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Sep 22, 2020 137 tweets 24 min read Read on X
HOJE

Com a suspensão das aulas por causa da pandemia do Coronavírus (com autorização do @Twitter)

LÍNGUA PORTUGUESA

Participações: @Claudiozaidan11 @humbertoperon @RonaldGimenez @jairbolsonaro @nilsen_jr @ricapriotti @mribeiroMEC @alvarodias_ @Bernardoramosal @miltonjung
Mário Quintana - Língua Portuguesa

Imagem do poeta pós-moderno, Mário Quintana, que apresenta uma poesia marcada por um profundo humanismo, tanto no conteúdo quanto na forma, por uma "difícil simplicidade".
O lúdico e o simples talvez sejam as marcas que mais cintilem na poesia de Mário Quintana, poeta gaúcho nascido na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul, como pode ser confirmado em De Gramática e de Linguagem, poema de Quintana em homenagem à Língua Portuguesa, ...
...constante no livro Apontamentos de História Sobrenatural, e que escolhemos para a postagem no Twitter desta semana.
Observe que, ao demonstrar sua preferência pelo adjetivo em relação a uma das classes fundamentais da gramática da Língua Portuguesa, que é o substantivo – a outra é o verbo –, ...
...Mario Quintana confirma o enunciado que se tornou uma máxima, ou seja, ser poeta é possuir um olhar diferenciado sobre a vida e o mundo.
Quintanares: Verão de Mário Quintana interpretado por Milton Ferretti Jung de miltonjung via #soundcloud soundcloud.com/miltonjung/qui…
De Gramática e de Linguagem

E havia uma gramática que dizia assim:
“Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta”.
Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!…
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte.
Multiplicam-se em excesso.
As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.
Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre, Ovo pode estar choco: é inquietante…)
As cousas vivem metidas com as suas cousas.
E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para quê? não importa: João vem!
E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão.
Amigo ou adverso… João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João…
Mas o bom, mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto…
Observando o modo como as imagens poéticas determinam uma percepção de espaço que não se realiza somente pela representação da realidade, mas pelo modo como elas descrevem o espaço reapresentando-o.
Em um primeiro momento, busca-se examinar a articulação entre espaços reais e imaginários a partir de algumas vozes críticas, uma vez que a articulação se tornou uma especificidade discursiva na obra de Quintana.
Tal especificidade, todavia, foi amplamente estudada sob o viés da representação dos espaços, conduzindo a reflexão à transposição do real ao imaginado.
A possibilidade de reler o espaço poético para além da representação sinaliza uma abordagem voltada ao espaço criado pela linguagem, evidenciando a sutil articulação entre real e imaginário na poesia quintaneana.
Para tanto, a análise dos textos de Quintana permite observar o processo de fundação da realidade pela linguagem, revelando um espaço menos referencializado.
A decisão de estudar a poética de Quintana no Twitter, em relação a tantos outros poetas brasileiros, se justifica pela intensidade com que o poeta gaúcho ressignifica os espaços através da construção de seu imaginário.
Portanto, promove o deslocamento da percepção do real, torna patente a composição de uma realidade mergulhada em reminiscências tão particulares e ao mesmo tempo tão universais.
Quintanares: A Carta de Mário Quintana interpretada por Milton Ferretti Jung de miltonjung via #soundcloud soundcloud.com/miltonjung/qui…
Esta breve comunicação visa demonstrar como o poeta Mário Quintana utiliza marcas típicas da modalidade falada da língua como estratégia literária em vários momentos de sua obra.
Tradicionalmente, a fala e a escrita apareciam numa perspectiva dicotômica. Enquanto a escrita era considerada “estruturalmente elaborada, complexa, formal e abstrata”, a fala surgia como “concreta, contextual e estruturalmente simples”.(Marcuschi).
Tal visão idealizada que percebia cada uma como um fenômeno isolado, estático e homogêneo não corresponde, na prática discursiva, à correlação das duas modalidades entre si.
Atualmente, já existe um consenso de que ambas, apesar de suas características próprias, interagem constantemente no dia a dia.
Um exemplo contundente dessa interação nos meios de comunicação mais modernos é o chamado “bate-papo” (“chat”) da Internet e Twitter.
Nele, observamos o “falado” por escrito, uma vez que ocorre, o tempo todo, uma situação interativa, mesmo que os interlocutores não se encontrem, de fato, frente a frente.
Na verdade, o que não podemos esquecer é que a linguagem, em geral, encontra-se condicionada a fatores vários, além de apresentar variedades diversas difíceis de serem demarcadas no seu uso.
Variações podem estar ligadas ao espaço geográfico (diatópicas), estar condicionada aos diferentes estratos sociais (diastráticas), ou ainda ser derivadas de modalidade expressiva, de estilos diferentes, ligados às circunstâncias em que se realizam os atos de fala (diafásicas).
Além dessas variantes acima mencionadas, convém salientar os aspectos afetivos que caracterizam a expressividade que perpassa os fatos da língua, e o emprego poético da linguagem pelos artistas da palavra, típico da literatura.
Este último uso da linguagem interessa-me sobremaneira.
Nesta comunicação, pretendo destacar algumas marcas de oralidade empregadas por Quintana nos seus textos e observar de que forma elas contribuem para enriquecer as possibilidades de expressividade e de compreensão da mensagem do autor.
Características específicas da modalidade oral

