Thread by @Estadao

BOLSONARO 'DILMOU' NA ECONOMIA? Presidente repete Dilma com medidas contrárias à agenda de Guedes; siga o fio para entender as semelhanças econômicas entre os governos 👇 bit.ly/3sFsMrq

Diferentes na política, um se diz de direita e defende o regime militar; a outra, de esquerda, e foi presa pela ditadura. No entanto, Bolsonaro e Dilma se aproximam na tentativa de responder a problemas econômicos bit.ly/3sFsMrq

Bolsonaro trocou o comando da Petrobrás e já ameaçou demitir o presidente do Banco do Brasil, que colocou o cargo à disposição. Ainda prometeu 👉 "meter o dedo" na energia elétrica, mas não explicou como, e zerou os impostos sobre o diesel e gás de cozinha

Dilma cortou a conta de luz numa canetada 🖊️ - o que acabou provocando desequilíbrio no mercado, que resultou num tarifaço depois -, e decidiu desonerar de uma única tacada todos os produtos da cesta básica, medida que acabou beneficiando também produtos de luxo

Com Bolsonaro, o governo voltou a criar uma estatal, a Nav (de navegação aérea), o que não acontecia desde o governo Dilma. E o governo tem adotado medidas que caminham na direção contrária à agenda de privatização defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes

O episódio da Petrobrás, que gerou perdas no mercado e colocou em xeque de forma mais contundente a política liberal de Guedes, acabou levando à pergunta: afinal, Bolsonaro “dilmou”? 🤔

Para a oposição, no campo democrático qualquer comparação é definida como uma afronta. A única aproximação possível de se apontar é que ambos mantêm preocupações de tudo não ser apenas como o mercado financeiro quer bit.ly/3sFsMrq

Não por acaso, o presidente deu a sua resposta ao mercado e escolheu elevar a tributação dos bancos para compensar a desoneração do diesel e do gás de cozinha - uma medida que deverá ter impacto direto no custo de crédito nesse momento de busca da retomada econômica 💸

“Saiu uma pesquisa da XP indicando que até mesmo quem não é apoiador do presidente concorda que o governo deve intervir para controlar os preços”, diz Bruno Carazza, professor do Ibmec e da Fundação Dom Cabral bit.ly/3sFsMrq

O economista do Ibmec avalia que Bolsonaro e Dilma se aproximam no perfil “voluntarista” de querer fazer as coisas. Antes do diesel, Bolsonaro já se incomodou com o dólar alto, preços do arroz e outros produtos e reduziu a taxação na importação de bicicletas e de armas

No episódio da Petrobrás, até um ex-membro importante do governo viu semelhança com as práticas petistas. Para Paulo Uebel, ex-secretário de Desburocratização da equipe de Paulo Guedes, as atitudes de Bolsonaro vão na direção oposta ao discurso de campanha

"Isso é uma mudança que vai contra o que foi aprovado nas urnas e aproxima Bolsonaro de práticas que o PT fazia. E isso é o oposto do que o eleitor de Bolsonaro gostaria de ver", disse, em entrevista recente ao Estadão, que você pode ler aqui: bit.ly/305kzR7

Ex-secretário do Tesouro Nacional no governo Lula, o economista Carlos Kawall diz que a interferência na Petrobrás guarda semelhança com episódios de Dilma e presidentes anteriores, mas ele ainda vê a política do ministro Paulo Guedes comprometida 🙄

Segundo Kawall, após a intervenção desastrosa na Petrobrás, o governo fez a "mea culpa" enviando ao Congresso a MP de capitalização da Eletrobrás e depois o projeto que abre caminho para a privatização dos Correios

No setor elétrico, o governo Jair Bolsonaro tenta desfazer uma política criada durante a gestão de Dilma. Em 2012, ela reduziu as contas de luz em 20% com uma MP. A proposta atingiu fortemente os ganhos da Eletrobrás bit.ly/3sFsMrq

A MP mudou o regime de contrato da energia de suas usinas para o modelo de cotas, que cobrem apenas custos de operação e manutenção. Com isso, a União teve de fazer aportes bilionários para manter as tarifas baixas nos anos seguintes

Agora, com a MP de privatização da Eletrobrás, o governo quer justamente “descotizar” essa energia e retomar a prática de preços livres, uma forma de atrair investidores para capitalizar a companhia. A consequência desse processo é que a conta de luz vai subir 💡

Para compensar parte desse aumento, o governo propôs que metade da outorga que a empresa vai pagar em troca desses novos contratos seja direcionada para as tarifas. Serão R$ 25 bilhões, repassados ao longo de 10 anos, para abater parte dos subsídios embutidos na conta de luz

Visto tudo isso, você acredita que os governos de Bolsonaro e Dilma podem ter semelhanças quando o assunto é ECONOMIA? bit.ly/3sFsMrq