Ainda sobre os impostos, o debate deve ser feito tendo em conta que esta é a realidade entre número de agregados e receita arrecada. Os 0,6% de famílias que recebem mais de 100 mil €/ano pagam mais de 1/4 da receita. Os dados são de 2014, mas a estrutura não terá mudado muito
Podemos olhar para isto e achar que não podemos carregar mais no topo da distribuição e/ou que é possível aliviar os impostos de muitos milhares mais perto da base sem sacrificar assim *tanta* receita. O que não podemos dizer é que esses contribuintes de topo não são relevantes
O que me traz de novo aqui. Se a prioridade é aliviar os impostos do pessoal que paga pouco, uma proposta que se restrinja a isso não terá dificuldades em encontrar apoios
A taxa normal de IRC é de 21%, mas 17% nos primeiros 50k de lucro tributável de micro e PMEs. Para empresas que do interior, a taxa reduzida é de 12,5%. Acrescem a derrama municipal (até 1,5%) e uma sobretaxa (derrama estadual) para lucros acima de 1,5 milhões (3% a 9%)
O IRC é o 3º maior imposto em 🇵🇹, representando 13,7% da receita fiscal, 9,5% da despesa corrente primária e 3,4% do PIB. A importância do IRC na receita fiscal e no PIB está próxima da média do 🇪🇺, tal em termos de capacidade de financiamento da despesa pública
Boa thread. É frustrante este debate sobre como encontrar um sistema fiscal que responda a níveis elevados de desigualdade: não fazemos porque não é boa política ou não fazemos porque não é possível? Difícil argumentar pela 1ª, começamos a ter mais ferramentas para resolver a 2ª
Lá pelo meio é referida a expressão "buy, borrow, die". Não sei se a generalidade das pessoas conhece os mecanismos disponíveis aos ultra-ricos para evitar impostos, mas este vídeo explica bem
O INE divulgou hoje uma importante publicação sobre o parque habitacional português. Há várias conclusões relevantes, mas saltam à vista as assimetrias regionais. Primeiro: evolução do nº de famílias vs nº de casas. É fácil ver onde há desalinhamento
Com a promessa de que não se irá recandidatar, já podemos avaliar o que representou o "Costismo" para as contas do Estado
Como encontrou e como deixa António Costa o Estado [em bué de gráficos] visao.pt/exame/analise/…
A coisa mais engraçada nestes exercícios é olhar para os grandes agregados. O debate público é quase exclusivamente dominado pelo que acontece do lado da receita (impostos, impostos), mas o slogan das "contas certas" nasceu de um controlo férreo da despesa
É verdade que a carga fiscal tem renovado máximos, fruto da decisão de não inverter o "enorme aumento de impostos". Mas o mais interessante é olhar para a recomposição fiscal. Mais peso de IVA e contribuições, menos do IRS. Alguns movimentos engraçados entre os pequenos
Como assim o Estado não tem limites *financeiros* para aquilo que pode gastar? Nos últimos meses talvez já tenham ouvido falar de MMT, a teoria económica minoritária-mas-cada-vez-mais-influente do momento. Acho que este não é um mau resumo do que defende visao.sapo.pt/exame/analise/…
Quando a @AOC falou de MMT há dois anos percebeu-se que ela estava a ganhar influência nalguns segmentos da esquerda americana businessinsider.com/alexandria-oca…
@AOC Mas foi a publicação de Deficit Myth no ano passado que acelerou o reconhecimento de debate sobre a teoria. A autora, Stephanie Kelton, era uma das economistas de topo dos democratas no Congresso e conselheira nas corridas presidenciais de Bernie Sanders publicaffairsbooks.com/titles/stephan…
Um novo estudo mostra aquilo que muitos já argumentavam: a ideia de que impostos mais baixos para os ricos ajuda a criar riqueza para os mais pobres não é verdadeira. “É seguro dizer que [a economia “trickle-down”] é um mito” visao.sapo.pt/exame/2021-04-…
*GRÁFICOS*
A evolução das taxas marginais de IRS em alguns dos países mais ricos do mundo