Em parceria com o Laboratório de Biologia de Crustáceos - UFPE e o Laboratório de Carcinologia da UFRGS, venho apresentar o camarãozinho que está muito famoso na internet devido a homenagem ao Chico Science: 𝘊𝘩𝘪𝘤𝘰𝘴𝘤𝘪𝘦𝘯𝘤𝘦𝘢 𝘱𝘦𝘳𝘯𝘢𝘮𝘣𝘶𝘤𝘦𝘯𝘤𝘪𝘴.
Segue o fio 👇
Este trabalho faz parte do projeto de pós-doutorado do Dr. Gabriel Bochini (UFPE) sob supervisão do Prof. Alexandre Almeida (UFPE), o objetivo foi fazer um levantamento das espécies de camarões em Pernambuco entre 2017 e 2019.
Foram feitas amostragens em 2 áreas, uma delas impactada pela presença do porto de Suape e uma área de preservação ambiental, a Praia de Carneiros. Foram utilizados substratos artificiais que ficavam submersos por 3 meses, estes eram colocados e retirados com mergulho autônomo.
Durante a coleta, o novo camarão chamou atenção por conta do seu padrão de coloração, e após a análise de sua morfologia no laboratório ficou claro que se tratava de algo diferente dos demais gêneros de camarões da infraordem Stenopodidea já conhecidos na literatura.
A Dra. Andressa Cunha (UFPE), na época doutoranda, participou das coletas e ajudou neste processo de descoberta, colaborando na análise dos espécimes, descrição morfológica e ilustrações.
Surgiu então o questionamento sobre o posicionamento filogenético deste novo gênero em relação aos demais representantes da infraordem, e então a Profa. Mariana Terossi (UFRGS), que trabalha com dados moleculares no estudo da taxonomia, foi convidada a fazer parte desta equipe.
Com o uso dos dados moleculares foi possível confirmar que se tratava de um gênero novo por meio de comparação com dados já disponíveis das espécies ao redor do mundo, além de permitir a discussão sobre o posicionamento filogenético do novo gênero
Chicosciencea foi incluído na família Macromaxillocarididae, cuja ressurreição foi proposta neste estudo a partir de dados morfológicos, moleculares e ecológicos. Os gêneros que incluímos nesta família são de águas rasas, sendo que outros gêneros podem ocorrer em águas profundas.
A alusão a Chico Science para o nome do gênero foi sugerida por um dos autores (Alexandre) como homenagem a uma importante figura da cultura pernambucana, e o nome foi aceito instantaneamente por todos. O nome específico se refere à localidade-tipo (Pernambuco).
A espécie é rara (nos três anos foram amostrados apenas 7 indivíduos), assim como muitos Stenopodidea, e sua localidade-tipo foi bastante afetada pelo derramamento de petróleo que ocorreu na costa brasileira em 2019.
Esse é um trabalho importante, não só pela descoberta de um novo gênero e espécie para o Brasil, mas por contribuir com conhecimento da fauna marinha, constantemente ameaçada por impactos ambientais.
Além disso, com essa descoberta a espécie pode receber a devida atenção e proteção por parte dos órgãos ambientais, contribuindo para a conservação da mesma. Também é fornecido um checklist com as 92 espécies válidas da infraordem. Esta pesquisa foi financiada pelo CNPq e FACEPE.
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eu sei que virou meme e que biólogo explicando é sinônimo de ranço no tt, mas deixa eu fazer meu trabalho, por favorzinho?! 🥺
lagostas são sencientes, ou seja, possuem a capacidade de ter sentimentos, como dor, fome, sede, etc.
⚠️gente, eu não estou aqui para cagar regra, beleza?! O que eu vou dissertar é sobre alguns estudos e eu tenho plena noção da importância dos catadores de caranguejo e dos pescadores artesanais. Eu estou aqui só pela Ciência, ok?! ⚠️
no vídeo vemos uma lagosta Procambarus clarkii (id pelo @craylipe) que é um crustáceo decápode (crustas que tem 10 pernas) nativa do nordeste do México e sul dos EUA, introduzida em todos os continentes, exceto Antártica e Oceania, sendo a lagosta mais menina solta do mundo 🧚♀️
quando digo que crustáceos são incríveis eu não estou brincando!
bolsistas da CAPES do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Mecatrônicos da Universidade de Brasília (UnB) fizeram uma máscara com fibra de crustáceos que inativa o vírus da COVID-19.
a máscara foi feita a partir de um nanofilme da fibra da casca dos crustáceos, chamada de quitosana, muito utilizado na farmacologia para emagrecimento, cicatrização e auxilia no colesterol.
por isso, a máscara consegue ter ação antimicrobiana e é mais capaz de filtrar o vírus!
a máscara recebeu o nome de Vesta, a qual tem 3 camadas para auxiliar contra partículas sólidas, aerossóis, oleosas e líquidas, atuando até 95% contra o COVID-19.
vamos falar do bichinho mais importante da Antártica: o krill!
uma #BioThreadBr utilizando cenas do filme Happy Feet 2
o krill pertence a ordem Euphausiacea é só são chamados de krill quando estão em coletivos, eles sozinhos são chamados de eufausiáceos (mas vamos chamar de krill para ficar mais fácil, tá?!)
o corpinho do krill é bem parecido com o de camarão, porém a carapaça não envolve as brânquias, portanto, são expostas e eles podem apresentar fotóforos, órgão que pode emitir luz, ou seja, algumas espécies são bioluminescentes - uma provável adaptação para reprodução.
Hoje é dia de transformação, bb!
Os crustáceos fazem parte do Filo Arthropoda, e bem como todo artrópode, eles realizam ecdise ou muda, como você preferir falar.
Você já se perguntou como ele consegue crescer? Vem comigo que eu vou explicar tudinho nessa #BioThreadBr
Esse processo apresenta algumas etapas e é controlado por 2 hormônios: a ecdisona, ela vai promover a muda/ecdise, e o hormônio inibidor da muda, também conhecido como HIM.
Esse processo de muda também pode ocorrer por influência de fatores exógenos, como temperatura.
Pra começo de conversa temos que ter em mente um crustacinho com seu exoesqueleto desmineralizado, todo molinho e frágil, sem comer, ficando escondido para evitar riscos e expandindo seu tamanho por meio de água e ar, crescendo de tamanho.