A confusão gerada em torno da realização do jogo PALxFLA criou um contexto bizarro. A cartolagem continua tentando destruir o principal produto do futebol nacional. A força que é feita para que o campeonato perca credibilidade e visibilidade é muito grande. Segue o fio.
É simplesmente impossível falar da partida sem falar desse contexto. O cenário criado pela cartolagem atrapalhou a preparação da partida em todos os aspectos. Jogadores, comissão técnica, arbitragem, logística, emissoras de TV, patrocinadores, público... todos foram prejudicados.
A forma com que o futebol brasileiro é tocado nos bastidores é de um amadorismo bizarro. Em pleno 2020, com a tecnologia evoluindo a passos assustadoramente largos, o tradicionalismo enraizado no futebol brasileiro cega à necessidade por inovação e evolução.
Situações como as desse jogo afastam o público, que vê nas novas gerações a busca por clubes, ligas e produtos melhores. Ou você acha que é à toa a busca cada vez maior da geração Z por PSG, Real Madrid, NBA, NFL, Playstation, FIFA, Fortnite, Netflix...
A concorrência para o futebol é pesada, mas ao mesmo tempo ignorada. Algumas ligas como a La Liga e a Premier League já perceberam e estão correndo atrás. Melhoram seus produtos e se destacam dentro do esporte. Quando veremos o futebol brasileiro fazer o mesmo?
Mas mesmo levando em conta todo esse contexto maluco, amanhã de manhã posto aqui a análise tática que fiz dessa partida que dentro de campo teve nome e sobrenome: Giorgian De Arrascaeta.
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Todo mundo sabe que Léo Ortiz falhou no gol do Atlético na final da Copa do Brasil. Ele próprio sabe disso. Mas o que talvez você não saiba é que foi graças a leitura de jogo dele que o Flamengo abriu o placar. E eu posso te provar. Segue o fio...
O jogo começa e a estratégia defensiva do Atlético é muito clara: marcação individual. Cada um pega o seu. A única exceção era Hulk, que se dividia lá na frente entre os dois zagueiros pra que o time ficasse com pelo menos um jogador na sobra na linha de defesa.
Só que o Flamengo entendeu rápido quais eram os caminhos pra atacar. Como Hulk oferecia pouca pressão, Ortiz segurava a bola até forçar alguém a saltar nele. Pisa e espera. Uma hora alguém vai fazer o salto. E quando isso acontecia, alguém ficava livre.
É verdade que o Flamengo não fez um bom jogo contra o Palmeiras e que o time sofreu mais do que deveria. Mas é verdade também que Tite teve muito mérito na mexida tática que fez no intervalo, fazendo o time se defender melhor. Segue o fio que eu explico.
Além de não conseguir sustentar a posse de bola e tirar o ímpeto do Palmeiras, o Flamengo marcou mal demais na 1ª etapa.
O Palmeiras conseguia progredir com facilidade em campo e sempre tinha alguém livre no meio pra receber o passe e se aproximar da área.
Seu time tá precisando de um lateral-direito? Daqueles que tem boa capacidade de construção e muita força física pra atacar e pra defender? Então Kluiverth Aguilar do Lommel da Bélgica é o cara que seu time tá procurando. Quer conhecer mais esse jogador? Então segue o fio.
Aguilar é um lateral peruano de apenas 21 anos que teve tanto destaque no início da carreira pelo Alianza Lima que foi contratado pelo Grupo City quando tinha 16 anos de idade. Aliás, essa foi a mesma idade que ele estreou no time profissional.
Figurinha carimbada nas seleções de base peruana, Aguilar tem como uma de suas principais características a calma pra sair jogando. Mesmo quando é pressionado, não se afoba. Sabe usar bem o corpo e girar em cima da marcação. Evita se livrar da bola.
Os caras que decidiram o clássico entre Flamengo e Botafogo, foram os mesmos caras que quase fizeram o time perder o jogo. Luiz Henrique e Savarino fizeram os gols da vitória, mas também foram a principal fragilidade defensiva do time. O Fla que não aproveitou. Segue o fio.
Durante todo o 1º tempo e o início do 2º, sobretudo enquanto o jogo estava 0x0, Luiz Henrique e Savarino foram protagonistas na principal fragilidade defensiva do time. No 4-2-4 do Artur Jorge, os pontas são os caras que dão suporte aos laterais na hora de defender.
O problema é que tanto Luiz Henrique, quanto Savarino, deram muito espaço. Ayrton Lucas e Varela apareciam livres o tempo inteiro fazendo a ultrapassagem.
O Flamengo caiu bastante de produção do 1º para o 2º tempo na vitória contra o Palestino. O volume ofensivo diminui drasticamente. E tem uma explicação tática e um ajuste feito pelo técnico do time chileno que ajuda a explicar isso. Se liga na análise...
O voluma de chances que o Flamengo criou na 1ª etapa foi bem grande. Foram várias chances claras de gol que, se devidamente convertidas, poderiam ter dado mais tranquilidade ao jogo. E a maioria dessas chances surgiu pelo mesmo lado, o esquerdo.
Toda vez que Cebolinha recebia aberto, o lateral-dir (3. Rojas) saltava na marcação. Como o zagueiro (4. Antonio Ceza) não acompanhava esse salto, a janela entre o lateral e o zagueiro ficava muito grande. E a cobertura dessa janela foi muito mal feita.
O Flamengo não fez um bom jogo contra o Millonarios e muitos torcedores estão frustrados com o empate na estreia da Libertadores 2024. Mas o que levou o Flamengo a ter tanta dificuldade? O problema foi coletivo ou individual? A altitude influenciou? Segue o fio.
Antes de mais nada é importante ressaltar que nenhuma análise dessa partida é válida sem a gente levar em consideração o fator altitude. E não falo só pelo aspecto físico, mas principalmente na forma como a altitude afeta o peso e a velocidade da bola.
Muitos jogadores tiveram dificuldade. Passes mais fortes que o comum, domínios que a bola escapole do controle e tapas na frente com força excessiva aconteceram de forma recorrente na partida. Cebolinha, Igor Jesus e Matías Viña foram os que mais sentiram.