A nova narrativa, pra não dizer mentira, é que quarentena/lockdown não funciona e que o exemplo é a Argentina, que "fez o maior lockdown do mundo" e "tem as piores taxas de infecção por milhão de habitantes". Daí a importância em acompanhar o noticiário internacional (...)
(...) Já teve narrativa com Suécia, com Israel e não adianta encher o saco do Atila com isso pois estamos falando de política, essencialmente.
A Argentina fez um lockdown extremamente rigoroso? Sim. Não adiantou? Remetendo ao gráfico utilizado por aí (...)
(...) vemos um número de casos extremamente baixo até o início de agosto. O que teve duas semanas antes, no final do mês de julho? Início da reabertura (fonte: reuters.com/article/us-hea…). O que também teve no início de agosto? Volta do futebol (fonte: conmebol.com/es/la-pasion-d…) (...)
(...) O que teve no fim de agosto? Relaxamento da quarentena/lockdown (fonte: reuters.com/article/us-hea…). Além disso, é bom lembrar que a Argentina é uma federação, com províncias e cidades com autonomia para adequarem políticas locais (...)
(...) Em agosto, a província de San Juan retomou aulas presenciais (fonte: telam.com.ar/notas/202008/5…) e cidades que realizaram aberturas mais amplas tiveram que voltar ao lockdown (fonte: infobae.com/politica/2020/…) (...)
(...) O que a Argentina prova é justo o contrário dessa narrativa, que a quarentena/lockdown funcionou e manteve os casos baixíssimos, até a hora que pressões econômicas bateram na porta num país perenemente em crise (...)
(...) e o otimismo causado pelos bons resultados iniciais fizeram com que as medidas de restrição fossem retiradas. E isso causou o aumento do número de casos, que podem ser verificados no gráfico tão utilizado e pouco interpretado
Busquem conhecimento, já diria ET Bilu
Lembrando que os poucos países do mundo que conseguiram enfrentar bem a pandemia na saúde e na economia, como a Coreia do Sul, o fizeram testando muito e rastreando os infectados. No Brasil não se faz nem e nem outro. O caso sul-coreano é analisado aqui
O Atila pôs os eventos citados no gráfico, para ajudar a visualizar, e eu replico aqui na minha thread
Respondendo alguns dos principais argumentos
1- "Vc quer lockdown pra sempre"
Nem argumento é, dado que não escrevi isso e apontei o debate, bem válido, sobre a Argentina ter "queimado a largada". Além disso, elogiei várias vezes, em várias mídias, a estratégia da Coreia (...)
(...) 2 - "morreu gente do mesmo jeito, lockdown não funciona"
Comparem a proporção de mortes no gráfico. A questão foi a reabertura sem políticas de monitoramento e teste
3 - "san Juan tem população pequena, não ilustra"
Foi um exemplo apenas. A região de maior densidade(...)
4 - "o lockdown colocou a Argentina em crise econômica"
A Argentina já estava em crise econômica pesadíssima e, como já falamos diversas vezes no programa, a pandemia que é a causa (...)
(...) do prejuízo econômico e pelo aumento da pobreza, no mundo todo (bbc.co.uk/news/business-…), até em países sem grandes restrições, como no caso do encolhimento do PIB da Suécia (businessinsider.com/coronavirus-sw…). A atividade econômica diminuiu e o comportamento do consumidor mudou(...)
Em suma: lockdown funciona, lockdown não é pra sempre, abertura tem que ser com monitoramento e "salvar vidas ou salvar CPFs" é um falso dilema e puta papo furado
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Ano passado expliquei um aspecto pouco comentado da recusa dos EUA em vender os aviões F-35 para a Turquia, programa militar que a Turquia já fazia parte
Além do receio em Washington de que a Rússia acessasse os segredos do avião via Turquia, havia outro temor (...)
(...) o de que a Turquia, ao unir o F-35 e um dos principais sistemas antiaéreos da Rússia, o S-400, conseguisse formular táticas para anular o F-35 em seus exercícios militares. E essas táticas poderiam cair em "mãos erradas" na visão de Washington (...)
A Turquia está usando os S-400 para monitoramento dos F-16 na região (Turquia e Grécia são operadores). Embora sejam versões com "recheio" moderno do F-16, o projeto é da década de 1970, bem longe da sensibilidade do F-35
Saiu um estudo genético de uma amostra da população brasileira mostrando uma maior proporção de genes paternos europeus e de genes maternos indígenas e africanos. Algo que a historiografia brasileira já mostrou, diga-se. Alguns tentam negar o componente da violência (...)
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O que a estátua do post tem a ver? Representa o Rapto das Sabinas, lenda romana sobre o rapto de mulheres de tribos vizinhas
O lembrete pode ser desconfortável, mas a violência sexual é fator importante na História
(...) A violência sexual em massa, inclusive, está na tipificação do crime de genocídio. E isso ocorreu em massa praticamente ontem na ex-Iugoslavia
E aconteceu por séculos no Brasil. Deveria ser surpreendente ver gente querendo negar esses fatos, mas, alguns casos, não são(...)
Terminaram as declarações de abertura. Particularmente, destaco a fala da diretora da @KASBrasil, Anja Czymmeck, que citou diretamente Rússia, China e a iniciativa da Nova Rota da Seda como "desafios geopolíticos" atuais
O primeiro painel vai começar agora, com o min da Defesa
Depois da fala do ministro da Defesa do Brasil, teremos uma fala de David McAllister, do Parlamento Europeu
Sobre a normalização de relações entre Israel e Bahrein, é uma ferramenta de propaganda chamar de "acordo de paz". Os dois países nunca estiveram em conflito. No caso de Israel-EAU, ainda se pode dizer que os emirados apoiavam algumas facções da guerra civil no Líbano (...)
(...) Chamar de "acordo de paz" dá um verniz muito mais bonito para um procedimento instituciona, mas ninguém dirá que Israel "fez a paz" com o Brunei, por exemplo, outro país de maioria muçulmana com quem não tem relações e não teve guerras. O termo "acordo de paz" permite (...)
(...) então transmitir a ideia de que seria parte da normalização das relações entre Israel e "os árabes" como um todo, incluindo palestinos, e amenizar que se trata, na verdade, de decisão muito bem calculada em termos econômicos e na rivalidade mútua com o Irã (...)
Já em outra treta, olhem que idiota e como neonazi é idiota (redundância)
50 anos atrás, mandaram uma cópia dos Protocolos dos Sábios de Sião para o então diretor do FBI, Herbert Hoover, anexando um pedido de investigação. Pelo prazo, o documento deixou de ser confidencial (...)
(...) e foi indexado nos arquivos do FBI. Um monte de gente saiu compartilhando que era um indício de que os Protocolos são reais, não apenas uma teoria da conspiração antissemita. Até me marcaram
Sendo que o próprio documento do FBI conclui que...é fabricação antissemita
(...) Eu devia entrar nessas brigas em horários mais convencionais, talvez eu retuíte isso amanhã, pois o monte de imbecil que viu o tweet e interpretou como uma validação dos Protocolos dos Sábios de Sião e a tal conspiração globalista judaica, QAnon, etc, não tá no gibi...