Uma das coisas mais divertidas sobre pronome neutro é que, em geral, não é um pronome o que sofre modificação.
Sabe por que tem este nome sem noção? Porque esta nóia é DIRETAMENTE importada dos anglófonos, e em inglês é nos pronomes que, às vezes, se marca o gênero (gramatical).
Os bovinos microcefálicos que importaram esta praga sequer notaram as diferenças fundamentais entre os idiomas, e fizeram uma tradução à lá Google Translator do nome idiota desta merda — que faz algum vago sentido somente em inglês.
O português conservou do latim mais flexões do que o inglês das primitivas línguas germânicas continentais, então marcamos gênero e número em artigos (definidos e indefinidos), adjetivos, pronomes, até nalguns pronomes relativos (dos quais descendem os artigos, mesmo em inglês).
O latim, assim como o alemão e o grego, tinha TRÊS gêneros (gramaticais), como vários idiomas Indo-Europeus primitivos: masculino, feminino e NEUTRO. Então tudo era marcado com três possibilidades, tinha três terminações...
Conforme o latim foi simplificando para os idiomas românicos atuais, a maioria deles perdeu os gêneros (gramaticais) ou os manteve de maneira vestigial. Português, a rigor, NÃO MARCA o masculino e o neutro, deixando as palavras em "grau zero"...
... mas português marca as palavras femininas (nem todas). Então, a rigor, o português tem dois gêneros: 1) feminino; 2) não-feminino (os antigos masculino e neutros, que PERDERAM suas flexões e mantiveram radical+vogal terminal de grau zero).
Na prática podemos falar que português tem os gêneros "masculino" e "feminino", por causa das terminações características: sem modificação (sem marcação de gênero) = masculino+neutro, com marcação = feminino.
É por isso que o plural em português tende pro "masculino".
As marcações de agrupamento gramatical dos SUBSTANTIVOS e das palavras que com eles concordam, são chamadas "gênero". Elas tem NADA A VER COM SEXO, são puramente gramaticais. O Proto Indo-Europeu, do qual descendem o latim, o grego, o sânscrito, etc, tinha 2 gêneros:
1) Animado (as coisas vivas ou consideradas vivas, com "força vital"); 2) Inanimado (as coisas inertes ou consideradas inertes).
C/ o tempo, a marcação das coisas animadas se dividiu em dois grupos, A e B: bichos machos e relacionados a eles, bichos fêmeas e relacionados a elas.
A marcação das coisas inanimadas se tornou o neutro. Nesta brincadeira, houve um fluxo muito grande de marcações, daí "árvore", que antes era inanimado, é neutro num idioma, masculino noutro, feminino noutro e se criou esta bagunça...
... na qual alemães e brasileiros não concordam sobre o gênero gramatical de coisas bobas, como mesa, cadeira, bola e menina (sim, menina!!!).
Idiomas como o inglês e o farsi perderam quase todas as marcações gramaticais de gênero, EXCETO nalguns pronomes.
Daí as pessoas idiotas, que pegaram a palavra latina "gênero" (=geral, comum, um nome genérico [que vem de gênero] para um grupo de coisas afins), que significava "tipo", "categoria", e, daí "categoria masculina" e "categoria feminina", e inventaram que tinha a ver com SEXO.
Muito embora isso seja obviamente falso e tolo: gênero musical, gênero literário, gênero infantil ou adulto, etc: gênero = categoria = grupo de coisas afins.
Mas já disse que eram pessoas idiotas, né...
Enfim, pegaram gênero (gramatical) e confundiram com SEXO.
Daí resolveram que pessoas, diferentemente de chimpanzés, texugos, cabras, gatos, cachorros, peixinhos de aquário, gaivotas, joaninhas, aranhas, moscas, elefantes e até abacate, NÃO TEM SEXO — aberração biológica única !!!
Se pessoas não tem sexo (???), pensaram, então não podemos nos referir aos gêneros (gramaticais), que eles já tinham CONFUNDIDO COM SEXO: mas em inglês só se marca gênero NALGUNS pronomes — então inventaram isso de "pronome neutro" (que existe, de fato, em alemão, btw).
As pessoas ainda mais idiotas, aquelas que compraram esta idéia idiota que é modinha na Academia anglófona e na mídia em inglês, resolveram trazer ao português — e nem sequer notaram que a principal marcação de gênero (gramatical) neste idioma é nos SUBSTANTIVOS...
