Agora foi a Revista Época que publicou um ataque a Domenico Losurdo e eu. O engraçado é que o autor crítica a URSS como Estado policial e disse recusa o socialismo. Concordo com o raciocínio. Devemos recusar todo sistema com estado policial? Vamos conversar então, Revista Época.
O Brasil não só tem a polícia que mais mata no mundo, como convive com cenas que até em países com guerra seria consideradas inaceitável. Como crianças, toda semana, serem trituradas com balas de fuzil da PM cruzando seus corpos. Aqui, nas favelas, temos um estado policial +
onipresente, violento ao extremo e com uma violência que NUNCA parou de crescer. Aliado a isso, temos um dos maiores sistemas carcerários do mundo com cerca de 300 mil presos que NÃO FORAM JULGADOS. Estão presos ilegalmente. As prisões também funcionam desrespeitando a +
a lei de execuções penais e os tratados de direitos humanos assinados pelo Brasil O complexo prisional é parte do estado policial, um dos mais violentos do mundo, e que tem um claro marcador étnico-racial, assumindo características de genocídio.
Os Estados Unidos também tem um estado policial. Nesse caso, não preciso argumentar muito. As obras do Loïc Wacquant já mostraram de forma cabal o tamanho da máquina penal dos Estados Unidos e, também, seu marcador racial e eugênico. Ainda acrescento que a expansão carcerária +
dos EUA é a MAIOR DA HISTÓRIA humana fora de uma situação de guerra e num "regime democrática". Em pouco tempo, o país saltou de alguns milhares de presos para mais de 2 milhões! As prisões dos EUA são chamadas de gulag moderno. Sem falar no trabalho análogo à escravidão.
O nobre jornalista e a excelentíssima Revista Época estão dispostos, no caso, a recusar o capitalismo e o liberalismo dado o estado policial nos EUA e Brasil - para não falar de Israel ou Colômbia - ou o raciocínio só serve para o socialismo? O jornalista vai virar anarquista?
O problema de vocês não é, nunca foi e nunca será com a violência. Vocês sempre conviveram bem e felizes com 50 mil todo ano indo para vala de forma violenta. A maioria pretos, pobres e favelados. O problema é outro. E eu, Fanon e Malcolm X sabemos bem qual é a questão.
Ps: desconsiderem os erros de português. escrevi num fôlego só, na força da reação de ler a "matéria" rs
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Vivemos numa sociedade de classes. A desigualdade de classes influencia tudo, inclusive o funcionamento das organizações revolucionárias. Mas é possível reduzir o efeito das desigualdades de classe nas organizações. Um exemplo do que fazer e outro do que NÃO FAZER.
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Começando com o que fazer. No XVII Congresso Extraordinário da Reconstrução Revolucionária que deu origem ao PCBR, tudo foi COLETIVIZADO: hospedagem, alimentação, passagem. Todos os delegados do congresso ficaram hospedados no mesmo espaço (ENFF), tiveram a mesma alimentação
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e as passagens foram centralizadas e NINGUÉM deixou de ir ao congresso por falta de dinheiro. Até coisas "menores", como roupa de frio, teve ação coletiva. Não importou o nível de renda de cada militante. Criamos as CONDIÇÕES MATERIAIS para todos participarem do Congresso.
Elitismo, racismo e covardia: o caso de Luis Felipe Miguel
Já se passaram quatro anos desde que Caetano Veloso me citou em um programa de relevante audiência na TV. Quando isso aconteceu, um monte de acadêmicos majoritariamente brancos, classe média e do sudeste,
partiram para o ataque. Foi, basicamente, pânico moral, acusações, xingamentos, tentativas de me comparar com Olavo de Carvalho e taxar eu e Domenico Losurdo de "neostalinistas" e "autoritários". Luis Felipe Miguel e Leonardo Avritzer foram os autores dos maiores chiliques.
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Hoje, em 2024, Miguel voltou a me atacar. Repare na lógica da coisa. Sou colocado ao lado de Olavo de Carvalho e Karnal, mas meu rosto não aparece. Tem milhares de fotos minhas na internet. Ele ESCOLHEU uma sem camisa e com uma arte onde o foco é meu BRAÇO, PEITO e abdômen.
Como já disse em vários vídeos, a questão central, frente a religiosidade do nosso povo, é interpelar como trabalhador, como classe, como explorado, e não como sujeito religioso. E até as referências religiosas são usadas para fortalecer o sentido de classe. Explico.
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Você está fazendo uma fala para um grupo de trabalhadores religiosos e cita, por exemplo, a famosa frase bíblica dizendo que "não se pode servir a dois senhores" e usa isso para tratar de interesses de classes antagônicas. A referência bíblica captura atenção para uma reflexão
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política e não religiosa. Ou então cita Jesus contra os mercadores do templo para destacar o caráter de classe de burgueses da fé. Usar essas referências religiosas como pontes de diálogo, deslocando-se para fora da religião, é instrumento didático e comunicativo produtivo.
O Globo e Folha de São Paulo soltaram o comando para unificar todo discurso da extrema-direita. A ideia é colocar a culpa da maior tragédia da história do Rio Grande do Sul no Governo Dilma. Logo, no PT, em Lula, etc. A operação é simples.
Um título sensacionalista na matéria (a maioria vai ficar só no título mesmo), começa a circular nos grupos de zap, toda extrema-direita direita vai repetir. Em seguida, talvez na segunda ou na terça, vão pegar alguma mentira lateral do fascismo nacional para desmentir.
Aí começam a reclamar de Fake News e terá amplo destaque alguma fala boa de um jornalista da Globo News - inclusive criticando o bolsonarismo e as "fake news", para dar uma ideia de pluralidade, é claro.
A fuga de cérebros é um problema gigantesco para o Brasil e todos os países dependentes. É um problema gravíssimo desde uma perspectiva econômica, política, tecnológica e de soberania nacional. Vamos falar do problema em si primeiro.
Os centros do imperialismo, como Estados Unidos e União Europeia, por sua posição de destaque na produção tecnológica mundial, são em si polos de atração de cientistas e pesquisadores do mundo todo (melhores salários, estrutura, condições de vida, maior prestígio etc.)
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Esses países, com destaque para os EUA, têm estratégias múltiplas de captação de talentos no mundo todo. É quase impossível um pesquisador brasileiro, por exemplo, realizar uma pesquisa de potencial valor patenteável e não receber um convite para trabalhar nos EUA.