Devido à complexidade do tema, discorrerei apenas sobre algumas características morfossintáticas e léxico-semânticas. Estes aspectos foram citados por Urbano no livro Oralidade na literatura: o caso Rubem Fonseca de 2000.
Morfossintáticas

- emprego de palavras e partículas sem conteúdo significativo (“é”; “é que”);

- tendência ao analitismo (“vou viajar” em vez de “viajarei”);

- o emprego indiscriminado de “este/esse” e “onde/aonde”;
- o emprego do presente pelo futuro (Amanhã eu falo com você.);

- o uso do perfeito no lugar do mais que perfeito;

- o emprego de formas intensificadoras ou enfáticas (Você bem que podia me aceitar).
Léxico-Semânticas

- expressões com constituintes de valor semântico indeterminado (“não sei quê”);

- expressões típicas do discurso oral (“sem essa”, “tudo bem”);

- expressões idiomáticas e elementos gírios (“não é mole”, “com certeza”);
- elementos fáticos (marcadores conversacionais discursivos): (“ah”, “éh”, “ahn”);

- expressões de situação (“mas”, “então”, “agora”, “olha”);

- dêiticos (Você, o receptor; eu, o emissor; aqui, o lugar; agora, o tempo; isto, o assunto da comunicação)
As Marcas de Oralidade na Prosa-Poética de Quintana

Antes de analisar dois breves textos de Quintana, gostaria de salientar outros aspectos típicos da linguagem conversacional recorrentes no autor: a pergunta retórica, a retificação e o uso de comparações.
Texto 1: A HERANÇA

Se eu fosse um iluminado, com que habilitações
poderia eu distribuir a minha carne e o meu sangue?
Apenas diria aos discípulos famintos:
¾ Eis aqui os meus ossos. (Caderno H, p. 2)
este texto, com frame de humor/ironia (característica marcante do autor e da língua falada), Quintana “dialoga” não só com o leitor, mas igualmente com o livro sagrado dos cristãos: a Bíblia.
A intertextualidade com a Bíblia aparece em palavras/expressões do tipo “herança”, “iluminado”, “discípulos” entre outras.
A estrutura hipotética “se eu fosse” acompanhada de um torneio interrogativo (típicos da oralidade) subentendem uma “situação conversacional” tanto com o leitor quanto com a tradição cultural, ocidental, católico-cristã.
Na verdade, a simulação de “diálogo” com um interlocutor qualquer ou com uma sociedade serve para o poeta se posicionar ironicamente como um “Deus” diante de seus “interlocutores/discípulos”. E se tal hipótese ocorresse, este ofereceria simplesmente os ossos.
Cabe notar que a simbologia inerente a “sangue” e “carne” (= vida) da fala de Jesus são sarcasticamente retomados através dos “ossos”(=morte)/ “textos” do poeta.