É daí que, em português, "pronome neutro" atua(ria) sobre substantivo, adjetivo, pronome, etc... Ainda que já exista uma forma neutra (sem marcação, "grau zero"), que incide sobre todo substantivo não-feminino (e toda palavra que concorda com substantivos não-masculinos).
Por isso que é engraçado quando alguém ralha "não diz <<fotógrafo>>, diz <<fotógrafe>>, tem de usar o pronome neutro" — e nem tem pronome envolvido !!!
typo= no fim, "não-masculino" deveria ser "não-feminino"...
FUN FACT
a mesa (fem) -> der Tisch (masc)
a cadeira (fem) -> der Stuhl (masc)
a bola (fem) -> der Kugel (masc), der Ball (masc)
a menina (fem) -> das Mädchen (neut)
ao menos concordamos em
a merda (fem) -> die Scheiße (fem)
FUN FACT 2
Em português há muita coisa inanimada do gênero feminino (árvore (é inanimado em PIE), pedra, porta, casa, chave, nuvem, água, hora), mas obviamente tá cheio de coisas inanimadas do gênero masculino (sapato, vento, céu, telhado, portão, relógio, prego)... Sentido?
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Grandes portais de notícia, telejornais, etc, histéricos condenando Israel pelo incidente no hospital. Um ou outro veículo, timidamente, culpando de cara os terroristas. Em AMBOS os casos, péssimo trabalho.
À época, sabíamos quase nada. Tem de se ater aos fatos, não às ilações.
Em tempo real, anônimos automotivados fizeram, de graça, a confirmação da localização do incidente por geolocalização. Levantaram vários vídeos, de vários ângulos e começaram a discutir as hipóteses.
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It's staggering how few the Sassanians knew about Cyrus (simply called "the great"). For ages we also didn't know a thing about the Hittites, despite their mention on the Bible, and to this day we call them "Hittites", although they called themselves Nessites.
Given the astonishing deeds during the Neolithic and the immense amount of time spent in relative complex societies, we probably have no direct names from that age — maybe some hints of them in very ancient tales and myths.
Literacy helped a lot to preserve names, events and biographies, but as I mentioned, we already lost knowledge about great names and nations of literated societies, like Akhenaten and Shuppiluliuma — and early Anglo-Saxon Britain had almost no hints of the Roman Britain.
A população em geral não se importa DE VERDADE com democracia, republicanismo, correção ética mínima ou corrupção. Caso se importasse, seriam simplesmente mal-sucedidas as candidaturas de Lula e Bolsonaro.
A ambos falta compromisso com a República e com a Democracia, a ambos falta uma correção ética mínima e ambos promovem um culto personalista a si próprios e o pior tipo de populismo. Entretanto, pra mais de 100M de eleitores, NADA DISSO IMPORTA.
Seria esperado que o histórico de Bolsonaro, já desde os anos 90, um sujeito repugnante que advoca fuzilar representantes eleitos, tortura e assassinato de "uns 30k" brasileiros, além de um sem-número de disparates, fosse repugnado a jamais ser elegível ao Planalto.
Aprecio muito o Laicismo: cada qual que seja, ou não, fervoroso em suas fantasias míticas, mas sem importunar os outros.
Há tempos sugiro ampliar isso para a política: Laicismo Político, sobretudo em termos Institucionais.
Da mesma forma como indivíduos podem optar por jejuar, se abster de porco, se submeter à circuncisão, etc, nenhuma Instituição (pública ou privada!) deveria poder EXIGIR a imposição destas coisas.
Em questões políticas, as Instituições (públicas e privadas!) não deveriam poder IMPOR suas profecias de fé às pessoas — mas ao contrário do relativo sucesso com o Laicismo original, religioso, estamos muito, muito longe disso!
Tolerar NÃO É preferir, gostar, apoiar. É algo como "deixar ser/estar". O tolerante pode até DESGOSTAR do que tolera, e expressar este desgosto, desde que deixe ser/estar.
Não gosto de pizza com ketchup: não coloco ketchup na pizza, desaconselho a fazer isso e ainda tiro sarro de quem faz. Mas quer botar ketchup na pizza? Bote, oras!
Não gosto, mas TOLERO que façam isso — ainda que por vezes expresse minha contrariedade e desgosto a respeito.
Só que o pessoal anda pervertendo o sentido de "tolerância", então qualquer opinião negativa, de desgosto ou desaprovação, confissão íntima de preferência, etc, é erroneamente considerada INTOLERÂNCIA.