1/ Há uma campanha em andamento para proibir médicos de receitarem ivermectina e outros tratamentos pré-hospitalares para covid. Isso é completamente insano. Há farta evidência de eficácia e segurança de randomizados de vários tratamentos.
2/ Fluvoxamina: um observacional prospectivo (a - Seftel) e um randomizado duplo-cego (b - Lenze) no JAMA. Ambos indicando alta eficácia com efeitos colaterais irrisórios:
3/ Fluvoxamina: é um antidepressivo com décadas de uso e perfil de segurança conhecido. Nas doses e duração usadas e respeitadas as devidas contraindicações, muito seguro
4/ Ivermectina: nessa altura há dúzias de randomizados, vários deles duplo-cegos. Nos com pacientes pré-hospitalizados ou hospitalizados com quadros não-severos os grupos de ivermectina geralmente se saíram muito melhor do que os de placebo.
5/ Ivermectina: além de reduções fortes em risco de agravamento da doença, os resultados de vários dos randomizados são extremamente robustos do ponto de vista estatístico, com p-valores baixíssimos
6/ Ivermectina: aqui a metanálise, extremamente completa e rigorosa, dos randomizados disponíveis. A metanálise é do grupo do Bryant, Lawrie et al, abarcando muitos veteranos de análises Cochrane, o padrão ouro de rigor:
7/ Ivermectina: nas doses e durações usadas nos randomizados, é extremamente segura. Incidência de efeitos colaterais graves é irrisória. Literatura médica pré-covid (logo pré politização) mostra segurança mesmo de doses muito maiores:
9/ Obviamente, remédios não são tic-tacs. Há doses adequadas e inadequadas. Fluvoxamina e ivermectina e outros só devem ser tomadas com supervisão de profissionais de saúde
10/ Conclusão: quem repete palavras de ordem ignorantes na linha de "a Ciência demonstrou que tratamento precoce não existe" não estudou a literatura e está só papagaianfo essa campanha insana. Procure médicos bem-informados que se deram ao trabalho de estudar a literatura.
11/ Falando em gente bem-informada: em 2015 Satoshi Omura ganhou o Nobel de Medicina por ter descoberto a ivermectina. No artigo abaixo Omura e coautores defendem o uso amplo de ivermectina contra covid:
12/ Ainda sobre ivermectina: os randomizados, especialmente os em casos leves e moderados, conjuntamente indicam redução na mortalidade de 70% a 80%. Isso consta nas metanálises da Lawrie, do Hill, do BMJ, E TAMBÉM DA OMS (caps-lock necessário...)
13/ Já postei a metanálise do grupo Bryant-Lawrie no item 6. Aqui a metanálise dos randomizados de ivermectina do Andrew Hill, que estima redução de mortalidade de 75%:
14/ Aqui o panorama de tratamentos no British Medical Journal. Circulado em vermelho: para ivermectina estão estimando redução de 130 para 27 mortes, uma redução de risco de mortalidade de 79% (= 100% - 27/130):
16/ Então por que diabos OMS está pedindo "mais estudos" sobre ivermectina? Resumindo, pq é extremamente conservadora e exige níveis de evidência insanos. Por exemplo, o site da OMS era *contra* o uso de máscaras até o começo de junho/2020, pois "não há evidência o suficiente".
17/ Voltando aos randomizados de ivermectina, minha bola de cristal diz que assim que for publicado o RCT de Fonseca, em pacientes *severos* onde houve empate entre os grupos, será usado como prova de que "ivermectina não funciona (em nenhum quadros) pois é remédio pra piolho".
18/ Vão aproveitar a ocasião pra também descartar todos os outros RCTs de ivermectina. É a previsão mais fácil que já fiz. Observando que a metanálise Bryant-Lawrie *já* inclui os dados do RCT de Fonseca et al, sublinhado em vermelho:
19/ Outro argumento inacreditável é que (basicamente todos) os randomizados de ivermectina não podem ser levados em conta pq são de "baixa qualidade"
20/ Mas exceto por fraudes sistemáticas e maciças não há como tantos randomizados gerarem reduções dessas em mortalidade. Lawrie -- uma revisora experiente de estudos clínicos, inclusive pro grupo Cochrane -- explica isso e mais na entrevista abaixo:
21/ E aqui o vídeo de 1 minuto com legendas em português da Tess Lawrie sobre a evidência acerca de ivermectina
A Lawrie é a veterana do Cochrane que com coautores fez uma metanálise (vide item 6) rigorosa e abrangente dos randomizados de ivermectina
22/ Agora novidade sobre o item 8: acaba de ser publicado no Lancet Respiratory Medicine o randomizado do grupo de Oxford de tratamento precoce com budesonida inalada. Redução de cerca de 80% na incidência de hospitalização ou atendimento de emergência:
23/ Voltando à ivermectina: agora um modelo animal na Nature mostra eficácia. Juntando com os muitos randomizados em humanos, caso encerrado sobre *haver* eficácia contra covid nos estágios iniciais; agora é medir a eficácia sob diferentes doses+durações
24/ Mais sobre fluvoxamina precoce: publicado no Frontiers in Pharmacology @FrontiersIn um artigo da @AngelaReiersen e coautores (das universidades de Emory e Washington) sobre seus mecanismos de ação contra covid
25/ Voltando à budesonida inalada, aqui a curva de Kaplan-Meier da evolução dos grupos de tratamento e controle do PRINCIPLE: o grupo de budesonida se recuperou consistentemente mais rápido do que o de controle, com p-valor baixíssimo.
