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Educação, luta dos povos, história, sufismo. Co-autor do livro 'Por terra e território'. IFBA e @alamedainst.
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May 26 11 tweets 2 min read
Vou fazer 38 anos esse ano. Minha luta política começou há 20 anos. Fazem exatos 21 anos que se repete a ladainha que se a gente não apoiar o PT a direita volta. São duas décadas de obliteração da crítica. Mas detalhe: sem nenhuma propositura de caminho de transformação radical.+ Nem a esquerda obliterada de crítica conseguiu erguer um novo caminho, tampouco os gestores da miséria (governos progressistas) conseguiram criar uma experiência fortalecimento político da classe trabalhadora. Não estou falando de política pública, mas de politização da base.+
Feb 26 8 tweets 2 min read
A cura no coletivo. Uma vez no ápice do processo persecutório do governo bolsonarista, eu falei aqui que se tivesse que fugir, fugiria pra dentro do Brasil. Cada vez mais próximo de nossa gente. Hoje eu queria falar um pouco de cura através do coletivo de luta.+ Nos últimos tempos no meio de um processo interno muito sofrido, acabei desenvolvendo uma paralisia facial parcial (chamada Paralisia de Bell) no lado direito do rosto. Doença esquisitíssima, chata de lidar e conviver, sem muitas certezas sobre o período de cura.+
Oct 17, 2023 6 tweets 2 min read
Essa violência de Israel e o clamor por direito e justiça da Palestina lembra muito que esse tipo de violação é muito comum aqui. Nós vimos inumeráveis vezes o Estado atacar comunidades e os mecanismos de justiça ignorar o clamor enquanto o povo seguia sendo assassinado.+ O chocante do caso israelense é a disposição ao extermínio palestino com todas as câmeras voltadas para si, à luz do dia. E, bem, sabemos que só faz isso quem tem muito poder, costas quentes, e ataca gente tão desvalorizada que não valeria o sangue de gente solidária.+
Aug 9, 2023 6 tweets 2 min read
Saiu minha reflexão sobre junho de 2013 no lançamento do @alamedainst . Eu partir da marcha contra o genocídio preto feita pela @reajanasruas para mostrar que nem toda marcha foi difusa e não acumulou politicamente. A gente precisa ir para além da conjuntura.+
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Para fazer essa reflexão eu mostro que invés de ensinar ao povo, temos que aprender com quem está na luta ao rés do chão. E para isso convoco a experiência do comando vital da Reaja, Dra. Andreia Beatriz, com quem podemos aprender grandes lições.+
Jul 16, 2023 9 tweets 2 min read
Boa parte das grandes lutas populares no Brasil tiveram componente de religiosidade popular. E para mim o componente religião não é o aspecto principal. Eu vejo na experiência espiritual e na formação de uma nova conduta ética o mourão que as sustentava. Mas como estudar isso? + Como historiador dá para ver o quanto é muito difícil acessar o conteúdo espiritual dessas grandes lutas e rebeliões. Outro dia tinha historiador preto negando a existência de Maria Felipa só para provar que tinha retidão metodológica ou coisa que valha. É complicado.+
May 29, 2023 12 tweets 3 min read
Um dos maiores erros políticos do debate da reivindicação das identidades ancestrais (que ocorre mais entre nós negros) é que a busca por um passado glorioso pré-escravidão atlântica não tem tardado a reivindicar contra-exemplos de libertação dos povos. + O caso da reivindicação do Egito ou Kemet é o mais emblemático, mas não é o único. Qual é a necessidade política de demandar que uma ocupadora, usurpadora, colonizadora seja representada como negra? Criar um lugar de representatividade na violação, na violência?+
Apr 20, 2023 7 tweets 2 min read
Acompanha comigo que essa notícia aqui mostra a irracionalidade da política de um país considerado de 1° mundo. A disgraça da Itália quase não tinha mais ursos na década de 1990 na região de Trentino. Uns 3 ou 4 só. Ai resolveu importar urso da Eslovênia. Repara a porra.. + Por que a Itália não tinha mais ursos? Pq na década de 10 do século passada tinha louvores a caçadores de ursos, sendo o mais perverso deles um que tinha mais de 40 assassinatos de ursos no histórico. De tanto que mataram acabaram ficando sem e tiveram que importar. Agira veja.+
