Minha mãe é professora, né? Mas já faz algum tempo que ela optou em ser Diarista, pois ganha mais e o salário é maior também. Entretanto, trago um pouco da realidade do perfil da grande maioria de quem a contrata:
1. É bem difícil encontrar pessoas que a enxergam como uma prestadora de serviço. Geralmente querem que a Diarista tenha o mesmo papel de uma empregada CLT, por exemplo. Fazendo tudo e mais um tudo em um único dia.
2. Nós moramos em Floripa, então aqui tem muita mansão. A mãe trabalha com Juiz, Empresários... adivinha? Os que mais têm são os que mais pedem desconto e os que acham imprescindível limpar uma casa de 4 banheiros, 6 quartos em um único dia.
3. A humilhação é constante! Minha mãe já estudou em uma Universidade Federal, foi responsável pela alfabetização de muitos jovens e adultos, mas como ela “está limpando” é muito burrinha para discutir política, por exemplo.
Detalhe: ela é extremamente articulada nesta área.
4. É bem comum a mãe voltar para casa sem receber. Quem a contrata sempre enrola no fim do dia para fazer a transferência. Muitas vezes é um DOC. Hoje, na existência do PIX, inventam que passou das 18h e que não dá mais. E ainda ficam bravos se você cobrar o mínimo.
5. Adoram doar o que não querem mais. Eu adoro roupas usadas, um bolinho, mas não roupas furadas nem a comida da madame que está há 14 dias apodrecendo na geladeira. Ou seja, difícil ser doação, é mais descarte.
6. É claro que existem pessoas legais, mas infelizmente a grande maioria traz um olhar de superioridade. No começo da pandemia, ao trabalhar com um médico infectologista, houve uma insistência para ela levar cloroquina para tomarmos. “N tem comprovação científica, Dr. Obrigada!”
7. Por que estou dizendo tudo isso? Porque tenho pesquisado sobre como determinados ambientes afetam a autoestima. Como os estímulos são em sua grande maioria de desvalorização, como a pessoa se sente a longo prazo?
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