Outra leitura possível: a que compararia o poeta a um deus, visto que aquele também seria um criador.
No entanto, este criador humano apenas teria os ossos/poemas para ofertar aos seus leitores/discípulos.
O emprego da expressão recorrente na modalidade oral “eis aqui” aparece como recurso do autor para tornar o texto mais coloquial e informal, além de parodiar a famosa fala bíblica.
Em suma, embora Quintana utilize procedimentos característicos da modalidade falada informal, com um léxico bem conhecido dos interlocutores/leitores, com estruturas sintáticas simples, a mensagem se torna literária pelos questionamentos implícitos.
Texto 2: O MUNDO DE DEUS

Aquele astronauta americano que anunciou ter encontrado Deus na lua é no fim de contas menos simplório do que os primeiros astronautas russos, os quais declararam, ao voltar, não terem visto Deus no céu.
Porque, se Deus é paz e paz é silêncio afinal, deve Ele estar mesmo muito mais na lua do que nas metrópole terrenas.

E, pelo que me toca, a verdade é que nunca pude esquecer estas palavras de um personagem de Balzac: “O deserto é Deus sem os homens”. (Caderno H, p. 3)
Nesta narrativa, o autor “esconde-se” por meio de um discurso em que ele parece estar ausente. Na verdade, ocorre um “diálogo implícito” entre o que está sendo contado e a sutil intervenção do narrador ao se posicionar sobre o real mundo de Deus.
O interlocutor, igualmente implícito, pode ser o leitor, a Bíblia e até Balzac através de um personagem.

A repetição de palavras, recorrente na língua oral, aparece em “...se Deus é paz e paz é silêncio...”.
A retificação, outro procedimento usual na fala, surge em “...no final de contas...”; “...pelo que me toca...”; “...é que...”.
O uso de palavras reiterativas ou enfáticas (característica morfossintática do discurso conversacional), muitas apenas para reforçar a mensagem, aparece em “...deve Ele estar mesmo muito mais na lua...”.
O emprego do pronome anafórico “Ele”, substituindo Deus, consiste em outro traço da oralidade para dar coesão e agilidade ao discurso.
Cabe observar que a citação de fatos cotidianos de conhecimento geral (a chegada do homem à lua) serve não só para atrair a atenção do leitor, mas sobretudo como pretexto para o poeta “filosofar” sobre deus e a paz.
No final, o “diálogo” com uma fala de um personagem de Balzac (“o deserto é Deus sem os homens”) contribui para ratificar a visão de Quintana sobre o tema.
Embora o tema demande um desenvolvimento maior, acredito que com a análise dos dois textos acima já se possa perceber que o emprego consciente e recorrente de marcas de ...
...oralidade na prosa-poética de Quintana seja uma “estratégia” a fim de envolver o leitor e embutir as mensagens poéticas do autor.
Em outros termos, através da incorporação intencional de marcas de oralidade nos seus textos, Quintana cria uma simulação de realidade cotidiana que atrai o leitor.
A escolha de um léxico propositadamente coloquial aliada a estruturas morfossintáticas simples (típicas da modalidade oral) conquistam o leitor, amiúde, pouco afeito a uma linguagem mais rebuscada.
Depois de seduzido por um texto pretensamente simples, o poeta passa a sua mensagem sempre surpreendente, instigante e renovadora.
Quintanares: Operação Alma de Mário Quintana com interpretação de Milton F Jung de miltonjung via #soundcloud soundcloud.com/miltonjung/qui…
Referência:
QUINTANA, Mário. Caderno H. São Paulo: Globo, 1989.
Considerando a linguagem que caracteriza o texto de Mario Quintana, percebemos o predomínio da:

- Função emotiva centrada no emissor que deseja expressar seus sentimentos

- Função conativa que focaliza na persuasão do interlocutor
- Função metalinguística porque a poesia representa a construção poética

- Referencial pois trata de uma situação do cotidiano de uma pessoa

- Poética por explorar a criatividade do leitor em relação ao fazer poético
Quintanares: Ser E Estar é poesia de Mário Quintana interpretada por Milton F Jung de miltonjung via #soundcloud soundcloud.com/miltonjung/qui…
DE GRAMÁTICA E DE LINGUAGEM