Apr 20, 2023 6 tweets 1 min read
Duas das questões mais complicadas ao pensar a luta territorial e a saída revolucionária é: (1) a adição em uma aliança de unidades em luta não necessariamente promove um processo revolucionário (García Linera). Ou seja, juntar é necessário, mas insuficiente. + E (2) a unidade dessas lutas de defesa dos territórios não se irrompem num processo de transformação das estruturas da sociedade em si ou da transformação da luta dessas unidades. É, possível, portanto que seja uma luta pelo empate - pela defesa do se próprio território. +
Mar 20, 2023 6 tweets 2 min read
Quero ler o novo livro do Muniz Sodré. Mas nesse debate eu sigo achando muito estranho como a conta da Terra não entra. Se algo tornou o racismo estrutura ou um fenômeno estruturante dificilmente a questão fundiária não estaria no meio. Acho esquisito como omitem esse ponto. + O ano do fim do tráfico é o mesmo da Lei de Terras (1850). A porta da Terra se fecha para o preto e é, na mesma lei, escancarada para imigrantes brancos. Sem Terra, sem meio de produção, com péssimas condições de reprodução de suas culturas, sem educação - que era paga.+
Mar 6, 2023 7 tweets 2 min read
A sociedade capitalista que estamos vivendo e que em seu longo processo de fazimento se especializou em propriedade... sabe muito pouco ou quase nada sobre amar. Os adoecimentos emocionais quase epidêmicos também são fruto disso: a propriedade entrou no campo do afeto.+ Às vezes a pessoa fala: "ah mas vc não entende disso ou daquilo sobre as relações". É verdade, mas o fundamento desses "não entender é o amor". Quando comecei a ler bell hook eu tinha achado que tinha Mevlana Rumi, mas não tinha certeza. Qd tive, a luz acendeu.+
Mar 3, 2023 5 tweets 1 min read
"a partir do momento em que a 'Liga', mediante proposta minha, foi dissolvida em Novembro de 1852, nunca mais pertenci a qualquer organização secreta ou pública (...). Assim, o partido, dentro dessa noção essencialmente efêmera, deixou de existir para mim, há oito anos. (...)+ desde 1852, não tinha relações com nenhuma organização e mostrava-me firmemente convencido do fato de os meus trabalhos teóricos serem mais úteis à classe operária do que uma colaboração com organizações já sem razão de ser no continente. (...)+
Feb 25, 2023 6 tweets 1 min read
Meu atual foco é entender como a luta anti-capitalista pode aprender com aqueles povos que não se converteram em força de trabalho para o capital ou que lutaram bravamente para não se converter. Há um anti-capitalismo baseado em comunidades que podem ser chave pra revolução.+ Lendo Silvia Frederici, Garcia Linera ou Marcus Rediker, há aqui e acolá indícios que a luta por sujeição de povos ao capital não foi completamente vitoriosa. Gente que se rebelou ou que se refugiou construíram um repertório político capaz de ensinar às lutas do presente algo.+
Jan 22, 2023 9 tweets 3 min read
Por que é a Jornada da @teiadospovos é um encontro importante e você que é de luta deveria estar com a atenção voltada para isso? Essa é a 7ª edição. Eu ajudei a organizar a 5ª em Porto Seguro e a 6ª em Utinga (Chapada Diamantina). Vou explicar como isso mudou minha luta.+ A primeira coisa que você precisa sacar é que para lá vão as principais lutas da Bahia e representantes de outros Estados em busca dessa confluência entre militância e defesa da terra como vida. O nome Jornada de Agroecologia esconde essa reunião de grandes povos em luta.+
Jan 22, 2023 19 tweets 4 min read
Essa semana tive uma conversa séria com uma liderança de base importante para nossas lutas por aqui. Eu desabafei uma coisa difícil de dizer por aqui. Falei que há alguns anos a ancestralidade ancorou como uma espécie de legitimidade natural para posturas e imposturas políticas.+ Que tenho visto mesmo nas lutas aqui a substituição sutil de pensar o programa e como fortalecer os coletivos em luta pela palavra de mais velhos, mesmo quando essa sabedoria não carrega consigo mais uma comunidade em luta. Aquele espaço é legitimado por si, pela ancestralidade.+
