Conhecendo o histórico do anti-ministro do meio ambiente nós não temos que esperar qualquer coisa distinta. O estranho é a esquerda apostar nas instituições e não na ação concreta para salvar o meio ambiente. Sim o @MST_Oficial e a @teiadospovos têm projeto de replantio de mata.+
Contudo, onde estão as esquerdas para recuperar as áreas degradadas, tomar as terras do latifúndio, inviabilizar com gente e luta a mineração e os resorts? Ali e acolá dá pra ganhar uma ou outra ação na justiça, mas sem pressão td isso se perde com o tempo.+
Eu sei que uma parte de vocês querem esperar 2022 e ter fé numa eleição menos fraudada que trará um governo menos escroto com o meio ambiente. Mas me permita dizer algo: estão devastando e destruindo por causa do lucro e esta variável não muda com governo progressista.+
Assim vocês tem uma escolha entre (A) ficar reclamando pelas redes e jornais; (B) ficar indo à justiça acreditando na instituição que deu o golpe e que deixa o governo fazer o que quer; ou (C) somar esforços com os movimentos sociais para recuperar áreas degradadas.+
E convenhamos que não há mistério, sementes crioulas são baratas, mudas de árvores nativas são baratas, sistemas agroflorestais geram lucro para os povos, inclusive, e enfrentar o latifúndio deveria ser dever de qualquer brasileiro com dignidade e consciência histórica do país.+
Cada dia que a gente passa aqui reclamando, estamos ajudando os bolsonaristas a se sentirem vitoriosos. Cada latifúndio que perde terra ou cada empreendimento destruidor que é parado, coloca um limite concreto na espinha dorsal do bolsonarismo.+
Não esperem convocação para grandes marchas. O povo está perdido e tentando salvar-se individualmente. Quem tem consciência da coletividade começa já sua articulação e bora pra luta pq a natureza até se regenera sozinha, mas para isto precisamos parar a matança.
Avançaremos!
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Vou fazer 38 anos esse ano. Minha luta política começou há 20 anos. Fazem exatos 21 anos que se repete a ladainha que se a gente não apoiar o PT a direita volta. São duas décadas de obliteração da crítica. Mas detalhe: sem nenhuma propositura de caminho de transformação radical.+
Nem a esquerda obliterada de crítica conseguiu erguer um novo caminho, tampouco os gestores da miséria (governos progressistas) conseguiram criar uma experiência fortalecimento político da classe trabalhadora. Não estou falando de política pública, mas de politização da base.+
Nessas duas décadas nós vimos a direita se militarizar, se organizar, estruturar novos caminhos políticos, produzir seus conteúdos e seus intelectuais, aprofundar a ação política ao ponto de tentar golpe. Do nosso lado restou a defesa da ordem. Eis o imobilismo político.+
A cura no coletivo. Uma vez no ápice do processo persecutório do governo bolsonarista, eu falei aqui que se tivesse que fugir, fugiria pra dentro do Brasil. Cada vez mais próximo de nossa gente. Hoje eu queria falar um pouco de cura através do coletivo de luta.+
Nos últimos tempos no meio de um processo interno muito sofrido, acabei desenvolvendo uma paralisia facial parcial (chamada Paralisia de Bell) no lado direito do rosto. Doença esquisitíssima, chata de lidar e conviver, sem muitas certezas sobre o período de cura.+
Depois daquele leve desespero e da certeza de que embora grave seria possível lidar com ela, veja... eu tomei todos os cuidados médicos e fisioterapêuticos. Mas vim pra uma comunidade, um território, ajudar minha gente um pouco e receber seu carinho, afeto, seu cuidado.+
Essa violência de Israel e o clamor por direito e justiça da Palestina lembra muito que esse tipo de violação é muito comum aqui. Nós vimos inumeráveis vezes o Estado atacar comunidades e os mecanismos de justiça ignorar o clamor enquanto o povo seguia sendo assassinado.+
O chocante do caso israelense é a disposição ao extermínio palestino com todas as câmeras voltadas para si, à luz do dia. E, bem, sabemos que só faz isso quem tem muito poder, costas quentes, e ataca gente tão desvalorizada que não valeria o sangue de gente solidária.+
Disso sabemos bem. Desde que organizações pretas começaram a falar de genocídio preto nas periferias, os organismos de direitos humanos vai de um "não exagere" até um "deixe disso, não é o momento". Afinal, são pretos na periferia. E ali a punição coletiva é a regra.+
Saiu minha reflexão sobre junho de 2013 no lançamento do @alamedainst . Eu partir da marcha contra o genocídio preto feita pela @reajanasruas para mostrar que nem toda marcha foi difusa e não acumulou politicamente. A gente precisa ir para além da conjuntura.+
Para fazer essa reflexão eu mostro que invés de ensinar ao povo, temos que aprender com quem está na luta ao rés do chão. E para isso convoco a experiência do comando vital da Reaja, Dra. Andreia Beatriz, com quem podemos aprender grandes lições.+
Algumas ideias para anotarmos:
- nem toda marcha de 2013 foi dispersa, excessivamente plural e com riscos de captura pela direita.
Como a direita capturaria o debate sobre o genocídio do povo preto? Havia ali programa, organização e base social sólida.+
Boa parte das grandes lutas populares no Brasil tiveram componente de religiosidade popular. E para mim o componente religião não é o aspecto principal. Eu vejo na experiência espiritual e na formação de uma nova conduta ética o mourão que as sustentava. Mas como estudar isso? +
Como historiador dá para ver o quanto é muito difícil acessar o conteúdo espiritual dessas grandes lutas e rebeliões. Outro dia tinha historiador preto negando a existência de Maria Felipa só para provar que tinha retidão metodológica ou coisa que valha. É complicado.+
E aí só vivendo algumas coisas para a gente ter a noção desses aspectos. Só a gente conhecendo as pessoas para ouvir as memórias, conhecer as práticas e ver como essas histórias e uma conduta espiritual e ética de superação seguem vivas ali e acolá na luta popular.+
Um dos maiores erros políticos do debate da reivindicação das identidades ancestrais (que ocorre mais entre nós negros) é que a busca por um passado glorioso pré-escravidão atlântica não tem tardado a reivindicar contra-exemplos de libertação dos povos. +
O caso da reivindicação do Egito ou Kemet é o mais emblemático, mas não é o único. Qual é a necessidade política de demandar que uma ocupadora, usurpadora, colonizadora seja representada como negra? Criar um lugar de representatividade na violação, na violência?+
Os zapatistas dão uma importante lição à essa respeito: "Nós zapatistas NÃO queremos voltar a esse passado, nem só, nem muito menos de mãos dadas a quem quer semear o rancor racial e pretende alimentar seu nacionalismo tresnoitado com o suposto esplendor de um império, o asteca,+