Mário Quintana

E havia uma gramática que dizia assim:
“Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta”.
Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!. . .
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte.
Multiplicam-se em excesso.
As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.
Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre,
Ovo pode estar choco: é inquietante. . .)
As cousas vivem metidas com as suas cousas.
E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para quê? não importa: João vem!
E há-de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,
Amigo ou adverso. . . João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João. . .
Mas o bom, mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto. . .
Ovo, então, torna-se um signo, porque passa a representar algo além de si mesmo. A qualidade “choco” de tal forma representa seu objeto “inquietude”, “vida”, que podemos considerar “ovo” um seu ícone.
Nesse poema, entretanto, ao que parece, o ovo é associado ao nascimento de uma personagem, o burgomestre, responsável pela instauração da inquietude e do alarido numa cidade.
Fôssemos levar em conta essa história, “ovo”, no poema “De gramática e de Linguagem”, seria mais um índice do que um ícone. Ou, ainda, célula-ovo ou zigoto.
Quintana explica por que não gosta delas. As suas qualidades oscilantes representam-se através dos pares antonímicos triste/alegre, reticente/falastrão, amigo/adverso.
Ao contrário das coisas, que são “seres” não-agentes e “vivem metidas com as suas cousas”, as pessoas são seres agentes e podem vir, a qualquer momento, “bater à nossa porta”, solicitando-nos.
As coisas, contrariamente, “não exigem nada”, nada nos pedem, a não ser um desejo implícito nelas (ou no poeta) de que “não as tirem do lugar onde estão”.
Referência:
QUINTANA, Mario. Apontamentos de História Sobrenatural. 6a ed. São Paulo: Globo, 1998.
___________. Sapato Florido. Ed. esp. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1994.
Compreender a lírica de Mario Quintana segundo uma definição poética da semiótica: ciência de aprender a ver.
Naturalmente, a simplificação e a sistematização implícitas neste Twitter merecem um aprofundamento, seja porque a captação dos elementos da experiência dependa da maturidade de quem os percebe, ...
...seja porque as possibilidades de leitura se escondam atrás de signos nem sempre muito visíveis. Fica aberta, portanto, a possibilidade infinita de ressignificar o poema de Quintana, num nível mais imediato, e nosso próprio ser-no-mundo.
Quintanares: O Cisne, poesia de Mário Quintana interpretata por Milton F Jung de miltonjung via #soundcloud soundcloud.com/miltonjung/qui…
Metalinguagem

Metalinguagem é uma das funções da linguagem identificada pelo linguista Roman Jakobson, para os elementos da comunicação.
De acordo com o modelo de Jakobson, a comunicação tem seis elementos: emissor, receptor, mensagem, referente, código e canal. Sendo que para cada um deles existe determinada função.
Além da metalinguagem, que é centrada no código, as outras funções são: função emotiva, função conativa, função poética, função referencial e função fática.
Mas o que iremos falar aqui é sobre a função metalinguística - procedimento em que se usa a linguagem para falar da própria linguagem. O código explicando o código, voltado para si e se transforma no próprio referente.
No decorrer do processo há duas características, uma que corresponde a função de explicar (função) e a outra que corresponde a função de autoexplicação (código). Metadiscurso, metaliteratura, metapoema e metanarrativa são algumas das variações da metalinguagem.
São conceitos autoexplicativos, mas vale ressaltar que um dos primeiros a utilizar a função metalinguística foram os poemas.
A Função Emotiva, também chamada de Função Expressiva, fundamenta-se na subjetividade, isto é, na mensagem que é utilizada pelo emissor, caracterizada pela transmissão de emoções e sentimentos.
A função emotiva faz parte das funções da linguagem que estão entre os principais assuntos que caem nas provas.
Elas são importantes ferramentas da comunicação, baseadas na forma como os indivíduos se expressam conforme o texto que o emissor quer passar e pra quem será enviada a mensagem. Por isso se faz necessário compreender alguns elementos da comunicação.
Veja:

• Emissor: aquele que envia a mensagem.

• Receptor: aquele que recebe a mensagem.

• Mensagem: consiste nas informações contidas no texto ou nos diálogos.
• Canal de Comunicação: meio utilizado para transmitir a mensagem.

• Código: Língua Portuguesa.

