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Sep 19, 2020 11 tweets 12 min read Read on X
🎵 1991 no 🇧🇷 🎶

Dias atrás, falei sobre o "annus mirabilis" de 91 p/a música no 🌎.

Se o mundo e o rock se transformavam com o fim da Guerra Fria, aqui a situação não era boa.

Tínhamos Senna, claro. Mas também hiperinflação, crise política e Mazinho como titular da seleção. Image
1) O Brasil de @Collor passava por uma transição musical.

A MPB entrou numa ressaca criativa, com seus principais artistas perdendo fôlego ao longo da década.

O rock, de luto por Cazuza, teve dificuldades para se reinventar.

O tom de 1991 foi dado pelo sertanejo e pelo axé. Image
2) Começando pelo sertanejo, que estava no auge:

Entre o fim de 90 e meados de 91, estouraram nas rádios os seguintes sucessos:

- "Evidências" (a + tocada da virada do ano) e "Brincar de Ser Feliz" (sucesso de Pedra sobre Pedra), de @chxoficial ImageImage
3) E quem nunca chorou por esses outros sucessos sertanejos:

- "Pense em Mim", "Desculpe, mas eu vou chorar" e "Não aprendi dizer adeus" de @LeonardoCantor_

- "É o Amor", de @zcloficial, dupla formada naquele mesmo ano de 91

@cantordaniel e João Paulo também já eram conhecidos ImageImageImage
4) O Axé arrebentou em 1991.

Popular no carnaval de Salvador, o gênero chegou ao 🌎 antes mesmo de se popularizar no 🇧🇷.

Em 1990, o @OlodumOficial tocou com @PaulSimonMusic, no sucesso "The Obvious Child".

No ano seguinte, @danielamercury lançou seu 1º disco, rumo ao estrelato ImageImage
5) A MPB, ofuscada pelos sintetizadores 80tistas, lutava p/se reencontrar.

@caetanoveloso lançou o incrível Circuladô (c/1 de suas melhores músicas, "Fora da Ordem")

@gilbertogil tb emplacou o ótimo Parabolicamará

@GalCosta, Bethânia, Chico e Djavan não lançaram discos em 91 ImageImage
6) Do lado romântico, @robertocarlos seguiu fazendo sucesso c/"Todas as Manhãs" e @OficialFabioJr com "Intuição".

Mas as cantoras deram show em 91.

@marisamonte lançou Mais, o melhor disco do ano, c/"Ainda Lembro" e "Beija Eu".

Vange Leonel estourou com "Noite Preta", de Vamp ImageImageImage
7) E o rock nacional?

A morte de Cazuza, em 90, foi um baque para o gênero.

A crise política e econômica também derrubou o rock.

O ano não foi memorável p/grandes bandas como @capitalinicial, Engenheiros (@1bertoGessinger), @oficialira e Legião Urbana. ImageImageImageImage
8) Ainda assim, 1991 teve boas surpresas.

Tudo ao Mesmo Tempo Agora, dos @titasoficial, retorna ao som cru do começo da carreira. Foi o último disco c/@arnaldo_antunes.

@os_paralamas lançaram Os Grãos, com as incríveis "Tendo a Lua" e "Trac Trac" (versão de @FitoPaezMusica) ImageImage
9) Aproveitando o sucesso de Na Calada da Noite, Barão (@FrejatOficial) tem um ano bom.

Ganhou banda do ano (1991) pela Bizz, Prêmio Sharp, além de gravar o Acústico MTV (que só foi lançado anos mais tarde).

Kid Abelha (@PaulaToller) lançou Tudo É Permitido, com "Grand' Hotel". ImageImage
10) P/fechar o fio, não poderiam faltar 2 das músicas + populares do começo da década de 1990:

- "Falar a Verdade", do disco de estreia do @CidadeNegra (Lute para Viver, 1991)

- "W/Brasil (Chama o Síndico)", do grande @jorgebenjor, que estourou em 1991

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Apr 8
Muita gente negando que o titio @elonmusk seja de extrema direita. "Ele só está defendendo a liberdade de expressão!", dizem.

Não é sobre liberdade, mas sobre ideologia. Nesse campo, Musk vem jogando pela direita de maneira cada vez mais aberta. Vamos falar disso em 10 exemplos?
O mito da liberdade de expressão já foi elegantemente derrubado por esse fio do @XadrezVerbal e outros tantos que comentaram sobre as inconsistências do dono do antigo Twitter.

