Um estudo encomendado pela Liga à consultora Oliver & Ohlbaum, estima que, caso os direitos de TV fossem centralizados, o bolo total de receitas iria duplicar. Como as estimativas apontam para uma receita de ~250M em 2021/22, estaríamos a falar de ~500M c/ um modelo centralizado.
Perante esta possibilidade, não resisti a fazer uma simulação com o seguinte esquema de distribuição de receitas: 30% de Equal Share, 50% com base no mérito (posição na tabela na época anterior) e 20% com base na quantidade de público nos jogos em casa.
Com base na classificação da época transacta, esta seria a distribuição da receita total resultante da centralização e venda dos direitos de TV em sistema de leilão. Volto a recordar, uma verba total em torno dos €500M.
Naturalmente, os grande beneficiados são os clubes de média ou pequena dimensão, que passariam a receber uma verba mais avultada, essencial para dotar estas instituições de melhores condições salariais, infrastruturas e melhores profissionais.
Muito se fala sobre a falta de competitividade da #LigaNOS, sobretudo quando uma equipa portuguesa é humilhada nas competições europeias. Para que Portugal possa melhorar lá fora, terá que tornar o campeonato mais forte.
A centralização dos direitos de TV não irá apenas possibilitar a contratação de melhores atletas e técnicos por parte de clubes de média dimensão. Irá melhorar estádios, zonas de imprensa, infraestuturas e centros de treinos.
Acima de tudo, será uma passo fulcral rumo à sustentabilidade financeira da Liga e dos clubes, fazendo com que casos como o do CD Aves ou do Vitória FC sejam cada vez mais raros.
Os valores que os três grandes auferem actualmente não diferem muito dos que passariam a ser praticados. Contudo, o impacto desta mudança nas finanças de clubes como o @VitoriaSC1922, @RioAve_FC ou @SCBragaOficial seria gigante.
O @SLBenfica recebe cerca de €40M p/ano, o @Sporting_CP ronda os €37M e o @FCPorto anda à volta dos €44M. Estes números são inflaccionados pela inclusão de pub estática no estádio e a pub na camisola por dez ou até doze anos.
A título de exemplo, o @VitoriaSC1922 passaria dos actuais €9M/ano para cerca de €29M. Para termos noção do quão importante seria esta mudança, os valores anuais da TV dariam para erradicar totalmente o passivo do VSC que, em 2017 - e segundo O JOGO - se situava nos €12M.
À primeira vista, muitos poderão afirmar que os três grandes perderiam dinheiro com este modelo. Tal não corresponde à verdade, uma vez que as receitas de publicidade poderiam ser vendidas à parte e - acima de tudo - os valores da TV estão em franco crescimento nos últimos anos.
Mantendo a actual tendência de valorização em torno dos 7% (claramente baixa, uma vez que reflecte a venda de direitos p/clube), em 2025, o bolo total de receitas da TV andaria à volta de €654M, o que daria a seguinte distribuição:
Em suma, a centralização de direitos de TV é absolutamente essencial para aumentar a competividade e sustentabilidade da Liga Portuguesa, tornando o produto mais atractivo e rentável. Cada ano que passa sem um novo modelo torna a liga mais frágil e deixa escapar a concorrência.
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