Assim como qualquer assunto num país assombrado pela polarização, querem reduzir o debate sobre volta às aulas em “sim” ou “não”. Ou, melhor, no maniqueísmo entre malvados e bonzinhos. Nada é tão simples assim. Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia
É possível estabelecer mil e um arranjos e rearranjos para uma retomada mais segura, como manter professores em grupo de risco em casa, turmas reduzidas, rodízio de alunos, mudanças físicas em escolas e tudo mais. Mas isso depende de um protocolo bem desenhado. É isso que cobram.
Eu parto de dois pressupostos:
1. Educação é primordial e aulas devem voltar em algum momento; 2. Esperar uma vacina, sem previsão e que pode inclusive nem vir a acontecer, é inviável.
A partir disso, podemos recolher evidências, ouvir especialistas e entender o que é melhor.
Mas a gente precisa ter em mente que, com a retomada econômica, tem criança na rua; que existe bastante evidência do efeito duradouro na vida das pessoas tanto de evasão escolar quanto de interrupção das aulas (como pela Segunda Guerra ou o vírus Ébola); e que tem uma pandemia.
Aqui, meu recado é o seguinte; nada é tão simples nesse mundo. A discussão não se resume a “não” ou “sim”. Dá para falar de conectividade e diferentes desenhos para uma volta às aulas. O debate deve ser sério!
Já está demonstrado que o Bolsonaro tentou dar um golpe. E o papel do Braga Netto também.
Vamos fazer uma cronologia apenas com alguns fatos:
07/12/2022: Bolsonaro apresenta um decreto golpista aos três comandantes das Forças Armadas.
09/12/2022: Bolsonaro se encontra com o comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter). O general Estevam Cals Theofilo ofereceu as tropas para o golpe.
Naquela mesma data, Jair discursou em público para apoiadores: “Quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês!”
14/12/2022 (data provável): Em segunda reunião, um novo decreto golpista foi apresentado. Decretava estado de defesa. Os comandantes do Exército e da Aeronáutica se recusaram a participar da aventura; o comandante da Marina estava disposto a tentar um golpe ao lado do presidente.
Bom artigo do @CaracasChron explica por que falsificar atas eleitorais venezuelanas é uma tarefa muito difícil – e que qualquer falsificação seria facilmente identificável.
Isso para não dizer que é IMPOSSÍVEL uma boa falsificação dessas atas todas.
– Atas têm um "hash" no topo, um código de 32 dígitos que criptografa as informações da votação.
Cada ata também é assinada fisicamente por testemunhas e possui uma "assinatura digital" diferente do hash na parte inferior. Isso garante a integridade e autenticidade do documento.
(Lembrando que uma ata é o documento impresso quando a mesa fecha e o resultado é transmitido, mostrando todos os resultados dali)
– Fazer a máquina gerar uma nova ata seria impossível, dizem, porque exige uma senha compartilhada entre CNE e os partidos. Sem partido, sem chave.
O PL 1904/24 é também uma isca da direita pra esquerda:
O que os direitistas mais querem é que a oportunidade seja usada pra defender o aborto sob qualquer hipótese, esta sim uma pauta muito impopular no Brasil.
Por isso, a narrativa “PL do Estuprador” tem funcionando tão bem.
Mas, em termos de debate público, é importante nos cuidarmos pra que sigamos nessa – independentemente dos argumentos.
O Código Penal já prevê uma pena pro crime de aborto, mas mesmo assim querem uma lei equiparando a prática do procedimento, após 22 semanas, a um HOMICÍDIO.
E sim, é comum que crianças, com o corpo ainda em desenvolvimento, demorem mais para descobrirem a gravidez;
É verdade que vítimas de violência sexual, justamente por muitas vezes estarem cercadas pelo seu agressor – ou seus agressores – podem demorar para recorrer à ajuda;
Dar ministérios pro União Brasil, pro PP, tem adiantado de quê? Nada. O presidencialismo de coalizão morreu. As vitórias do Governo foram aquelas com pressão do mercado para rolarem também.
Estou num momento pessimista. Não tem articulação semanal do Lula que resolva o problema.
Tenho pensado inclusive que o Planalto podia começar a pensar seriamente em um Governo mais reativo se andarem ainda mais com as pautas reacionárias.
Tirar esses partidos do Ministério, colocar pessoas notáveis, e comprar uma briga pública com o Legislativo, dando nome aos bois.
Os caras vão emplacar um monte de CPIs contra o governo? Deixava clara a chantagem, a reação de quem quer emenda, e deixa os caras chupando o dedo. Brigar contra o “sistema” podia até render alguma popularidade no fim da linha. E pelo menos teria gente competente nos ministérios.
Algo relevante da denúncia da PGR no caso Marielle é que, ao explicar a motivação do crime, mostra-se a relação direta do assassinato com a atuação do PSOL como um todo, que entrava em rota de colisão com os Brazão e as milícias.
Mostra que enfrentar eles faz a diferença. Fio 🧵
O objetivo dos Brazão com a execução seria “impedir que a vereadora continuasse a prejudicar os seus interesses” e “dissuadir outros integrantes do PSOL que pudessem adotar a mesma postura”.
Eu iria até além: serviria para dissuadir qualquer um que deseja fazer o certo no Rio.
Fato é que a denúncia diz: “Os confrontos que Marielle teve com os irmãos Brazão só podem ser precisamente dimensionados se estiverem contextualizados pelo histórico de desavenças que os denunciados tiveram com o PSOL, notadamente com Marcelo Freixo”.