esse.
Então QUAL O PONTO?
A resposta, claro, é criar a impressão de controvérsia para gerar cliques. O problema é que essa estratégia imunda tem um efeito colateral: despertar ódio pelo esforço por diversidade, como se isto estivesse censurando as Artes. Basta ler os comentários publicados na matéria.
O fato é que NENHUM dos filmes teria sido eliminado da corrida. O Irlandês, por exemplo, que é um filme sobre homens brancos (afinal, é sobre a Máfia!), tem montadora e figurinista mulheres, o que já cumpre um critério.
E a Netflix, responsável pelo filme, tem executivos representantes de minorias em sua diretoria, o que cumpre o segundo critério.
As novas regras da Academia NÃO representam censura a tópico nenhum; elas buscam apenas criar oportunidades para minorias na indústria. Só isso.
Repito o que falei no dia que as regras foram anunciadas: a Academia criou um equilíbrio bacana em seus critérios. Se você está contando histórias sobre/protagonizada por minorias, ótimo; se não está, ao menos dê algumas oportunidades na produção do filme para estes grupos.
A História não para só porque racistas, homofóbicos, misóginos e intolerantes de todas as estirpes não conseguem acompanhar a evolução do mundo. Eles podem até atrasar um pouco o progresso, mas SEMPRE acabarão deixados para trás e se tornarão meros rodapés embaraçosos.
Esse tipo de "jornalismo" representado por essa matéria no @UOL (de um blog chamado Splash) é repulsivo.
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Bom... em primeiro lugar, a disputa já acabou. Oppenheimer vai sair da cerimônia carregado de troféus. A equipe de marketing da Universal pode até economizar na campanha se quiser.
Em segundo lugar, qualquer chance que Assassinos da Lua das Flores pudesse ter foi eliminada com a não-indicação a Roteiro Adaptado. O fato de DiCaprio também ter sido esnobado sugere, além disso, que o apoio da cadeira (ou branch) da categoria está longe de ser unânime.
Terceiro, que há chances cada vez maiores de Paul Giamatti finalmente vencer um Oscar depois de ter sido esnobado pela Academia ao não ser nem indicado por Sideways e Anti-Herói Americano, duas performances brilhantes.
Porque é uma das coisas mais horríveis que vi em toda minha vida. 11 mil pessoas mortas em um mês - mais de 4 mil crianças. E não só ninguém faz nada como vários países tentam REPRIMIR protestos contra os criminosos. Por uma questão humanitária básica, preciso(amos) gritar.
Daqui a vinte ou trinta anos (se eu chegar lá, o que duvido), não quero ter que ler os relatos sobre o horror do que está acontecendo e me envergonhar por ter ficado calado.
De mais a mais, eu nunca aprendi a ficar calado, mesmo em situações que eu sabia que me prejudicariam profissional ou pessoalmente. Se algo me choca/provoca inconformismo ou revolta, eu falo. E depois vejo como me ferrei. História da minha vida inteira. Tarde demais pra mudar.
Spielberg é um cineasta cujo judaísmo é presente em praticamente todos os seus filmes, de uma maneira ou outra. Em "Munique", há uma cena em que um membro da OLP expõe ao protagonista (ligado ao Mossad) por que os palestinos resistem à opressão de Israel - e é belíssima.
Infelizmente, Ali (Omar Metwally) acaba revelando um otimismo em relação à humanidade que estamos vendo ser injustificado.
Avner: Vocês não têm nada com o que possam barganhar. Nunca irão recuperar a terra. Morrerão de velhice em campos de refugiados esperando a Palestina. +
Ali: Nós temos muitos filhos. Eles terão filhos. Podemos esperar para sempre. E se precisarmos, podemos deixar o planeta pouco seguro para os judeus.
Avner: Vocês matam judeus e o mundo se sentirá mal por eles e achará que vocês são animais. +
Acabo de receber release informando que a produtora do filme O Som da Liberdade fechou “parceria” com o Brasil Paralelo. O filme foi abraçado nos EUA pela extrema-direita e pelos malucos conspiracionistas QAnon.
Agora querem saber uma coisa interessante? +
O protagonista do filme, vivido por Jim Caviezel (outro maluco amado pelo QAnon), é um sujeito chamado Tim Ballard (aliado de Trump, por sinal) que na última semana foi alvo de várias denúncias de assédio sexual, sendo afastado da organização que ele mesmo fundou.
É a hipocrisia típica dos ídolos da extrema-direita, que pregam moralismo barato em público enquanto fazem coisas indizíveis entre quatro paredes (ou mesmo em público, como a congressista Lauren Boebert fez na última semana durante um espetáculo infantil).
Vamos lá: quem sabe se eu desenhar esse pessoal entende?
1) Bruna Marquezine está muito bem em Besouro Azul. Inclusive com um inglês tão bom que, caso emplaque outros trabalhos, posso garantir que algum dia algum diretor pedirá que ela force um sotaque.
2) O filme em si é - sendo gentil - medíocre. Genérico, condescendente, previsível. O tipo de filme que traz alguém dizendo que o outro "deve ouvir seu coração".
3) Para a atriz, estrelar uma superprodução de um grande estúdio É uma conquista.
4) "Nosso" é um pronome coletivo.
5) O fato de Marquezine atuar em uma superprodução não é uma conquista coletiva. É dela e ponto final. Não acrescenta e não beneficia em nada nosso cinema, nosso país, nada.
6) Que fãs fiquem felizes por ela é compreensível; que acreditem se tratar de uma vitória nacional, não.