Bruno Gagliasso disse que "não estava no topo da pirâmide". Mais um que se acha classe média.
Outro disse que Guilherme Boulos também era classe média.
Sim, Boulos e Gagliasso ESTÃO NO TOPO DA PIRÂMIDE. Talvez eles não saibam o quanto o Brasil é pobre. Mais do que imaginam.
É só olhar na última Pesquisa de Orçamento Familiar (POF). Em 2018:
- O Brasil tinha 207 milhões de pessoas.
- A renda MÉDIA do trabalho de UMA FAMÍLIA brasileira era de R$ 3.118.
Isso é simplesmente pegar a renda de todo mundo e dividir pelo número de famílias.
Quantas pessoas tem uma família brasileira MÉDIA?
Uma família brasileira tem, em média, 3 pessoas. Isso significa que uma família tem renda de ~R$ 1.039 por PESSOA!
Mas calma que a situação é pior. Pegar a renda e dividir pela número de pessoas desconsidera algo importante.
A distribuição da RENDA tem uma característica diferente. Ela não é uma distribuição simétrica, ela tem assimetria positiva.
Um nome técnico pra dizer que - quando se refere à renda - muitos ganham pouco, e pouquíssimos ganham muito.
Precisamos dividir a população em percentis.
E o quando olhamos a nossa base da pirâmide, o que vemos?
- 50% das famílias (METADE) possuem uma renda de R$ 1.344.
De novo: não é R$ 1.344 POR PESSOA. É por FAMÍLIA.
Dividindo pelo tamanho médio das famílias brasileira (3 pessoas) isso dá ~R$ 448 por PESSOA!
É assim que 103 milhões brasileiros vivem.
"Ah, mas não é possível..."
É possível sim. E isso só mostra o quanto alguns estão descolados da realidade da maioria. O Brasil não é APENAS DESIGUAL, nós somos pobres. Mais pobres que Botsuana, Gabão, Argentina, Iraque e Líbia.
O Bruno Gagliasso - e diversos outros que se acham classe média - estão tranquilamente no topo da pirâmide.
Só olhar os dados. Quem ganha mais de R$ 15 mil reais por mês está entre os 5% mais ricos!
Quem ganha mais de R$ 30 mil está entre os 1% MAIS RICOS.
Qual o problema de não entender que se está no topo da pirâmide e de achar que quem ganha mais de R$ 15 mil é classe média?
- O primeiro é achar que os ricos são sempre os outros. Quando na verdade ele, diversos funcionários públicos federais e outros estão entre eles.
- O segundo é querer dar privilégio para quem não está na base.
Ao pensar que quem ganha R$ 4 mil está entre os mais pobres, para cada real para esse grupo, um real a menos é tirado de quem realmente precisa. Dos 50 milhões de miseráveis que, de fato, estão na linha da miséria.
Todo mundo diz que é a favor de reduzir a desigualdade. Artistas, servidores federais etc.
O primeiro passo então é reconhecer que é parte do problema e quão pobre de fato é o Brasil.
Aí o debate começa a ficar melhor. Somos desiguais, mas somos extremamente pobres.
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Todo mundo viu o vídeo do Nikolas sobre o Pix que bateu mais de 300 milhões de visualizações. É claro que você não leria um fio repetindo o que ele disse.
Por isso, vou contar o que ainda não te disseram e trazer a minha visão sobre o Pix usando estudos.
Idealizado em 2016, durante o governo Temer, o Pix foi lançado em 2020, na gestão de Roberto Campos Neto no Banco Central, durante o governo Bolsonaro.
Isso todo mundo sabe. O que muitos não sabem é que…
O Pix não foi o primeiro sistema de pagamento instantâneo no mundo. O pioneiro foi o M-Pesa, lançado no Quênia em 2007.
Depois, vieram sistemas como o Zelle, nos EUA, e o UPI da Índia, em 2016.
Lula e a ministra da Cultura Margareth Menezes assinaram um decreto obrigando a exibição de filmes brasileiros em salas de cinema a partir de 2025, a famosa “cota de tela”.
Será que vai dar certo?
Vamos a uma pesquisa que avaliou isso. Ou será que ciência não vale nesse caso?🧶
Desde 2001, cinemas brasileiros têm a obrigação de exibir filmes nacionais por um número mínimo de dias por ano. b
A medida valia por 20 anos. Daí em 2021, o Bolsonaro decidiu não regulamentar. Mas agora Lula voltou com essa medida valendo em 2025....
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, comemorou como uma vitória, e disse:
"Nós conseguimos a regulamentação da cota de tela, que estava vencida. Isso significa que teremos mais cinema brasileiro nas telas de cinema e na televisão”.
Como as câmeras policiais afetaram a criminalidade e a violência policial?
Afinal, Tarcísio voltou atrás e agora apoia o uso das câmeras. Mas Ronaldo Caiado mantém sua posição contrária. E aí, quem está certo?
Vou utilizar um estudo da FGV que mostra esse impacto. Segue o🧵...
A evidência vem de uma pesquisa chamada “Avaliação do impacto do uso de câmeras corporais pela Polícia Militar de São Paulo”, realizado por pesquisadores da FGV e USP.
Uma delas é a @joanacmmonteiro, uma baita pesquisadora em Segurança Pública, vale seguir.
Primeiramente, vamos pensar quais poderiam ser os impactos das câmeras policiais. Há 2 hipóteses:
- A primeira hipótese é que as câmeras podem reduzir o uso excessivo da força.
Quando o policial e o cidadão sabem que estão sendo gravados, ambos tendem a se comportar melhor.