• Contexto ou Referente: situação na qual a mensagem se refere.
A função conativa ou apelativa é uma das funções da linguagem, definidas pelo linguista russo Roman Jakobson. A função conativa tem ênfase no destinatário, de modo que o objetivo é persuadi-lo através da mensagem transmitida.
A função conativa explora o uso do discurso em 2ª e 3ª pessoa, utilizando pronomes como tu e você. Ela busca convencer o interlocutor e fazer com que ele tenha determinado tipo de comportamento, pensamento ou atuação.
Presente em livros didáticos, manuais, livros de autoajuda, textos publicitários, a função conativa procura convencer o leitor, dar conselhos ou ordens.
A função de linguagem conativa utiliza vocativos, verbos no imperativo e pontos de exclamação. Sua finalidade é focar o discurso de modo que incite a atuação do interlocutor.
A Função Poética, também conhecida como estética, é a função da linguagem que tem como objetivo valorizar a mensagem, da forma que ela está sendo transmitida.
A função poética é uma das seis funções da linguagem definidas pelo linguista Roman Jakobson, onde cada uma delas deve abordar os diferentes elementos da comunicação, que são:

• Emissor (quem fala).

• Receptor (com quem se fala).

• Mensagem (o que se fala).
• Referente ou Contexto (assunto da mensagem).

• Canal ou Contato (veículo da mensagem).

• Código (sistema de linguagem).
A função referencial ou função denotativa é uma das seis funções da linguagem mais utilizadas no cotidiano. Ela se caracteriza pela mensagem centrada naquilo de que se fala.
Com o compromisso com o caráter informativo da mensagem, a função referencial tem por objetivo informar, notificar, referenciar, anunciar e indicar.
A função referencial é caracterizada por alguns aspectos gramaticais, como emprego da ordem direta nas frases e discurso em terceira pessoa.
Também chamada de função informativa, a função referencial ou denotativa é uma das seis funções da linguagem descritas pelo linguista russo Roman Jackobson.
Com a mensagem centrada na necessidade de transmitir ao interlocutor informações de maneira direta e objetiva, a função referencial evita o discurso literário, presente em outras funções, como a função poética e a função emotiva.
Algumas mensagens possuem características de várias funções da linguagem, no entanto, o que prevalece é a função predominante.
Considerando que todo ato comunicacional tem por finalidade transmitir uma informação, é possível afirmar que a função referencial está em praticamente todos os tipos de textos.
A função fática é uma das seis funções da linguagem elaboradas pelo linguístico Roman Jakobson (1896-1982). Essa função tem o objetivo de interromper, prolongar ou estabelecer a comunicação. O termo corresponde a rumor ou a ruído.
Quais são os elementos da comunicação?

A comunicação é formada por importantes elementos que são mensagem, emissor, receptor, canal, código e contexto.

• Mensagem: esse elemento corresponde ao conteúdo ou o assunto transmitido;
• Emissor: diz respeito a quem propaga a mensagem, intitulado também como destinador. O emissor pode ser, por exemplo: uma pessoa, como também uma empresa.

• Receptor: esse é conhecido também como destinatário. A função desse é receber a mensagem;
• Canal: diz respeito ao meio em que a mensagem é propagada. O canal pode ser, por exemplo: microfone, rede social, telefone, TV, dentre outros.
• Código: corresponde ao conjunto de signos e regras estabelecidas para compor a mensagem;

• Contexto: esse elemento da comunicação é conhecido também como referente. Diz respeito ao assunto ou a situação a qual a mensagem se refere.
Quintanares: A Surpresa de Ser é poesia de Mário Quintana narrada por Milton F Jung de miltonjung via #soundcloud soundcloud.com/miltonjung/qui…
Sapato Florido - Mário Quintana
Na obra Sapato florido Quintana mistura prosa e verso, não só na forma, mas também no conteúdo. Apresenta uma obra diferente daquela oferecida ao leitor por um livro de poemas.
Quintana declara isso no texto abaixo:

SUSTO

Isso foi há muito tempo, na infância provinciana do
autor, quando havia serões em família.

Juquinha está lendo em voz alta, A Confederação
Dos Tamoios.

Tarararararara, tarararararara

Tarararararara, tarararararara
Lá pelas tantas, Gabriela deu o estrilo:

- Mas não tem rima!

Sensação. Ninguém parava de não acreditar. Juquinha,
Desamparado, lê às pressas os finais dos últimos versos...
quérulo... branco... tuba... inane...vaga...
Infinitamente...

Meu Deus! Como poderia ser aquilo?!
A rima deve estar no meio – diz, sentencioso, o major
Pitaluga

E todos suspiraram, agradecidos.