Nov 24, 2022 12 tweets 2 min read
Há um problema de análise histórico, processual, temporal mesmo, entre a identificação e a formação de uma identidade. Uma coisa é você dizer: olha lá os minions e os cara ficarem putos. Outra, diferente é eles fazerem acampamentos abraçando a identidade. + Eu me defrontei ainda lá no mestrado com essa dificuldade qd acompanhava colegas falando da identidade Angola e do porto Angola. O que chamamos de nação Angola foi formada no Brasil. É uma identidade construída na diáspora. Mas lá no início, era uma identificação. +
Nov 20, 2022 5 tweets 1 min read
Há meses uma série de infortúnios abate minha caminhada. Hoje ao abrir um livro sufi, um mestre explicava que a água só corre para a planície, que se a gente quiser beber da água da misericórdia divina há que abaixar, ser humilde. E embora a dureza tem vindo, também a benção. + Há que saber olhar com amor. Agora mesmo parei para ler um discurso do mestre Alireza Nurbakhsh e ele falava que enquanto todos os anjos quiseram contemplar à Deus por sua bondade, Satã contemplou através de Sua irá, algo que nenhum outro teve acesso, se tornou íntimo de Deus. +
Sep 19, 2022 10 tweets 2 min read
Lula defender faculdade particular primeiro que o fortalecimento da pública não é novidade. Mas embora da rede federal e um ferrenho lutador nas históricas greves da década passada, hoje me vejo desmobilizado para sair em defesa das UF e IF como outrora.+ Em primeiro lugar quero lembrar de como nós fizemos greves longas e poderosas contra o PT e nem ousamos fazer algo parecido contra Temer ou Bolsonaro. A covardia é a expressão primeira da nossa luta de classe média distante das reais aflições de nosso povo.+
Sep 11, 2022 17 tweets 3 min read
Quando eu comecei a atuação na luta política na UESC (BA), eu fui apresentado ao debate anarquista. Vindo de uma família de pessoas do PC do B e do PSB, conhecendo algumas contradições que pululam nos partidos, a migração para a tradição libertária foi certa.+ O que era possível comparar ali no idos de 2004 na universidade era uma prática absurdamente coerente dos compas anarcos frente às safadezas de roubar urna, colocar gente de sindicato para tentar melar as eleições e etc. A gente viveu intensamente ali a ação direta.+
Jul 14, 2022 6 tweets 2 min read
No @entreteses sobre autoritarismo, há um momento em que @safbf fala da necessidade da paciência no trabalho das esquerdas, que não adianta apenas combater a fake news, mas mostrar o trabalho real. Eu vejo o grande b.o. das esquerdas sendo os objetivos de longo prazo.+ Nós vivemos de apagar incêndio, de atividades eleitorais a cada 2 anos, de tentar diminuir a tragédia do capitalismo, nós não temos nem tempo, nem dinheiro ou atenção para o trabalho longevo cujos resultados serão geracionais. E isso significa não acumular ou acumular pouco.+
Jul 14, 2022 4 tweets 1 min read
Cachorro que tem dois donos, cada um acha que botou comida e água, e o bicho tá lá morrendo de fome. Cada organização esperando a outra para resistir ao golpe é a morte das esquerdas. Particularmente acredito que precisamos mais trabalhar com conteúdos do meio campo. + Diminuir o afã com diagnósticos (excelentes por sinal) e por teorias sobre a condição emancipatória, e focar no ferramental, nos comos, nas formas e, sobretudo, em como recuperar a saúde espiritual, emocional e física da militância para dar um passo a mais na luta. +
Jul 5, 2022 12 tweets 3 min read
Quando se cria uma demanda por identidade e ancestralidade é óbvio que os espertos vão criar uma oferta para capturar o povo do entrelugar, a gente desterritorializada, expatriada, etc. Daí para reinventar um Egito mítico ou meter xamã em coach é um pulo. Que passado é esse? + Nós não precisamos se fundamentar num passado para nos sentirmos incluídos agora. São nossas ações que deveriam nos ajudar a produzir pertença desde o presente. Esse passado forjado para legitimar novas tradições está repleto de violências contra as tradições históricas do povo.+