A TRISTE PASSAGEM DE GARRINCHA PELA SAPUCAÍ
Garrincha foi um dos homenageados do enredo de 1980 da Mangueira, "Coisas nossas". Mas sua passagem pela Sapucaí gerou uma imagem melancólica. O desfile aconteceu apenas três dias depois de Garrincha sair de uma de suas internações. (+)
Na Avenida, ele estava visivelmente entorpecido pelos medicamentos. Para tê-lo no desfile, a Mangueira pagou cachê de 32 mil cruzeiros (700 dólares), como relata Ruy Castro em "Estrela solitária". Garrincha era destaque no setor "Da pelada à Jules Rimet", q tratava do futebol(+)
A ideia era que ele viesse sobre a alegoria, mas, quando ele chegou à pista, a escola se deu conta de que o campeão mundial não tinha condições de ficar de pé. Resolveram colocá-lo sentado, na parte da frente do carro. Quando ele entrou na Avenida, foi ovacionado pelo público (+)
Mas, à medida que passava, as arquibancadas iam silenciando, constrangida com seu estado petrificado. Lenço vermelho na mão, o máximo que fazia era dar rápidos acenos para o público.
Nos camarotes, duas figuras fundamentais na vida de Garrincha assistiram à cena ao vivo. (+)
Pelé, que ainda gritou para chamar a atenção do camisa 7, mas se deu conta do estado do amigo e não escondeu a surpresa. E Elza Soares, que tentou descer para a pista para tirar o ex-marido daquela situação, mas foi barrada pelos seguranças. (+)
A GAFE DE CHICO BUARQUE COM DONGA
Este vídeo é muito relembrado: Donga, Pixinguinha e Chico Buarque no programa de Hebe Camargo. Mas há um detalhe que passa despercebido. Esse dia, que poderia ter sido de extrema alegria para Chico, foi de apreensão do início ao fim. (+)
Chico estava tenso por cantar com Donga. Não só pela reverência a um dos "criadores" do samba. A questão é que o pai de Chico, Sérgio Buarque de Holanda, cantava uma versão diferente de "Pelo telefone", invertendo o verso: "Pelo telefone / O chefe da polícia / Mandou avisar". (+)
Chico cresceu ouvindo essa versão, e foi ela que ficou em sua cabeça. O medo do compositor era, no nervosismo do palco, ao lado de Donga, cantar a versão errada, em vez da correta ("O chefe da polícia / Pelo telefone / Mandou avisar"). E, quando chegou a hora H, não deu outra (+)