A eleição americana está bombando, eu sei, mas quem quiser saber dos bastidores, descobertas e histórias da investigação sobre rachadinha envolvendo o senador Flávio e Queiroz pode reler esse fio de matérias aqui. Começo com a assessora que admitiu a devolução dos salários👇
Como adiantei + cedo, Luiza Paes contou que ficava com R$ 700 dos quase R$ 5 mil que ganhava. Tinha que devolver vale-alimentação, restituição do IR e essa devolução tbm ocorreu quando ela não trabalhava no gabinete, mas em outros setores da Alerj.
Em setembro, fizemos um resumo sobre tudo que foi apontado na investigação. Os promotores descobriram que que o senador usou R$ 2,7 milhões em dinheiro vivo que teria origem no esquema.
Pouco antes, contei na Época um grande resumão da história até quando a investigação se encerrou, no fim de agosto. Com bastidores de Queiroz antes de SP e da família do presidente, apreensiva, com o andamento da apuração.
Teve também a história da família do Queiroz falando dos áudios dele que divulgamos em 2019. Nathalia disse: "Antes eu tinha (pena). Agora não consigo porque isso daí é toda hora que eu vejo é ele falando de política, é ele falando negócio de vaga"
Também adiantamos as mensagens de Queiroz e de Daniele Nóbrega, ex-mulher do miliciano Adriano Nóbrega. No diálogo, Queiroz demonstra que a demissão dela foi uma tentativa de blindar Flávio. O restante das mensagens depois mostrou muito mais.
Neste domingo, eu maratonei os últimos 3 episódios de Praia dos Ossos da @radionovelo. Um trabalho extremamente inspirador. Ouvir a @brancavianna entrevistar o Doca Street me fez lembrar das duras vezes em que entrevistei o coronel Paulo Malhães.
Uma das missões mais difíceis que se pode ter é ouvir um assassino. Confrontá-lo sobre as incoerências de suas versões do crime mantendo diálogo. Ao ouvir as perguntas da Branca, lembrei do que senti ouvindo o coronel falar do que fazia com os presos políticos na ditadura.
Manter o controle e ouvi-lo com atenção, ao mesmo tempo, e por mais de 5 horas, foi uma das coisas mais difíceis que eu já fiz. Ao ouvir a Branca, vi que ela também teve momentos de quase riso, nervoso, nas horas das perguntas mais cruciais.
Novidades 👇
Quebra de sigilo mostra que ex-assessor de Carlos sacou em espécie todo o salário. Márcio Gerbatim constou como assessor de 2008 a 2010. Tbm foi identificado um depósito de R$ 10 mil de Jair Bolsonaro para Gerbatim -- com @aguirretalento
Entre 05/2008 e 05/2010, Gerbatim recebeu R$ 89 mil da Câmara. A conta recebeu outros R$ 4 mil em depósitos de terceiros. No mesmo período, as retiradas em dinheiro vivo totalizaram R$ 90 mil. Os saques tinham valor próximo ao salário e, quase sempre, no mesmo dia do pagamento.
Gerbatim nunca teve crachá na Câmara de Vereadores. Ele é ex-companheiro de Marcia Aguiar e pai de Evelyn Mayara, outra ex-assessora investigada. Em 2018, Gerbatim contou que não sabia que a filha era assessora. Para ele, ela estudava Psicologia e trabalhava numa farmácia.
Sem procuração, advogado que acompanhou Flávio Bolsonaro na casa de Paulo Marinho foi identificado por Márcia, em agenda apreendida pelo MP, como do 'caso do Queiroz' oglobo.globo.com/brasil/sem-pro…
Victor Granado Alves esteve com Flávio Bolsonaro na casa de Paulo Marinho, quando o empresário disse que foi relatado o vazamento de informações da Furna da Onça. Ele, porém, nunca foi apresentado formalmente nesse caso como advogado do senador.
Granado Alves, inclusive, é um dos servidores investigados no procedimento que apura a "rachadinha" no gabinete de Flávio e era investigado no caso do vazamento. Mas obteve uma liminar no TRF-2 dias atrás que suspendeu a investigação dele no PIC do vazamento.
Na @RevistaEpoca contamos a história do enriquecimento de Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro. Levantamos cerca de 40 escrituras em cartórios e vimos que ela comprou 14 imóveis, parte em dinheiro vivo, enquanto foi casada com Bolsonaro 👇
Entre os imóveis adquiridos pelo casal, 5 em dinheiro vivo. Um apto já tinha sido apontado pela Folha em 2018. Contamos ainda sobre outros 4, a casa dos pais dela em Resende, 2 terrenos e a casa usada como escritório político por Bolsonaro no Rio. glo.bo/396j8FH
Também chama atenção que vários imóveis foram declarados com valores muito inferiores ao valor fiscal avaliado para fins de cálculo de ITBI. Um conjunto de 5 terrenos em Resende foi comprado por ela e Bolsonaro por 160 mil. Cinco anos depois, ela os revendeu por 1,9 milhão.
Perfilamos os assessores do "gabinete do ódio", recrutados desde 2013 por Carlos. Nomes, formação e trajetória até o Planalto. Descobrimos um encontro do clã Bolsonaro com criadores de páginas e mov de direita em 2017 - um ano antes da campanha. 👇glo.bo/3ht5f8s
Os principais assessores escolhidos por Carlos foram localizados por ele pela internet. Achamos postagens antigas do vereador elogiando "Mateus Zuero", o primeiro escolhido ainda em 2013. Ele se tornou assessor meses depois, em 2014. Antes, aos 22 anos, ele vivia em Caucaia (CE)
No Planalto, ainda está o cearense Mateus Diniz, olavista ligado a mov religiosos. Ainda de Caucaia, vieram outros jovens amigos de Mateus que agora assessoram o deputado Helio Lopes, amigo do presidente. Antes, Guilherme Julian e Hemrique Rocha eram do mov Endireita Fortaleza.
No vídeo do "conselhão", Bolsonaro falou em trocas no comando da PF do Rio para evitar que familiares e amigos fossem prejudicados. Mas, além dos filhos Flávio e Carlos Bolsonaro, quais familiares de Bolsonaro são investigados no Rio? Vamos lá. Ao todo, são 19.
Na investigação sobre Flávio aparecem 12. Todos porque constaram como funcionários no gabinete. São eles: o avô de Flávio, João Braga, 1 sogro de Jair Bolsonaro e o primo Léo Índio. Ainda outros 10 parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente. oglobo.globo.com/brasil/em-28-a…
Com a investigação sobre Carlos, a própria Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente, se tornou investigada. Ela foi chefe de gabinete do filho ‘02’. Junto com ela, outros seis familiares dela tbm se tornaram investigados. oglobo.globo.com/brasil/ministe…