Thread by @flaviaol

“A pandemia completou um ano, e o Brasil já ultrapassou o total de 11 milhões de casos e 270 mil mortes. É um Rio Grande do Sul inteiro de doentes. Em óbitos, a população inteira de cidades como Volta Redonda (RJ), Barueri (SP), Juazeiro do Norte (CE).
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“Não há brasileiro que não tenha perdido ou consolado alguém enlutado pela Covid-19. Não há brasileiro que não tenha experimentado ou acompanhado o medo de quem recebeu diagnóstico positivo.

“Não há no país quem não tenha ficado sem trabalho, renda ou não saiba de gente em dificuldades financeiras. Não há brasileiro que não tenha doado ou recebido uma cesta de alimentos, um kit de higiene, uma quantia em dinheiro, um galão de água, um prato de comida.

“A devastação ultrapassou as piores previsões, e o Brasil encerra 12 meses de pandemia no pior momento em total de casos e mortes. UTIs estão em nível crítico de ocupação em 25 das 27 capitais, mapeou a Fiocruz. Faltam vacinas.

“Há pelo menos 13 milhões de desempregados no país; no Rio de Janeiro, 1,5 milhão. A FGV Social estima em 27,2 milhões o número de brasileiros na pobreza. A fome avança; os preços dos alimentos subiram 19% desde março de 2020; o auxílio emergencial foi interrompido.

“A vulnerabilidade social disparou a ponto de as organizações da sociedade civil reativarem ações humanitárias do ano passado, com menos recursos, ativistas exauridos, tal como os profissionais de saúde.

“O Brasil é um país em frangalhos, entristecido, enlutado. E o culpado é Jair. Bolsonaro, presidente da República, um mês e meio após a decretação da pandemia, num simbólico 22 de abril, liderou uma reunião ministerial em que anunciou a intenção de armar a população —e armou.

“Dois ministros da Saúde foram trocados. O general Eduardo Pazuello, no cargo há dez dos 12 meses de pandemia, está 100% envolvido na tragédia, que mata um brasileiro por minuto neste março e fez do país ameaça global pelo espalhamento de variantes do vírus.

“Perdemos um ano esperando que Palácio do Planalto e Ministério da Saúde assumissem o protagonismo devido no enfrentamento à crise sanitária. Erramos na estratégia, porque governo não há.

“Governadores articulam o Pacto Nacional em Defesa da Vida e da Saúde, que não prescinde de cientistas, empresariado e movimento social. Até aqui, 21 das 27 autoridades estaduais se comprometeram. O governador em exercício do RJ está entre os seis que não assinaram o documento

“O presidente da República e seu entorno só apareceram de máscara e viralizaram imagens de apoio à vacina depois que o ex-presidente Lula, sentenças anuladas pelo ministro Fachin, fez discurso atacando a gestão do adversário na pandemia e antecipando a campanha de 2022.

“Foi Lula quem ensinou a Bolsonaro a importância do contraditório, algo que o capitão sempre repeliu em seu governo. Pelo fato político inesperado, tomara o Brasil se convença de que a vida mora na democracia. Ditadores, autocratas, incompetentes produzem morte.”