1. Ainda em 2020, Musk fez um tweet jocoso sobre o golpe que destituiu Evo Morales na Bolívia. "Vamos dar golpe em quem a gente quiser! Lidem com isso", disse o dono da Tesla. O posicionamento foi entendido como legitimação de intervenção estrangeira por recursos (no caso, lítio) Image
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Sep 20, 2023
Acabei de ouvir o discurso de Lula na ONU. Li mais cedo, meio correndo, mas agora posso comentá-lo com calma.

A impressão geral é uma só: foi um ótimo discurso, de estadista. Há muito tempo um presidente brasileiro não se posicionava tão claramente diante dos problemas globais.
1. E, vejam, não estou falando somente das falas constrangedoras (e muitas vezes mentirosas) de Bolsonaro.

Temer, e sobretudo Dilma, fizeram discursos acanhados, voltados para questões domésticas, sem oferecer uma leitura sofisticada da ordem global - e das posições brasileiras.
2. O discurso de Lula se organizou em 4 eixos. O primeiro, e mais importante, foi um diagnóstico dos problemas do mundo a partir da dimensão da desigualdade.

Na visão do 🇧🇷, a raiz de muitos conflitos e tragédias está na disparidade de renda e oportunidades. E faz sentido.
Read 20 tweets
Apr 18, 2023
Sobre as recentes polêmicas de Lula a respeito da guerra na Ucrânia, vou tentar organizar um pouco a bagunça.

Um resumo do fio a seguir: o Brasil acerta nas ações, erra no discurso e, com a visita de Lavrov, se coloca (involuntariamente) numa posição complicada.

Venha comigo 👇🏼
1. Política externa sempre foi uma força de Lula como presidente: sua reputação está muito ligada à imagem que construiu em seus anos de governo.

Mas 20 anos atrás, o Brasil e o mundo eram muito diferentes. Eram desafios de outra ordem, que não exigiam que o país tomasse lados.
2. A visão brasileira era clara: a hegemonia americana era insustentável e o futuro era multipolar. O grande ativo brasileiro era saber transitar bem entre ricos e pobres, grandes e pequenos.

Nossa posição irritava, mas não antagonizava os EUA. As relações foram boas, no geral.
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Feb 4, 2023
DESABAFOS DA VIDA DIGITAL-ACADÊMICA

Quando decidi entrar pro Twitter e produzir conteúdo por aqui, em 2018, temia o julgamento de colegas acadêmicos.

Muitos acham a divulgação científica uma atividade menor, incompatível com o rigor metodológico e a complexidade dos fenômenos.
Não é verdade, claro, mas acho que explica pq parte da comunidade científica não se engaja na comunicação mais ampla com a sociedade.

Há outros fatores. Na universidade, são poucos os incentivos para atividades além de ensino e pesquisa. Zero remuneração e pouco reconhecimento.
Dar entrevistas, escrever artigos para jornal, postar nas redes sociais, oferecer cursos de extensão: tudo isso demanda uma quantidade de tempo e esforço que quase sempre vem em prejuízo da pesquisa (ou da qualidade de vida).

E entra no rodapé do Currículo Lattes, se entrar.
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Feb 3, 2023
Gosto muito do @gabeiracombr, mas seu artigo revela enorme desconhecimento do que vem sendo produzido no Brasil sobre a extrema direita.

São pelo menos 4 anos de muita gente boa fazendo pesquisa, reflexão, produção acadêmica e divulgação científica. Nisso incluo o @oedbrasil.
Só para deixar registrado, já que muita gente reagiu ao tweet original. Esses são livros de pesquisadores do @oedbrasil: @odiloncaldeira @leandropgon @JpZuquete @michel_gherman
Só a @EstherSolanoG organizou três livros sobre o assunto, com participação de outros pesquisadores do Observatório:
Read 7 tweets
Feb 2, 2023
Muita gente não entendeu a proposta de Lula de criar um órgão para promover a paz entre Rússia e Ucrânia.

"A ONU já existe!", "isso nunca vai funcionar!", disseram os críticos quando a iniciativa foi aventada, na visita do chanceler Olaf Scholz.

O que Lula quer com essa ideia?
1. Lula entende que tem 4 anos para deixar um grande legado ao país. Ou legados, quem sabe.

O caminho + seguro é o da política externa. Diante de um país dividido, a diplomacia presidencial torna-se instrumento poderoso de legitimidade.

E o melhor: depende pouco do Congresso.
2. Ao assumir em 2003, Lula tinha minoria legislativa e governabilidade frágil. Naquele ano, visitou 30 países. Era tão querido dentro quanto fora do 🇧🇷.

Bolsonaro fez coisa parecida. Em 2019, sem maioria, fez uma agenda externa focada na guerra cultural de Trump e Netanyahu.
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