MAGALU, RACISMO, IMMANUEL KANT E O CAPITALISMO
O primeiro argumento a favor de Magalu é o necessário combate ao racismo estrutural, com o qual concordo em gênero, número e grau. O segundo, importante também, deriva de "Ideia de uma história universal sob um ponto de vista
cosmopolita", no qual Kant afirma que a insociável sociabilidade humana resultará na elevação moral da sociedade. Vamos supor que Magalu não tenha como objetivo combater o racismo, mas apenas conquistar mercado e aumentar o faturamento. Neste caso, terá sido seu interesse privado
insociabilidade para Kant, que resultará em mais oportunidades para os negros, que é a sociabilidade e a elevação moral. A busca do interesse privado capitalista resultará em mais igualdade entre as raças. Os racistas mobilizarão a justiça contra Magalu. Caso a justiça acate a
demanda racista ela estará interferindo na iniciativa privada em busca do aumento do lucro. Iniciativa essa que não fere nenhum preceito legal de nosso país. O aumento da escolaridade e do poder de consumo dos negros no Brasil, que está ocorrendo, irá impor a nossas empresas,
cada vez mais, ações semelhantes àquela tomada agora por Magalu. O que Magalu fez encontrará resistências, claro, mas vencerá porque está inteiramente de acordo com o sistema econômico no qual vivemos. Kant acertou mais uma vez.
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(1/n) EVANGÉLICOS: PERDA DE ADEPTOS
Excetuando-se a diversidade cultural, os seres humanos são muito parecidos no mundo inteiro. Quem vai a uma igreja não está em busca de ouvir sobre política, mas sim sobre Deus. Nos EUA os evangélicos perderam adeptos por causa da política
(2/n) Se aconteceu lá, caminha para acontecer aqui. Bolsonaro, Michele, Silas Malafaia e outros estão agindo como políticos, para elas a religião só importa porque obtém votos com ela. Isso será notado por muitos crentes de uma maneira transversa: seus pastores serão criticados
(3/n) por falarem excessivamente sobre política, por só pensarem em arrecadar para camapnhas eleitorais e coisas correlatas. Principalmente para os mais jovens, isso terá impacto, pois a imagem das igrejas evangélicas irá piorar ao mesmo tempo em que esses jovens não gostam de
(1/n) PRISÃO DE LULA vs INELEGIBILIDADE DE BOLSONARO: A PRINCIPAL DIFERENÇA
A principal diferença entre estes dois episódios diz respeito ao estilo da tomada de decisão, o que envolve "quem toma a decisão". No caso de Lula foi um grupo de arrivistas, no caso de Bolsonaro é a
(2/n) elite política. Lula só foi preso por causa de atos inconsequentes de um juiz de primeira instância concursado (isso é importante, pois o concurso o faz se achar dono do cargo), um procurador também concursado e uma mídia em decadência face à emergência das mídias sociais.
(3/n) No caso da inelegibilidade de Bolsonaro a decisão foi tomada (escrevo antes da decisão com o verbo no passado porque ele efetivamente já está tomada) por uma elite política, portanto, por pessoas que calculam custos e benefícios de maneira muito racional, não são arrivistas
Só uma maneira de controlar um ministro do STF, ainda assim, precária: ele precisa ter uma grande reputação jurídica baseada em publicações que o fazem um cardeal ou papa em sua área. Assim, quando ministro, ele será “controlado” por sua reputação. O único nomeado nos últimos
anos com esta característica foi o Teori. Zanin tem toda a liberdade de votar como quiser, assim como Toffoli e todos os outros. É por isso que a prisão em segunda instância já foi ilegal, tornou-se legal, e foi ilegalizada de novo. É tudo assim. Enquanto não tivermos massa
crítica de ministros do STF nomeados por sua excelência acadêmica, as decisões serão instáveis e imprevisíveis, algo detrimental à atividade econômica e, portanto, ao desenvolvimento. A única coisa que controla alguém inamovível é sua reputação jurídica no meio, ele não tem.
SCRIP DE ESCÂNDALOS DE CORRUPÇÃO
1 - Algum político se torna importante, ganha visibilidade, ocupa cargo de grande relevância e passa a incomodar seus pares ou adversários.
2 - Como todos que fazem parte do sistema, em particular nos seus cargos mais elevados, teve que realizar
malfeitos para chegar lá.
3 - Os malfeitos foram levados a cabo por pessoas de estrita confiança, seguindo-se vários procedimentos como não falar ao telefone, não enviar mensagens e não fazer reuniões com três ou mais pessoas acerca de assuntos sensíveis.
4 - Por estar em cargo
elevado e incomodar os adversários, surgem malfeitos que passam a ser investigados e vão para a mídia. Tais escândalos atingem somente os assessores.
5 - O político importante diz que nada tem a ver com seu assessor de confiança, mas designa um advogado para defendê-lo.
MP DOS MINISTÉRIOS
Aprovar a reestruturação de ministérios nunca foi problema no Brasil. A "derrota" do governo tem mais a ver com esta questão ter sido objeto de barganha do que com qualquer outro motivo. Derrota entre aspas porque as razões do conflito vão além da capacidade
política de Lula e de seus auxiliares, foi causado por vários fatores: maior polarização do país, maior controle institucional e da opinião pública dos casos de corrupção e herança do orçamento secreto. Antes, por meio de operações pouco transparentes, era fácil obter o apoio dos
parlamentares. Hoje tais operações podem resultar em crises profundas, processos e até mesmo inelegibilidades. Por outro lado, deputados e deputadas de direita foram eleitas por um voto mais cristalizado, por um eleitor mais convicto de que é contra o PT. Por fim, o orçamento
(1/n) 🧵LULA E AS DERROTAS NA CÂMARA: PARA VOCÊ REFLETIR
É possível que - por ora - Lula tenha tomado a decisão de não formar uma sólida base aliada na Câmara. Assim, o governo continuará sofrendo derrotas e as remediará por meio de decisões exclusivas do Poder Executivo. Explico
(2/n) A elite política do PT considera Arthur Lira tão ou mais faminto por recursos que Eduardo Cunha. Lira é cria e Cunha criador. Assim, se Lula e o governo cederem para Arthur Lira com a finalidade de ganharem todas as votações ... as demandas do Presidente da Câmara apenas
(3/n) aumentarão. O PT experimentou isso com Cunha. Diante de tal avaliação, Lula pode ter decidido ganhar as poucas votações que importam - Arcabouço Fiscal e Reforma Tributária - e eventualmente perder todas as demais votações. Isso reduz drasticamente o "toma lá da cá" que