26/ Graças aos randomizados STOIC e PRINCIPLE (itens 8, 22 e 25) o NHS -- o "SUS do Reino Unido" -- autorizou o uso de budesonida inalada "precoce" (ou seja, desde os primeiros dias de sintomas) em pacientes de risco:
Eric is 100% correct. Curiously, both antivaxxers and antitreaters use the “absolute risk reduction (ARR) of this vaccine / drug is low, so it’s not very effective” against their pet targets. It’s the *relative* risk reduction (RRR) that matters.
If a vaccine RCT finds that there was say a 0.1% incidence of severe COVID in vax group and a 0.01% incidence in placebo group, then the AAR was “just” 0.09% (= 0.001 - 0.0001) but the vax actually reduced the incidence to a tenth of baseline: the RRR was 90% (= 0.0001/0.001 - 1)
Likewise, if a treatment RCT finds say a 15% incidence of serious COVID in vax group and a 10% incidence in placebo group, then the AAR was “just” 5% (= 0.15 - 0.1) but the vax actually reduced the incidence to two thirds of baseline — the RRR was ~33% (= 0.10/0.15 - 1).
Com muitos, muitos milhares de mortes de atraso, o imprensa brasileira *finalmente* começa a falar sobre tratamento de pacientes ambulatoriais (i.e., “precoce”) com fluvoxamina:
Aqui a versão publicada, no Lancet Global Health, do randomizado de fluvoxamina ambulatorial do Together. Redução relativa de deterioração clínica de 32%, com p-valor baixíssimo. No subconjunto que fez o tratamento completo, redução relativa de 66%:
Aqui o primeiro randomizado de fluvoxamina ambulatorial, o Lenze no JAMA, publicado em dezembro de 2020 — isso mesmo, há quase um ano. Estudo pequeno mas mesmo achou redução relativa forte de deterioração clínica com p-valor muito baixo:
@PaulSaxMD Here’s a plot of all pre-exposure prophylaxis HCQ RCTs, using “symptomatic covid” as an outcome. Pooled relative risk reduction of 21%, with a p-value of 0.02.
@PaulSaxMD Here, as a robustness check, is the forest plot excluding Rojas-Serrano, which was an outlier (which favored the HCQ group): relative risk reduction of 20%, with a p-value of 0.028
@PaulSaxMD It is a well-known immodulator (e.g., used for lupus and rheumatoid arthritis), and like others — such as colchicine — has some efficacy for covid when used early but not later in the disease. (The viral load data from the RCTs shows it’s has no effect as an in vivo antiviral.)
1/ There are now about 20 randomized clinical trials (RCTs) of ivermectin for covid. They overwhelmingly show reductions in mortality, when used in adequate doses and in patients who are in early enough stages of the disease.
2 / The Kory et al review encompasses both observational and RCT data. It was published in early May in a peer-reviewed journal, the American Journal of Therapeutics, and is already the most-viewed paper in the journal’s history. It's also very readable.
3 / The Bryant, Lawrie et al metanalysis is very rigorous (only considers the RCTs etc) and reaches similar conclusions: about a 70% relative reduction in mortality when used in adequate doses and early enough. (Lawrie is a veteran Cochrane reviewer.)
i. O NHS, que reúne os serviços de saúde do Reino Unido, endossou no dia 12 de abril o tratamento pré-hospitalar de covid com budesonida inalada off-label. Isso mesmo, tratamento precoce, aquele que "não existe".
ii. A nota do NHS foi motivada pelo randomizado do STOIC publicado no Lancet Respiratory Medicine e pelo anúncio dos dados preliminares do randomizado PRINCIPLE (ambos conduzidos por pesquisadores da universidade de Oxford).
iii. A nota do NHS endossa
budesonida inalada off-label em pacientes de covid a partir de 65 anos de idade ou a partir de 50 com comorbidades.
1/ Vamos ao que os dados dos desfechos *clínicos* dos randomizados de HCQ *ambulatorial* (i.e., pré-hospitalar) mostram
Na figura, efeitos relativos no eixo X e p-valores no eixo Y. Efeitos acima da linha horizontal cinza são benéficos. Dá pra perceber um padrão, né?
2/ O resumo em português claro: Conjuntamente, estes estudos abarcam alguns milhares de pessoas. Não houve efeitos colaterais sérios. Consistentemente, os grupos de HCQ se saíram clinicamente melhor (em torno de 20% melhor) do que os seus respectivos grupos de controle
Cada desfecho e sua fonte (qual trecho de qual artigo etc) está documentado na planilha. Atentem tb para as observações colunas "notes" da aba "summary_table".