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Sep 17, 2020 3 tweets 1 min read Read on X
#desabafo Uma coisa que me deixa pra baixo é a galera que distribui opinião política, mas não mostra uma ação. Só que tá rolando um combo agora: essa galera tá resolvendo criar conteúdo pra crescer na rede na base da desgraça do povo. É uma escalada na rede comentando morte.+
Olha, tem que meditar com tranquilidade sobre isso. Pq estamos vivendo uma catástrofe social, ambiental, política. Ser narrador de miséria pode fazer um hype pra ti. Mas ajuda em diminuir essa dor? Fortalece organizações em luta? +
Pq isso aí num é comunismo ou combate racial não. Isso aí é dor interna sua. Pq seu teórico de esquerda preferido falava da prática. Seu principal militante preto era vida real. Agora vc vai gerar engajamento pra si em cima do corpo alheio? Olha, parceiro, cê tá do lado de quem?

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May 26
Vou fazer 38 anos esse ano. Minha luta política começou há 20 anos. Fazem exatos 21 anos que se repete a ladainha que se a gente não apoiar o PT a direita volta. São duas décadas de obliteração da crítica. Mas detalhe: sem nenhuma propositura de caminho de transformação radical.+
Nem a esquerda obliterada de crítica conseguiu erguer um novo caminho, tampouco os gestores da miséria (governos progressistas) conseguiram criar uma experiência fortalecimento político da classe trabalhadora. Não estou falando de política pública, mas de politização da base.+
Nessas duas décadas nós vimos a direita se militarizar, se organizar, estruturar novos caminhos políticos, produzir seus conteúdos e seus intelectuais, aprofundar a ação política ao ponto de tentar golpe. Do nosso lado restou a defesa da ordem. Eis o imobilismo político.+
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Feb 26
A cura no coletivo. Uma vez no ápice do processo persecutório do governo bolsonarista, eu falei aqui que se tivesse que fugir, fugiria pra dentro do Brasil. Cada vez mais próximo de nossa gente. Hoje eu queria falar um pouco de cura através do coletivo de luta.+
Nos últimos tempos no meio de um processo interno muito sofrido, acabei desenvolvendo uma paralisia facial parcial (chamada Paralisia de Bell) no lado direito do rosto. Doença esquisitíssima, chata de lidar e conviver, sem muitas certezas sobre o período de cura.+
Depois daquele leve desespero e da certeza de que embora grave seria possível lidar com ela, veja... eu tomei todos os cuidados médicos e fisioterapêuticos. Mas vim pra uma comunidade, um território, ajudar minha gente um pouco e receber seu carinho, afeto, seu cuidado.+
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Oct 17, 2023
Essa violência de Israel e o clamor por direito e justiça da Palestina lembra muito que esse tipo de violação é muito comum aqui. Nós vimos inumeráveis vezes o Estado atacar comunidades e os mecanismos de justiça ignorar o clamor enquanto o povo seguia sendo assassinado.+
O chocante do caso israelense é a disposição ao extermínio palestino com todas as câmeras voltadas para si, à luz do dia. E, bem, sabemos que só faz isso quem tem muito poder, costas quentes, e ataca gente tão desvalorizada que não valeria o sangue de gente solidária.+
Disso sabemos bem. Desde que organizações pretas começaram a falar de genocídio preto nas periferias, os organismos de direitos humanos vai de um "não exagere" até um "deixe disso, não é o momento". Afinal, são pretos na periferia. E ali a punição coletiva é a regra.+
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Aug 9, 2023
Saiu minha reflexão sobre junho de 2013 no lançamento do @alamedainst . Eu partir da marcha contra o genocídio preto feita pela @reajanasruas para mostrar que nem toda marcha foi difusa e não acumulou politicamente. A gente precisa ir para além da conjuntura.+
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Para fazer essa reflexão eu mostro que invés de ensinar ao povo, temos que aprender com quem está na luta ao rés do chão. E para isso convoco a experiência do comando vital da Reaja, Dra. Andreia Beatriz, com quem podemos aprender grandes lições.+
Algumas ideias para anotarmos:
- nem toda marcha de 2013 foi dispersa, excessivamente plural e com riscos de captura pela direita.
Como a direita capturaria o debate sobre o genocídio do povo preto? Havia ali programa, organização e base social sólida.+
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Jul 16, 2023
Boa parte das grandes lutas populares no Brasil tiveram componente de religiosidade popular. E para mim o componente religião não é o aspecto principal. Eu vejo na experiência espiritual e na formação de uma nova conduta ética o mourão que as sustentava. Mas como estudar isso? +
Como historiador dá para ver o quanto é muito difícil acessar o conteúdo espiritual dessas grandes lutas e rebeliões. Outro dia tinha historiador preto negando a existência de Maria Felipa só para provar que tinha retidão metodológica ou coisa que valha. É complicado.+
E aí só vivendo algumas coisas para a gente ter a noção desses aspectos. Só a gente conhecendo as pessoas para ouvir as memórias, conhecer as práticas e ver como essas histórias e uma conduta espiritual e ética de superação seguem vivas ali e acolá na luta popular.+
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May 29, 2023
Um dos maiores erros políticos do debate da reivindicação das identidades ancestrais (que ocorre mais entre nós negros) é que a busca por um passado glorioso pré-escravidão atlântica não tem tardado a reivindicar contra-exemplos de libertação dos povos. +
O caso da reivindicação do Egito ou Kemet é o mais emblemático, mas não é o único. Qual é a necessidade política de demandar que uma ocupadora, usurpadora, colonizadora seja representada como negra? Criar um lugar de representatividade na violação, na violência?+
Os zapatistas dão uma importante lição à essa respeito: "Nós zapatistas NÃO queremos voltar a esse passado, nem só, nem muito menos de mãos dadas a quem quer semear o rancor racial e pretende alimentar seu nacionalismo tresnoitado com o suposto esplendor de um império, o asteca,+
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