Sapato florido, Ed. Globo, 1948, p 116
Quintanares: O Menino Louco, poesia de Mário Quintana interpretada por Milton F Jung de miltonjung via #soundcloud soundcloud.com/miltonjung/qui…
Tive o privilégio de conhecer pessoalmente o poeta Mário Quintana. Uma coisa é apreciar os seus versos, outra é vê-lo, conversar com ele, admirar a sua doce figura.
Jantamos juntos na residência do acadêmico Arnaldo Niskier, numa das investidas do poeta nascido em Alegrete (RS) à Academia Brasileira de Letras.
Da mesma forma como adorei o seu jeito simples e bem-humorado, senti que em matéria de candidatura ele seria vítima da sua cândida ingenuidade. A mesma que sempre colocou, com brilho, nos seus versos livres ou nos poemas em prosa, como no clássico Sapato Florido, de 1947.
Senti muito as duas derrotas de Mário Quintana. Ele merecia a imortalidade, pela qualidade do seu trabalho literário e até mesmo pela certeza de que, no convívio, seria extremamente agradável a sua companhia entre os imortais da ABL.
Por isso, num dado momento, depois de acertar a estratégias com o saudoso Austregésilo de Athayde, e existindo a indispensável vaga, ...
...o acadêmico Niskier, solicitou ao seu amigo Edgard Wallau Jr. para sondar, em Porto Alegre, pois a Academia queria elegê-lo com quase toda certeza por unanimidade. A resposta não foi favorável. Ele havia sentido muito os reveses e não queria mais se expor.
Uma pena, pois se a Academia não glorifica ninguém, pelo menos redimiria, por não tê-lo acolhido anteriormente. Mário Quintana foi um poeta popular, da mesma estirpe de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes.
Tinha um carinho todo especial por crianças, a elas dedicando diversas e importantes obras, como um incrível e atraente abecedário, em que ele brinca com animais de grande presença no imaginário infantil. O sucesso foi completo.
O seu estilo criativo deu origem a um novo verbete da língua portuguesa - quintanares - com que os amigos o homenagearam pelos 80 anos. No panorama da nossa literatura, o "imortal" Mário Quintana certamente fará muita falta.
O acadêmico Arnaldo Niskier assim o descreve: - Inevitável Mário Quintana - é de um sorriso de uma criança que brota a imortalidade. Quintana foi sem dúvida alguma, o poeta da criança brasileira.
Muitos escritores e leitores, murmuram: Que falta faz esse homem... Lembrando que 2006 foi o ano de centenário de Mário Quintana.
Quintanares: Eu Faço Versos de Mário Quintana com narração de Milton Ferretti Jung de miltonjung via #soundcloud soundcloud.com/miltonjung/qui…
Quintanares: 'Que Bom Ficar Assim, Horas Inteiras' com narração de Milton Ferretti Jung de miltonjung via #soundcloud soundcloud.com/miltonjung/qui…
Quintanares; "Contigo Fiz, ..." poesia de Mário Quintana com interpretação de Milton F Jung de miltonjung via #soundcloud soundcloud.com/miltonjung/qui…
Referência:
(saudoso) MILTON FERRETTI JUNG
Jornalista e radialista, trabalhou na Rádio Guaíba de Porto Alegre onde se consagrou na locução do Correspondente Renner e na narração esportiva. Ficou conhecido como a “Voz do Rio Grande”. É pai do @miltonjung
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Jan 4, 2023
Boa noite, senhor Secretário de Educação @ProfRenatoFeder

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Jan 4, 2023
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Jan 4, 2023
O que encontraremos se de fato fizermos o esforço de ir para o espaço? Há vida alienígena lá, ou estamos sós no universo?
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Jan 3, 2023
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Hoje, o único punido no sistema de ensino brasileiro é o aluno reprovado. Isso é covardia. Nada acontece com professor, diretor, secretário, ministro de Educação, prefeito ou governador quando eles falham.
Livros didáticos articulados – Além de considerar precipitada a unificação das disciplinas do ensino médio, considero também prematuras as metas do PNLD – as quais preveem a distribuição de livros e material didáticos articulados com outras áreas do conhecimento.
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Jan 3, 2023
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Criado pela lei 9.131, de 24 de novembro de 1995, o Conselho Nacional de Educação (CNE) completou vinte e cinco anos em 2022 com muitos desafios para superar.
A hierarquia do ordenamento jurídico ensina que os atos administrativos regulamentadores não podem escapar ao comando da lei.
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